maio 26, 2009

Unanimidade.

Costumam dizer por aí que toda unanimidade é burra. Ouço também falar que o gosto musical, artístico e político da maioria é duvidoso. Uma cronista de quem gosto muito chamou minha atenção ao dizer que foge de estréias lotadas nos cinemas e que é sempre atraída para aquelas seções quase vazias, as quais considera mais interessantes.

Música boa é aquela feita por uma banda de rock descoberta ao norte da Austrália. Livro bom é daquele escritor húngaro do qual nunca ninguém ouviu falar. Televisão? Não. É lixo. Todo mundo vê.

Acredito sim, que existe muita coisa boa, boa mesmo, escondida dos olhos da maioria. Mas não acho que isso possa trair a opinião do povo. Por que a música fica ruim quando passa a tocar nas rádios? Por que o livro se torna desinteressante quando alcança a lista dos mais vendidos? Unanimidade burra? Sei não...Acho que o elitismo pode ser mais. Acho que burrice é não ouvir, não ler, não assistir. Quer coisa mais bonita do que ver uma sala de cinema cheia? Um livro alcançando a marca dos 500.000 exemplares vendidos? Ainda que seja para assistir X-MEN Origins –Wolverine ou Anjos e Demônios (as últimas estréias que, felizmente, assisti) ou ainda que sejam livros de auto-ajuda ou trilogias de romance que parecem ter sempre o mesmo enredo...

Quem lê Nora Roberts, Jonh Grisham, Marian Keyes, Paulo Coelho, Dan Brown não devia ser o alvo de críticas dos grandes seres evoluídos da cultura mundial. As críticas - no bom sentido, é claro – deveriam ser endereçadas a quem não lê, não ouve, não assiste. Isso sim é problema. Opiniões pessoais diferentes existirão, Graças a Deus. Eu, por exemplo, não gosto de Nora Roberts e de Augusto Cury, mas adoro as tiradas engraçadas e os personagens tão reais da Marian Keyes. Adoro Drummond e Rubem Alves, mas também me encantei com o romance de Edward Cullen e Bella Swan em Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse (e estou louca para ler o Amanhecer).

Sinceramente? Me perdoem, mas achei pesada e entediante a versão televisiva de Machado de Assis, Capitu. Sou encantada com a obra de Machado de Assis, mas não consegui terminar de assistir à série. Por um outro lado, dou boas risadas com comédias românticas daquelas bem Hollywoodianas. Não consigo escutar por mais de cinco minutos determinadas peças raras da música erudita mundial, mas canto junto, empolgadíssima, com os maiores sucessos da rádio. Será que sou um ser “acultural”? Faço parte dessa unanimidade burra? Talvez. Mas tenho certeza de que de não faço parte da maioria mais absoluta e verdadeira deste país: aquela que não lê. É essa maioria que me preocupa.

maio 20, 2009

Outra MeNINA Feliz

A Nina fez um carinho em todas as mães no Dia das Mães e eu acabei recebendo esse presente maravilhoso...

Escrevi o texto com muito carinho, mas a ilustração superou todo esse carinho ao quadrado! A Nina não só ilustra, ela sente o texto. Que lindo isso, Nina! Muito obrigada!

Um beijo grande.

maio 08, 2009

A Matemática do Segundo Filho.

Nunca gostei de matemática, nem de números. Números são muito exatos, com valores previamente definidos, imutáveis. Não combinam com a natureza humana. São necesssários, eu sei. Mas não são queridos. Não por mim. São diferentes das palavras. Amo palavras. As palavras não são exatas, parecem ter sentimento. Mas, não sem a ajuda das palavras, é a matemática que me explica o segundo filho.

Em algum momento, percebemos que 1 + 1 não são mais suficientes. Ou não querem mais ser suficientes. Chegando +1, não temos 3 somente. Temos 3 pessoas, mas somamos mais carinho, menos sono, menos filmes, menos livros, mais preocupação, mais realização, menos tempo, mais qualidade. E somamos amor. Muito. Tanto que nem dá para colocar em número.

E, de repente, chega +1. Agora são 4. Menos tempo aida. Menos sono ainda. Ainda menos livros e filmes. Menos namoro. E uma surpresa: Aquele amor que acreditávamos já ser o maior do mundo aumenta. Mais, muito mais. Aprendemos a domar o tempo, a domar o sono. Aprendemos a redirecionar a vida. Aquela pergunta que eu sempre me fazia: "Será possível amar alguém assim, com a mesma intensidade?" recebe uma resposta concreta. É possível. É possível amar mais ainda, e melhor. É possível amar so mesmo jeito, com a mesma intensidade. É possível olhar com os mesmos olhos. É possível passar tudo de novo com um sorriso ainda maior nos lábios. Sorriso de quem já passou por isso e sabe que vai dar certo. Sorriso de quem está passando por um caminho que já conhece e no qual se sente mais à vontade.

O segundo filho também muda a nossa vida. Subtrai algumas coisas, divide muitas. Mas também soma. E multiplica aquilo que não se acreditava poder ser maior. E fica ainda mais difícil tirar aquele sorriso do rosto. Sorriso de mãe. Realizada.


*Texto escrito no dia do aniversário da minha Elisa, que completou 3 aninhos na última quarta feira, não publicado na data por ter sido o teclado de casa desconfigurado pela própria. (Eu não disse que seria fácil...)
*Vai com muito carinho também para a Victoria (que acabou de chegar) e para a Helena (que está chegando). Pensei muito em vocês quando estava escrevendo, viu???