fevereiro 07, 2014

No Plural.

Não sei  os porquês, mas hoje acordei no plural. Nos plurais.
Horas passadas pensando em coisas que são mais de uma.
Em tudo hoje, quero mais de um. 
Hoje  os pensamentos serão exagerados.
Todos no coletivo.
Colmeia, Matilha, Biblioteca.
Exército, Enxame, Enxoval.
Coletânea, Cardume, Cambada.
Nenhuma unidade. Tudo em Cachos.
Nenhuma flor. Muitos buquês.
Antologia.
Arquipélago.
Muito de tudo.
Um bando de coisas.
Coletânea de sorrisos ou revoada de memórias.
O que for, desde que seja mais do que já foi.
O coletivo do que já é plural.
Plurais.
Tantos. Quantos.
Muitos. E sempre.
E se amanhã eu acordar singular, volto atrás.

Quantas, muitas e tantas vezes for preciso. 

fevereiro 02, 2014

Uma e Outra. E eu.

Uma se preocupa com a dificuldade que a matemática vai apresentar nesse ano escolar que se avizinha (ou já tocou a campainha?) e em criar uma assinatura que possa usar em seus desenhos que me impressionam mais a cada dia.

A outra se preocupa com as horas que ainda faltam para chegar a próxima terça-feira, afinal,do alto de seus sete anos, esperar quarenta e oito horas já se mostra um grande exercício.

Uma escolheu a mochila da Bela para enfrentar as feras que todo ano aparecem para qualquer um de nós. A outra só colocou um lenço novo na mochila do ano passado, afinal, sustentabilidade e consumo consciente também estão no conteúdo programático do ano letivo.

Uma tem Miguel de Cervantes na lista de leitura complementar. A outra escolheu ursinhos com laços cor-de-rosa para enfeitar os cadernos. Uma já criou um quadro para deixar o horário de aulas a vista. A outra quer saber se a turma vai continuar a mesma.

O desafio de uma serão as equações. Da outra, a tabuada. O meu? Todos estes e mais alguns. Hoje somos três  ansiosas. Ao final da semana, provavelmente, só uma. Aquela cujo coração nunca mais se aquieta depois do exame positivo. Aquela que carrega todas as ansiedades e todas as alegrias de todas as idades. Aquela que aprende (de novo!) a resolver as mais complicadas equações para ajudar a estudar para as provas. Aquela que volta a conhecer os detalhes da era cenozóica e da capital do Amapá. Aquela que volta a saber de cor os afluentes do Rio Amazonas e o clima da região centro-oeste. E que descobre, a cada dia, que viver isso tudo de novo é ainda melhor.