maio 17, 2011

AVISO.

A Lua Cheia no céu. O que de mais bonito eu vi hoje. Senti vontade de ligar para muita gente, enviar torpedos, mensagens de voz, postar no facebook, twitter, falar com as pessoas na rua: Olhem que lua linda! Como tantas vezes deixei passar. Não deveria. Estava realmente divino.

Lá no alto, cheia, imponente. Mas ao mesmo tempo parecia tão perto. Diante de todas as luzes artificiais da cidade, ela se destacava. Ela mostrava o seu lugar. Às vezes até tentava se esconder atrás de uma nuvem, mas logo reaparecia, ainda mais bonita. Parecia ter ido retocar a maquiagem ou descansar a sua beleza. Me seguia de longe, mas sem me perder de vista. E sem que eu a perdesse também. Me trouxe até em casa, como um anjo da guarda. Parecia realmente um aviso. Um aviso de Deus: "Eu continuo por aqui, e continuarei para sempre".  Hoje, a Lua me reforçou essa certeza.

maio 04, 2011

Desejo bom.

Foi só ler no facebook da Silmara - uma fofa que eu adoro ler e que parece que conhece a alma da gente - que eu me apaixonei. Não paro de pensar um minuto sequer no que eu faria se tivesse com um desses na mão. Penso e começo a viajar. Viajo no tempo e no espaço, entre lembranças, dores e amores, idas e vindas, perguntas e respostas, sorrisos e mais sorrisos.

O Jardim Branco - design de cadernos e livros imaginários. Os títulos me fizeram desejar um de cada. E eu fiquei mesmo, pensando o que escreveria em cada um deles. Na minha cabeça, quase todas as páginas já foram escritas. Certamente teria que correr para o volume II da grande maioria deles.

O livro das cartas não escritas. Eu sempre gostei de escrever cartas e sempre o fiz com muita frequência. Mas, claro, muitas delas não foram enviadas e algumas, sequer escritas. Certamente escreveria uma carta para cada uma das minhas filhas, escrevendo tudo o que desejaria que elas soubessem mesmo que eu não tenha a chance de falar. Escreveria também para minha avó, o que gostaria que ela tivesse lido há alguns anos atrás. Escreveria para alguns familiares também, para alguns amigos, para minha mãe e para o meu amor. Em cada uma delas, um pedaço de mim estaria junto com as palavras. Talvez ainda haja tempo para escrever todas elas.

O livro da saudade. Memórias deliciosas, verões em Guarapari, o cheiro do meu pai, os almoços de domingo na casa da minha avó, anos de colégio Marista, lembranças boas da Escola Crescer, amigos que nunca mais vi. Saudades que nunca me deixarão.

O livro das coisas leves. Coisa mais deliciosa escrever sobre coisas leves que me dão prazer e que me fazem mais leve também. Beijo de filha, séries de TV, cheiro de lençol limpo, sorriso de um desconhecido e mais tantas outras coisas que, de tão leves, viram poesia através de palavras. O livro do esquecimento. Neste eu colocaria tudo o que quero esquecer e deixaria que a cada derrame de palavras, os sentimentos derramassem também, não permitindo que nada fizesse com que eu parasse de sonhar, de querer, de fazer e de amar.

O livro de estar longe. Sabe aquela vontade de falar algo com alguém ou sobre algo quando estamos longe? É essa vontade mesmo que eu expressaria nele. Para que a proximidade nunca permitisse que as palavras se fizessem desnecessárias.

O livro da passagem dos dias. O livro das viagens. O livro dos momentos tristes. O livro de espera. O que eu espero? Pelo que quero esperar? Quais as minhas esperas que já chegaram e quais aquelas que não chegaram e eu agradeço a Deus por isso. O livro de guardar o que acaba. Sim, porque mesmo que acabe, poderia eternizar o que pretendesse neste livro. Tantos outros livros. Todos em branco. Em branco como o próximo dia, como o "daqui a pouco". Em branco, mas cheio de inspirações, cheios de expectativas, de vontade.

Coisa mais linda esse Jardim de livros brancos que faz florescer tanta coisa na minha cabeça e no meu coração.