setembro 30, 2008

Em casa...

Hoje estou em casa...Estou em casa para cuidar das minhas pequenas que não estão passando muito bem. Agora à tarde ia para o escritório quando a Laura pediu que eu ficasse. Ela disse: Mãe, só você sabe cuidar de mim e me dar carinho quando eu estou assim...Aí, quem resiste?? Quem consegue???

Então, enquanto posso, fico a cuidar e a dar carinho para as razões da minha vida...E estamos aqui...Passando mal, mas passando bem por estarmos juntas. Só nós...

setembro 24, 2008

Letra Cursiva

Que coisa linda, filha! Você, agora, escreve corretamente utilizando, como você mesma diz, letra cursiva...Está muitíssimo empolgada com essa sua nova habilidade e eu vivo te dizendo que quanto mais você ler, melhor vai escrever...E eu, como mãe empolgadíssima que sou, comprei um "montão" de livrinhos para vocês...

Laura, os seus já contam estórias, já trazem lições de vida, já mostram valores.
Elisa, os seus são cheios de cores, figuras e dobraduras (hoje chamadas pop ups), mas igualmente educativos e maravilhosos.

Filhas, cada página que viro desses livrinhos com vocês me ensina alguma coisa. Cada palavra me faz pensar em um jeito de mostrar para vocês o melhor do mundo, da vida, das pessoas. Cada expressão de surpresa de vocês faz meu coração bater tão forte que me dá medo...Vocês aprendem, filhas, mas eu aprendo mais. Aprendo a amar, a respeitar o ritmo de cada uma de vocês, a identificar suas diferenças, a calar, a ouvir, a contar, pela décima vez, uma estória como se fosse nova, e a me divertir com isso tudo...

Que bom, filhas, poder ter esses momentos tão felizes com vocês!!!!!!

setembro 22, 2008

Queria tanto...!!!!

Hoje, agora, você me ligou, Laura. Eu fechei um arquivo importante que estava terminando no computador para te atender. E você me perguntou se podia vir para a sua aula de Inglês com uma roupa diferente daquele que eu havia deixado sobre a cama, correndo, na hora do almoço. É claro que pode, minha filha, é claro que você pode escolher a roupa que vai vestir...Mas como eu queria poder receber esses telefonemas, assim, no meio da tarde, por todos os dias da minha e da sua vida...


O que eu quero não é escolher o que você vai vestir, eu quero sim, e vou querer sempre, participar das suas escolhas, dar palpite ( no bom sentido, é claro...), te mostrar aquilo que já vivi e que pode te ajudar a viver melhor. Eu queria tanto poder escolher todos os dias a roupa que vai te fazer feliz, te aquecer, te refrescar, te esconder, te mostrar, te fazer confiante, te proteger, te deixar confortável...Talvez vestir em você coisas que nunca vesti, ou repetir em você o que deu certo em mim...


Entende, filha, o que eu queria era te vestir todos os dias para a vida...Egoísmo meu???Super proteção???? Não sei... Sei que você vai precisar se vestir sozinha, vai querer se vestir sozinha, sei que, muitas vezes, e talvez na maioria delas, vamos ter um "gosto" diferente, mas eu vou estar aqui, sempre, para te dizer o que vestir quando a dúvida bater forte, ou, pelo menos, quando esfriar no fim de tarde e você estiver desprevenida...


setembro 16, 2008

Da Série "Especial para Giorgia Vasconcellos" 3


LOBO MAU E CHAPEUZINHO VERMELHO


Um dia desses, lendo o livro “Ostra Feliz não faz pérola”, de Rubem Alves, me deparei com uma análise muito interessante da economia brasileira comparando-a à estória da Chapeuzinho Vermelho. Me chamou atenção quando este autor diz que todo mundo tem o Lobo Mau como o grande vilão da estorinha, mas a verdadeira vilã é a mãe. Achei graça no início, imaginando que aquela seria mais uma das grandes sacadas de humor do autor. Algum tempo depois, ainda estava pensando na mãe como a vilã da estória e acho que acabei concordando com a interessante versão de Rubem Alves...

A situação é tão absurda, a princípio, que nem no filme “Deu a louca na Chapeuzinho” se cogitou a cândida e prendada mãe como uma possível vilã da saga da menininha boazinha que leva doces para a vovó. É muito mais fácil enxergar o lobo mau, com seus grandes olhos e dentes ainda maiores como aquele a quem se pretende apedrejar.

Mas, veja, a mãe da chapeuzinho, mesmo conhecendo as possibilidades de uma floresta com caminhos perigosos, mesmo sabendo da existência do lobo (lembrem-se de que a chapeuzinho fora devidamente advertida no início da estória), ou, pelo menos, da grande possibilidade de uma garotinha se perder ou se machucar no percurso até a casa da vovó, manda que a pobre e indefesa chapeuzinho cruze toda a floresta para levar deliciosos doces para a vovozinha acamada.

Se a mãe não tivesse mandado a chapeuzinho ir pela estrada afora, bem sozinha, levar os doces para a vovozinha, o lobo mau teria alguma chance? Ou, ainda, se a mãe tivesse acompanhado a garotinha de vermelho pela floresta, o lobo poderia enganá-las tão facilmente? Chego a imaginar que o lobo faria os seus estragos de um jeito ou de outro, mas acho que a chapeuzinho poderia ter tido outra sorte, se a mãe tivesse observado essas cautelas básicas...

A simples análise de uma simples estorinha infantil por um outro ângulo me fez pensar que a nossa responsabilidade como mães vai muito além de fazer doces deliciosos, vestir o casaquinho na criança e adverti-la dos perigos existentes pela estrada afora. Na verdade, somos responsáveis por acompanhar os passos dos pequenos e guiá-los por estradas nas quais não existam lobos, ou que eles, pelo menos, não consigam chegar perto dos nossos filhos...





setembro 15, 2008

Vida que passa...

Ouço cada dia mais que o tempo está passando mais depressa, que não está dando tempo de "ver a vida passar", que as crianças cresceram rápido demais, que esse ano passou mais rápido que qualquer outro...Às vezes me pergunto se as pessoas se sentem bem falando assim, se falam porque ouviram alguém falando ou se este "fenômeno da aceleração" está realmente acontecendo.



Talvez estejamos trabalhando mais, acumulando mais funções, tendo mais opções do que tínhamos há alguns anos, ficando bem menos tempo em casa...Mas, definitivamente, o tempo parece estar passando mais rápido...Isso me angustia. Me angustia saber que tenho pouco tempo para fazer tudo o que gostaria, para dizer tudo o que tenho vontade, para escrever tudo aquilo que transborda em mim...Me angustia saber que as pessoas passarão pela minha vida e poderão não mais voltar...Pode não dar tempo!
Me angustia saber que deixer de falar, de brincar com minhas filhas, de colocá-las para dormir, de contar estórias, de ouvir uma palavra nova, de prestar atenção em um novo movimento aprendido na aula de dança, de ficar perto, simplesmente para estar perto... E essa angústia toda quando elas têm ainda apenas 6 e 2 anos...!!!! E estão aqui, ao meu alcane agora, neste momento. Não, não posso me deixar angustiar. Não ainda. Tenho tempo para tudo isso, tenho tempo para dizer que as amo, cada dia mais, tenho tempo para brincar, para ensinar, para aprender...Ainda que não tanto tempo como gostaria, mas tenho.
Deixo a angústia para depois...Ela me toma tempo.

setembro 12, 2008

Da Série "Especial para Giorgia Vasconcellos" 2

Pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo.

Há alguns anos atrás ouvi de uma pessoa muito querida que as crianças aprendem aquilo que queremos ensinar por apenas três formas: pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo. Na época, ainda sem filhos, acho que não consegui entender a verdade que essa frase traduzia.
Hoje, com duas filhas, me surpreendo com o efeito que cada uma das minhas ações possui em qualquer uma delas. Cada frase que falo ou deixo de falar, cada roupa que uso, cada movimento meu é avaliado pelas pequenas com a atenção de uma psicanalista. Quantas vezes me vejo, ou vejo o meu marido, refletido e fielmente reproduzido em suas ações...São verdadeiros espelhos!
Talvez seja essa a nossa maior responsabilidade enquanto mães...Precisamos educar as nossas filhas para serem profissionais competentes e éticas (a ética, na essência, não se ensina na faculdade!), mães dedicadas e atentas, donas-de-casa perfeitas, amigas atenciosas e, por fim, mas não menos importante, mulheres bem cuidadas, bem vestidas, bem penteadas, perfumadas e bem humoradas...
Não sei se é possível ser exemplo disso tudo sempre e, o que é pior, ao mesmo tempo (acho muito difícil, !quase impossível), mas sei que essa “conquista feminina” no mercado de trabalho exige cada vez mais de nós, mães, que, além de tudo isso, ainda precisamos ensinar, pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo...

setembro 11, 2008

Da série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br "

Muitas vezes chegamos a nos questionar, como mães, de que forma poderíamos melhor educar as nossas filhas para um mundo tão instável e, por que não dizer, efêmero. Todo o tipo de dúvida nos vem à cabeça. Algumas autoridades em educação nos levam a pensar que a liberdade para que as próprias crianças façam suas escolhas é sempre a melhor opção. Outras já cultuam a imposição de limites como a melhor forma de se criar um adulto emocionalmente saudável e feliz.
Na verdade, continuo acreditando no bom senso e no equilíbrio entre a liberdade e a imposição transparente e justificada de limites. Mas como é difícil justificar estes limites!!! Como é difícil justificar que a sua filha de seis anos não pode usar sapato alto! Maquiagem, acessórios, bolsas, perfumes, tudo fascina as pequenas princesas que demonstram, desde cedo, a mesma relação de fascínio que uma sapato novo exerce sobre nós, mulheres.
Não raros são os momentos em que tenho a impressão de que as minhas filhas nasceram vaidosas...E com toda essa vaidade, que a cada dia é incentivada pelos meios de comunicação, nos aparece um novo dilema: Seria adequado incentivar ou repreender as “iniciativas fashion” de nossas pequenas? Eu, particularmente, acabo incentivando, é claro, dentro do que considero saudável e razoável. Mas, quem resiste a todas essas vide bulas jrs., vibizinhas, anjos d’áqua, lilicas ripilicas, gira babies e booms ? Quem resiste aos encantos das roupinhas super transadas e confortáveis da turma da malha, hering kids e infantilândia? Filhas ou mães? Bom, considerando todas as teorias educacionais e pedagógicas, e principalmente, o bom senso e a individualidade das relações mãe e filha, acho que preciso confessar que, boa parte das vezes, elas (as filhas) gostam muito disso tudo, mas nós (mães) acabamos por nos realizarmos nessas figurinhas maravilhosas e surpreendentes...

setembro 10, 2008

De mãos dadas a festejar...

Era para ser apenas uma apresentação de ballet, mais uma dessas apresentações de fim de ano, nas quais os pais se enlouquecem para arrumar os "atores", chegar na hora, conseguir um bom lugar e, enfim, assistir aos seus pequenos em alguns segundos de evidência...Laura faria o papel da Jardineira, que regaria as "flores" do jardim e dançaria com elas.

A música que ela cantava e dançava me fez ter vontade de criar um mundo novo, só para ela e para a sua irmã, aonde nada nem ninguém pudesse machucá-las, entristecê-las ou apagá-las...Não sei porquê, mas a vendo "cuidar" daquele jardim, me senti também como uma jardineira, inteiramente responsável pelo brotar, crescer e florir do meu jardim de duas flores...

"Sementinhas de rosa,
margarida também...
Espalhei no jardim,
e cuidei muito bem.

Nessa festa tão linda,
vamos todos cantar,
passarinhos, borboletas,
de mãos dadas a festejar..."