dezembro 26, 2008

Quanta Saudade...

Se tem uma coisa da qual eu tenho saudades é de ter tempo para minhas amigas. E de ter o tempo delas pra mim. Um tempo despreocupado, despretencioso, que nos deixava passar noites inteiras em claro, morrendo de rir e ouvindo Fleetwood Mac. Mas o tempo passa. Para nós também passou. E hoje, estamos, cada uma com uma vida diferente, uma profissão diferente, filhos, maridos e casas para cuidar.

Mesmo assim, não tem profissão ou problema que nos faça esquecer do quanto fomos felizes juntas. Somos ainda, é claro, e continuamos juntas. Sempre. Mas hoje é diferente. Hoje não tem mais o apartamento 202 do Edifício Barão de Mauá para ser o nosso refúgio, o nosso ponto de encontro no centrinho da cidade, de onde saíamos para quase tudo e para onde voltávamos muitas vezes. Hoje não ‘subimos’ para cachorro quente da Tia Nina que ficava pronto sempre que chegávamos à tarde, não tem mais o Trailler do Bolha, a casa da Valeska, as aulas de Educação Física com o Zé Luiz (que eu e outra preguiçosa sempre arrumávamos um jeito de enrolar), ou as viagens para Belo Horizonte ou Porto Seguro. Tanta coisa que me faz querer chorar de tanto que a saudade aperta no peito.

Aperta no peito a saudade de cada brigadeiro de colher que comemos (e não foram poucos, tanto que, dentre, nós, saiu a maior especialista, aquela que faz o melhor brigadeiro do mundo e que ninguém consegue fazer igual...Acho que é ‘o amor’ que ela tem pela coisa – quase igual ao amor que eu tenho por ela...). Aperta no peito a saudade de tudo o que fizemos juntas. Daquilo que não fizemos também...Mas, será que deixamos de fazer alguma coisa? Foram tantas gargalhadas, dias do ‘auge’, códigos secretos descobertos e divulgados...

Éramos dez. Quer dizer, acho que nunca fomos dez, sempre nove. Mas queríamos ser dez, porque achamos o máximo o nome DECURIA, então, de um jeito ou de outro, éramos dez. Assim queríamos, assim fazíamos. Assim dava certo. Dentre as dez, personalidades de todo jeito. Cada uma encantava – e encanta - a sua maneira, e uma completava a outra. Umas mais briguentas, que nunca mandavam recado e sempre defendiam todas nós. Uma delas até brigava e ameaçava jogar o livro de Matemática na cabeça de um certo ‘senhor’ que nos seguia na rua – minha heroína! Outras mais choronas, para quem não se podia dizer um ‘não’ mais fechado, porque dava até febre. As mais namoradeiras, as mais engraçadas, as que sempre bebiam um pouquinho mais, as que nos faziam jurar com a mão em cima da bíblia, na capela do colégio, antes de contar um segredo acontecido durante as férias. Não conto nem sob tortura, afinal, jurei com a mão em cima da bíblia! Tinha também quem entendesse tudo de física. E também quem não entendia nada e resolvia estudar às três da manhã no dia da prova...E ainda ameaçava dizendo que se ninguém ajudasse, todas teríamos pesadelos escorregando na tangente ou sendo perseguidas por logaritmos.

Nunca cheguei a ser perseguida por logaritmos, mas sou perseguida até hoje pela saudade dessa época. Mas eu me consolo fácil, mesmo porque nos falamos quase todos os dias, ainda que seja só por e-mail. Me consolo também porque quando nos encontramos, é a mesma coisa. A mesma intimidade se percebe entre nós, a mesma alegria, as mesmas gargalhadas, e até os mesmos brigadeiros. Muitas vezes substituídos por churrascos (até porque agora, os maridos também palpitam), mas sempre cercados de uma felicidade e um amor imensos. Um amor que não acaba, que não diminui. Só aumenta, porque agora temos os filhos e maridos de cada uma para amar também.

Muitas vezes o tempo não nos permite dizer o quanto amamos. Talvez, no nosso caso, isso nem seja necessário, porque sentimos. De verdade. Mas, ainda assim, hoje, eu vou dizer que cada uma é uma irmã-escolhida para mim. Uma tia-amada para as minhas filhas. Uma saudade para nunca esquecer. Uma felicidade que sempre vai existir e preencher o meu coração.

Minha amiga sumidinha, que fica meses sem dar notícia, sem dizer um oi, mas que está perdoada por causa do filhote,
Minha amiga-boa-vontade, que sempre estava (e está) pronta para ajudar e proteger todo mundo, e que está voltando para casa em fevereiro – assim nós esperamos;
Minha amiga tão querida que chorou tantas vezes no meio da madrugada com uma camiseta verde grande e que tem um coração tão lindo;
Minha amiga doce, linda, que cuidava de mim na época das aulas de teatro e até me levava em casa a pé, porque eu era – e sou - a fofa dela;
Minha amiga baiana-capixaba-carioca que dormiu muito tempo em um ‘bercinho’ feito para ela ao lado da minha cama porque, afinal, sempre fomos as menores da turma;
Minha amiga-dainrou que é uma paixão da minha vida, que me esperou tantas vezes dormir mais cinco minutinhos antes do colégio e que sempre me conheceu tão bem;
Minha amiga-irmã que casou com o amigo-irmão do meu marido e que deu a amiga-irmã das minhas filhas e que, Graças a Deus, tenho perto todo dia e que amo muito, sempre;
Minha amiga para sempre vizinha, para a casa de quem eu ia com o colchão arrumado e que me faz muito feliz por estar mais perto agora (fisicamente, porque no coração, sempre esteve e sempre estará);
Enfim, minhas amigas maravilhosas, de quem eu tenho tanto orgulho e tanta saudade: O meu maior desejo é que as minhas filhas tenham amigas assim, para que possam ser felizes como fui e sou tendo vocês por perto!


 Fleetwood Mac - Everywhere

dezembro 20, 2008

Para fazer antes de morrer...

Eu gosto desse tipo de desafio. Pensar em oito coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer...Gosto porque coloco em ordem as minhas prioridades e penso no que realmente importa. São muitas as coisas que ainda quero realizar, algumas de ordem material outras espirituais, familiares e pessoais. Cada uma com a sua importância. Talvez poderia responder a esse desafio da Lucia (Lucia in the sky) considerando que tenho pouco tempo de vida, mas como sou otimista de carteirinha, vou registrar coisas que posso fazer em 1 ano, 10, 15, 20...50 anos...

1) Fazer um cruzeiro maravilhoso com a minha família;
2) Voltar ao mesmo hotel que passamos a nossa Lua de Mel com nossas filhas;
3) Aprender a cozinhar;
4) Escrever um livro;
5) Conhecer Paris;
6) Fazer um curso/módulo de ligado à literatura;
7) Ver as minhas filhas crescerem saudáveis e felizes;
8) Aprender a dizer NÃO.

Poderia estender ainda muito essa lista, mas poderia ainda, resumí-la em apenas um item, ou, ainda, modificá-la completamente...O que importa é que sempre terei oito (ou oitenta) desejos, sonhos e objetivos. Acredito que é a capacidade de desejar que nos mantém vivos...

dezembro 15, 2008

A Lógica do Vento

Não sou noveleira. Até gostaria de ser, confesso, mas me falta tempo.Quando o tempo aparece, ainda que não seja uma constante, a TV acaba parada no Discovery Kids. Assim, conheço muito de Barney e seus amigos, Mr. Maker, e companhia ltda., e pouco dos personagens tão comentados das novelas atuais. Mas, mesmo não acompanhando assiduamente as novelas de hoje, me vejo, como todo brasileiro, odiando as maldades da Flora, personagem da maravilhosa Patrícia Pillar (sou fã desde Roque Santeiro, quando ela era a "Linda Bastos".) e fascinada por sua interpretação.

Me fascinou também um trecho que ouvi, de relance, de uma entrevista dela ontem, na qual ela dizia que o ator sempre aprende um pouco com os seus personagens.Mas com a Flora? O que se poderia aprender, meu Deus? E aí, ela disse que a Flora lhe ensinou a dizer NÃO. Aquele não cheio, merecido, que todo mundo deveria saber falar, sempre que necessário. E completou dizendo: -Até mesmo a Flora tem algo para ensinar, olha só como é a vida...

E eu fiquei pensando nisso. Realmente, até mesmo as Floras da vida têm alguma coisa para nos ensinar.Talvez seja essa a lógica da vida, do vento. O tanto que se aprende pode ser proporcional à quantidade de Floras que aparecem em nossas vidas.Talvez para virar o jogo, e transformar a perda em recompensa, como na letra linda da música do Lenine, que, linda assim, 'embala' a mente perversa da Flora...

 Lenine - É o que me interessa

dezembro 05, 2008

FERREOMODELISMO...

Ontem ele chegou com um trenzinho em casa. Quero dizer, ferreomodelismo, como ele prefere chamar. Assim, chamado de ferreomodelismo, parece coisa de ‘gente grande’. Bom, mas na verdade ele É gente grande. BEM GRANDE. Grande no tamanho, no caráter, no humor, no coração, na alegria. Grande do jeito que eu sempre imaginei um Príncipe Encantado. Não que ele seja um, pois a nossa vida, graças a Deus, não é um conto de fadas, e nós sabemos disso. Mas sabemos também que não tem que ser, pois o mundo não é cheio de passarinhos que cantam enquanto nos ajudam a esticar o lençol da cama e a lavar a louça do jantar.

Mesmo grande, ontem eu vi olhos de criança diante do trenzinho recém-adquirido. Olhos lindos, que tentavam se convencer de que as meninas adorariam o novo brinquedinho. Elas olharam, é claro, como qualquer criança olha qualquer novidade. Mas o interesse, de fato, era dele, do nosso homem grande, com alma de criança.

Que bom saber que é assim...Que tudo isso que me encantou nele não foi apagado pelo tempo, pelo trabalho, pelas responsabilidades, pelas ‘obras e reformas’ da vida, pelas audiências intermináveis, pelos clientes que querem uma solução para o seu problema de uma vida em um minuto, pela falta de férias e por tantas outras coisas que fazem parte da vida adulta.

Hoje ele é um homem sério, às vezes até bravo, exigentíssimo, grande homem. Mas ainda é tudo aquilo que eu encontrei, há quase 20 (!) anos atrás...Sou feliz com ele. Muito. Sou feliz com as filhas que estamos criando juntos, com a nossa casa, com a nossa vida, com a nossa relação. Sou feliz porque ele me faz assim. E ele sabe. Assim como sabe que ferreomodelismo é, basicamente, um trenzinho em miniatura que anda sobre trilhos e que é sim, a nova forma que o homem grande encontrou de se fazer criança outra vez. Assim como sabe que vai vir aqui ler esse post, mesmo dizendo que ‘não gosta muito dessa coisa de blog’. Eu também sei que ele vem. E adoro isso.


E olha só o que eu consegui...É da Marisa Monte!

 Marisa Monte - Não é Proibido

dezembro 04, 2008

Recomeços...

Recebi por e-mail essa carta, escrita por uma médica otorrinolaringologista de Santa Catarina, e achei que vale a pena repetir...

29 de Novembro de 2008

Enfim, o sol cobre Santa CatarinaMeus amigos,Hoje 29 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta "folga forçada" a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui no nosso vale do Itajaí. As fotos que circulam na internet e os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu então não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Todos vocês já sabem de cor. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas. Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.
Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.
Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:
- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.

Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:

COMEÇAR DE NOVO

Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos.
( procura-se o autor)

dezembro 01, 2008

Da Série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br "

Natal : O Nascimento do Consumo?


Que vivemos em uma sociedade consumista não se contesta. Que gostamos cada dia mais de consumir também não. E nem que o consumo deixou de representar apenas a aquisição de um bem. Comprar, hoje, é um verbo relacionado com conquista, vitória, status, compulsão, doença e terapia. A aproximação do Natal, então, parece exaltar até mesmo os ânimos mais contidos para o consumo. E os meios de comunicação acabam por tornar a resistência ao cartão de crédito quase impossível. Que o digam os pais...

Fico imaginando o que se passa na cabecinha das crianças quando vidram os seus olhinhos na propaganda da nova boneca que fala e memoriza o nome escolhido pela nova “mamãe”. E os lançamentos da Barbie? Quando finalmente compramos a “Barbie Magia do Arco-Íris”, a televisão já mostra, em um cenário de sonhos a “Barbie Castelo de Diamantes”...E todas elas têm o seu cavalo mágico, as suas amigas inseparáveis, o seu castelo indispensável, e a sua versão míni, maxi, falante, dançante, iluminada...Enfim, aquela que a sua filha sempre sonhou e não pode viver sem – pelo menos até os próximos dois dias.

Assistir aos canais de programação infantil é como assistir a um canal de compras específico, direcionado e, temos que concordar, fascinante. Como leiga em assuntos de marketing e publicidade, só posso afirmar que os responsáveis pelas vendas destes produtos estão cada vez melhores...

E aqui, do outro lado da tela, nós, mães e pais, muitas vezes também fascinados com o novo lançamento do “Hot Wheels”, com o “Circo Mágico do Backyardigans” e com a “Amazing Ananda” – só os pais e mães entenderão o que quero dizer – precisamos conter o consumismo desenfreado dos nossos pequenos e mostrá-los o verdadeiro sentido do Natal. Mas será que nós sabemos o verdadeiro sentido? Será que também não nos deixamos encantar pelas luzes e músicas desta época do ano e, principalmente, pelas maravilhas que o mundo consumista nos põe a disposição em 10 vezes sem juros no cartão, com frete grátis?

O fato é que, falo por mim, comprar o presente desejado pelos nossos filhos nos enche de contentamento. Será que pela felicidade de ver os olhinhos brilhando e o sorriso no rosto ou pela sensação de amenizar a culpa por não sermos tão presentes como gostaríamos? Talvez tudo isso junto, como reflexo de uma vida moderna e de uma mudança no panorama e na estrutura familiar que distancia fisicamente os filhos dos pais e, principalmente, das mães, que já foram presença fixa e contínua no lar.

E assim, continuamos consumindo, desenfreadamente ou não, racionalmente ou não, com crise ou sem crise, com Obama ou sem Obama, felizmente...Ou não.

novembro 27, 2008

É dia de Ação de Graças

Passamos pela porta da Igreja quando voltávamos com as meninas da escola hoje e vimos uma movimentação diferente. Missa a essa hora? Eu havia me esquecido do Dia de Ação de Graças. Como esquecer de agradecer?
Diante de tanta coisa acontecendo, com os jornais de qualquer hora do dia aumentando o número de vítimas fatais e feridos em razão das chuvas, para não falar de todas as outras coisas que amedontram qualquer cidadão de bem, fui capaz de esquecer o Dia de Ação de Graças.
Assistindo ao noticiário na TV hoje, minha filha me perguntou porque não poderíamos levar toda a água que está caindo em um lugar (no caso, no sul e sudeste) para aqueles aonde ela falta? No mesmo bloco do jornal na TV, vimos mortos e desabrigados por causa da chuva e assistimos à agonia de uma família do estado do Alagoas que não tinha água para beber por causa do longo período de estiagem. Problemas ambientais à parte, não soube responder a sua pergunta. Me calei diante de todo aquele sofrimento.
Não poderia ser assim. Mas, somos um povo otimista, solidário. E aprendi, desde cedo : "Em tudo dai Graças!" e "Deus sabe o que faz". Então, mesmo diante de tudo isso, tenho muito o que agradecer. Mais do que poderia merecer. Mas talvez tenha me esquecido do dia que foi separado para que déssemos graças a tudo o que somos e temos, mas não posso dizer que me esqueci de agradecer...Não posso porque o faço todos os dias, como o faço agora. Agradecendo o que sou e o que conquistei me abasteço de esperança, como se o Obrigado fosse também uma senha para continuar.
Por isso, querendo continuar, agradeço a Deus hoje por todas as vezes em que o Obrigado foi a palavra mais pertinente, mais precisa. Ainda que muita coisa há para se pedir, para se mudar, não poderia deixar terminar o dia de hoje sem repetir: OBRIGADA.

novembro 22, 2008

Colorido de Natal

Adoro Natal. Adoro as cores que o Natal traz e, principalmente as luzes que chegam junto com ele. Apesar de todo o significado cristão, humano e até filosófico que esta data possui, não é a isso que me refiro. Não agora.

Agora, falo daquela disposição que se encontra para montar uma árvore, fazer um arranjo, acender algumas lâmpadas. Toda vez que arrumamos nossa casa no Natal, acho que o sentimento que transborda em nosso coração é a ESPERANÇA. Enfeitamos a casa para esperar. Acendemos as luzes para esperar. Esperar um amanhã diferente. Preparamos a casa e as ruas para o Natal como uma forma de mostrar que o nosso coração também se prepara e espera, e que, apesar de tudo o que possa ter acontecido durante todo o ano, acreditamos que o próximo será melhor. Acreditamos também que nós seremos pessoas melhores, nos esforçaremos mais, nos dedicaremos mais e, claro, seremos muito, muito mais felizes.

Imagino se esse sentimento tão bonito fosse demonstrado não somente na hora de arrumar a árvore e preparar a casa, mas sempre que fossemos fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Se todo o cuidado com os enfeites, com a escolha das fitas, com a posição das lâmpadas se transferisse para as nossas ações do dia-a-dia, talvez, aí sim, pudessemos esperar com mais certeza...Não sei...

Mas sei que adoro este sentimento, adoro a árvore montada, a casa diferente. Gosto cada ano mais. E quero continuar gostando. Assim, terei a certeza de que o meu coração continua querendo esperar, continua buscando ser melhor.

Ao lado disso tudo, vejo os olhos lindos das minhas pequenas acompanhando a mim e às duas avós (que privilégio, não?) quando colocamos cada enfeite ou mudamos qualquer coisa de posição. Olhando tudo isso, como não ter esperança? Como não acreditar em um mundo melhor? Como não exibir um sorriso orgulhoso?

O Natal para mim é assim, feito de sorrisos, luzes, enfeites e brilho nos olhos. Um brilho nos olhos que só pode existir em quem espera...

novembro 17, 2008

Outra Laurinha

Há alguns anos conheci uma médica baiana que veio parar aqui na minha cidade, no interior do Estado do Espírito Santo.
Na minha primeira gravidez ela fez todas os meus exames de ultra-sonografia. Em uma delas, me perguntou como seria o nome da criança, ao que eu e Rodrigo prontamente respondemos que seria Laura, se fosse menina, ou João Pedro, caso fosse menino. Ela, então, me disse que seria a Laura. E me disse ainda que, desde sempre, pensou que, caso tivesse uma filha, a chamaria de Laura também.
Dois meses depois da descoberta de que a minha Laura estava a caminho, ela me ligou e disse que também estava grávida, e me lembrou de que, sendo uma menininha, teria o mesmo nome que a minha. Alguns meses depois, confirmamos que teríamos 2 Lauras! Lindas e saudáveis. E assim foi. A minha Laura nasceu, em dezembro, e a dela, em Julho.
Lindas e saudáveis, como imaginávamos. Papai do Céu, no entanto, queria a Laura dela diferente, e a fez enxergando de outra forma, com as mãos e com o coração. Enxergando assim ela encanta pela sua inteligência, humor e sagacidade...
E a mãe dessa Laura também encanta pela dedicação e pelo amor com que conduz e acompanha a filha. Na minha outra gravidez, quando ia fazer os exames (e descobrir a minha Elisa), cheguei a vê-la recortando as letras em braile para colar no teclado de seu computador.
Hoje, fui levar a Elisa para fazer um exame e me deu vontade de falar sobre isso. Sobre essa relação linda que as duas têm e sobre a coisa mais especial que é ver a Laura dela crescendo, cada dia mais esperta e mais linda, diferente mas igual, caminhando com as próprias pernas e vendo o mundo de uma forma que é só dela e que, tantas vezes, nos ensina tanto.

novembro 13, 2008

Formatura...

Por que será que tantas vezes nos pegamos querendo que nossos filhos aprendam logo a sentar, a engatinhar, a andar, a falar, a escrever, a ler? A ansiedade de vê-los crescendo é grande, e não raro ouvimos alguém declarar, com muito orgulho: Ela tem só dez meses e já anda! Ele tem 5 anos e já escreve tudinho!
Ah, hoje eu queria que o tempo parasse...Parasse para mim e para minhas filhas...
Recebo um bilhete do colégio me convocando para uma reunião de pais hoje, às 18:30, para decidirmos os detalhes da formatura da Laura. Como assim formatura? Ela tem 06 anos!!!!!!!!!!! Mas ela me respondeu, com todo o orgulho de mundo, que, a partir do próximo ano deixará o "Coleginho" e passará a estudar no "Colejão".
-Mas minha filha, no "Coleginho"- local aonde funciona a educação infantil - tem portas coloridas, piscina em forma de baleia, pomar, viveiro, uma sala dos sonhos que é um encantamento só, e você quer ir para o "Colejão"?
-Mamãe, eu já acabei o que eu tinha que fazer aqui!
É, verdade. Acabou mesmo. Ano que vem ela será uma responsável aluna da 1º série do Ensino Fundamental...Mas não foi ontem que eu a matriculei no maternal? Mas o "Colejão" não é muito grande para uma criança tão pequena? Será que as professoras prestam atenção neles na hora do recreio? Será que ela vai se sentir perdida?
Não sei...Só sei que hoje eu estarei lá, decidindo os detalhes da primeira conquista escolar da minha Laura. Com um apertozinho no coração, confesso. Mas cheia de orgulho também. Pois ela realmente fez tudo o que podia e devia no "Coleginho", até cantou no teatro, sozinha, para mais de 500 pessoas uma versão de "Sozinho", acompanhada do pai ao violão. Coisa mais linda.
Agora, outros desafios nos esperam...Minha garotinha está crescendo, e eu cresço junto com ela também. Sempre.
Mas a vontade mesmo, é de dizer: - Fica assim, filha! Não cresce mais não!!!!!!!!! Tá tão linda desse jeito...Elisa, você também! Pode parar por aí. Tá tão bom pra mim!!!!!!!! Suas gracinhas me matam de rir e você está tão encantadora!!!!!
Ah, que mãe egoísta que eu sou! Esse meu egoísmo só não é maior do que o meu amor por vocês, que me faz desejar conquistas cada vez maiores e uma vida cada dia mais feliz...Por isso, contradiçoes à parte, cresçam. Cresçam mesmo, muito. Como pessoas, mulheres, alunas, profissionais e cidadãs. Conquistem os seus sonhos. Eles serão os meus também.

novembro 04, 2008

Deus te abençoe.

Acabei de receber uma ligação da minha avó, Wanda. Quase todas as noites, quando estamos em casa, recebo a sua ligação, perguntando pelas meninas, por nós e nos desejando uma boa noite. A ligação sempre acaba com um "Deus te abençoe, durma com Deus."
Às vezes, na pressa, atendemos meio entre os dentes, falamos rapidinho e respondemos quase que mecanicamente. Nem imagino quanta falta isso vai fazer...As ligações à noite, as lembranças por todos os aniversários, aniversários de casamento, namoro, batizado e etc..., os almoços de domingo. A sopinha de taiadela, a maionese de batata, o biscotinho apimentado que antecede o almoço. E sempre, no final disso tudo, um "Deus te abençoe."
Sábia como só ela sabe ser, não tem dúvidas de que todos nós, 14 netos, e suas duas bisnetas (até agora) precisamos mesmo de sua intercessão. Intercessão como só ela sabe fazer, pois sente as dificuldades de todos nós, vive cada problema como se fosse seu e cada alegria com uma intensidade ainda maior que a nossa.
Ai, vó, você fica aí , quietinha, e tantas vezes nos esquecemos de sua importância. Raiz, esteio, âncora, ponto de equilíbrio, motivo de orgulho, ponto de partida e de chegada de todos nós...Avó que é avó mesmo, de saber a comida favorita, de não gostar se sumimos por uma semana, de ter uma receitinha infalível para uma tosse persistente ou uma mancha na roupa. Avó de fazer o casaquinho de tricot mais bonito que já vi, de comprar um milhão de presentes em junho para o Natal de dezembro, de ser a primeira a lembrar de cada data importante e de sempre ter solução para tudo...Avó de proteger cada um de nós, ainda que não estivéssemos tão certos assim, de dar palpite, de rezar durante todo o tempo em que cada um de nós estivermos viajando e de dizer um sentido "Graças a Deus" quando ligamos dizendo já termos chegado.
Tenho medo de não ter você aqui. Tenho medo de não conseguir ser o que você foi, de não conseguir ensinar o que você ensinou. Mas, ao mesmo tempo, sei que tudo o que vivemos é eterno, e agradeço muito por você estar aqui, hoje, e por minhas filhas poderem viver tudo isso de perto. Um tempo que não se esquece, nunca. Deus nos abençoe, assim como você deseja.

outubro 30, 2008

O Dia do Brinquedo

Toda sexta feira é o "Dia do Brinquedo" na escola das meninas. Isso significa que é dia de toda criança levar para o colégio um brinquedo de que goste para brincar com os colegas, já que levar brinquedos nos outros dias da semana não é permitido.
Assim, toda quinta à noite temos a deliciosa tarefa de escolher o brinquedo que será levado no outro dia. E essa parece uma grande questão para as meninas. Um problema que precisa ser resolvido, algo importantíssimo na ordem do dia.Os olhinhos dançam sobre todos os brinquedos do quarto, buscando aquele que vá fazer a diversão do dia seguinte.
Laura sempre se preocupa em levar um brinquedo que permita as amiguinhas brinquem junto, sempre preocupada com os outros, essa minha menina. Não quer ver ninguém contrariado, não quer ver ninguém infeliz...
Elisa toda semana leva o mesmo carrinho, com uma boneca diferente dentro. Percebo claramente que o que ou quem ela coloca no carrinho pouco importa, o que ela quer mesmo e sair empurrando o carrinho cor-de-rosa, cheia de razão.
O mesmo brinquedo que fica ao alcance de suas mãozinhas todos os dias ganha um colorido diferente, pois se torna o escolhido do dia. Decidi que vou também ter uma escolha todos os dias. Algo comum, ordinário, mas que seja escolhido para ser celebrado pelo simples fato de existir e estar ali, a minha disposição. O brinquedo do dia. O presente do dia. O que me faz feliz por estar perto, ao meu alcance.
Assim como o brinquedo na sexta feira, as coisas da vida precisam ganhar um colorido diferente, um olhar diferente, ainda que sejam as mesmas coisas de todos os dias. São estes olhares diferentes que formam o que chamamos de FELICIDADE.




Obrigada, Nina!

Muito obrigada, minha querida!

outubro 27, 2008

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!

Recebi este texto por e-mail hoje, de uma grande amiga, e acabei concluindo que não dou a única "culpada" neste mundo....


Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.Primeiro: a dizer NÃO.Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.Culpa por nada, aliás.Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.Você não é Nossa Senhora.Você é, humildemente, uma mulher.E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.É ter tempo.Tempo para fazer nada.Tempo para fazer tudo.Tempo para dançar sozinha na sala.Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias!Tempo para uma massagem...Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.Tempo para fazer um trabalho voluntário.Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.Tempo para conhecer outras pessoas.Voltar a estudar.Para engravidar.Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for meiga, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela..Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

outubro 24, 2008

Da Série " Especial para Giorgia Vasconcellos" 5

Com a permissão da Cris...


Hoje nós vamos com você.

Um lindo presente é o que a publicitária Cristiana Guerra preparou para o seu filho Francisco, o Cisco. Um presente que nasceu de uma história que podia ser a de qualquer um de nós, mas que foi contada e sentida com muita poesia e emoção. Uma história que escreveu, nas palavras dela própria, para curar as suas feridas. E acabou curando as feridas de muita gente. Acabou ajudando a curar as feridas de pessoas maltratadas por um mundo violento, preconceituoso, mesquinho. Sim, porque palavras também curam. Aliás, acho que palavras, quando bem colocadas, são mais eficientes do que o mais moderno dos procedimentos cirúrgicos.

As palavras escritas pela Cris, como é carinhosamente chamada pelas centenas de pessoas que acompanham diariamente os seus blogs (
http://www.parafrancisco.blogspot.com/ e http://www.hojevouassim.com.br/) são colocadas de uma forma tão carinhosa que acabamos nos sentindo parte da história dela, como se fossemos amigas de verdade. Amigas daquelas que ficam com o filho para a mãe ir a uma festa ou dormir até mais tarde, sabem? Quantas vezes já não tive a vontade de pôr o Cisco (e até a própria Cris) no colo depois de conhecer um pouquinho da sua vida... É assim que nos sentimos quando lemos os textos que a Cris escreve para o Cisco. Suas palavras enchem de ternura o cotidiano de quem as lê e faz com que cresça em nós o desejo de amarmos mais, com mais urgência, com mais intensidade, de sermos melhores mães, pais mais dedicados, amigos mais pacientes, filhos mais presentes. Faz nascer o desejo de dizer EU TE AMO, de ficar perto, de fazer carinho.

E agora, a Cris presenteia o Cisco com um livro que conta toda essa história, de uma mulher jovem que, meses antes de ter o seu primeiro filho, perdeu o grande amor de sua vida de forma súbita e inexplicável. E é assim, no meio de todas essas emoções que se encontram e se desencontram, que o presente também chega até cada uma das pessoas que torcem para que esta história continue tendo recomeços felizes a cada dia.

Obrigada, Cris, pois, mesmo sabendo que o livro é para o Cisco, eu também me sinto presenteada com toda essa beleza...!!! Hoje, nós é que vamos com você, mergulhando nessa sua dança de palavras que encanta e emociona, cura e ensina, e que nos torna pessoas melhores a cada leitura. Um beijo enorme em você e outro no Cisco.

outubro 23, 2008

Virei fã...

Que voz doce, que sensação de liberdade, de calmaria, de domingo de manhã...Adorei o disco todo...A começar pelo nome: "Onde brilham os olhos teus..."

Fernanda Takai cantando Nara Leão.

(Consegui, Nina, acho que venci o site pelo cansaço..rsss...)



 Fernanda Takai - Diz que fui por aí

outubro 19, 2008

Da Série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br 4"

Mães, Filhas, Irmãs...O Universo Feminino em Família


Não tenho irmãs, biologicamente falando. Tenho algumas que escolhi depois que nasci, ou que me escolheram, não sei ao certo. Já invejei muito quem as tem. Me parece uma relação quase mágica, de dependência, de cumplicidade, de confusão, de amor, de ciúme, enfim...De irmãs. Já ouvi de uma tia a frase de que toda mãe merece uma filha, e toda filha merece uma irmã. Talvez seja uma pouco tendenciosa, feminista essa afirmação, mas hoje percebo como é profunda essa ligação entre duas mulheres nascidas em uma mesma família. Percebo porque, apesar de não ter irmãs, eu “fiz” irmãs.

Duas filhas nascidas de uma mesma mãe e de um mesmo pai, criadas no mesmo ambiente, com os mesmos recursos e as mesmas pessoas, mas tão diferentes...Cada uma com o seu jeitinho próprio e especial de olhar, de falar e de querer. Uma quer tudo o que a outra pega, uma é mais organizada que a outra, uma é mais quieta, a outra mais falante. Me lembro quando chegava a me perguntar se seria possível amar alguém com a mesma intensidade que eu amava a minha filha, hoje vejo que foi e é possível amar, do mesmo jeito, a sua irmã...Vejo que é possível aumentar um amor que já se acreditava ter chegado ao limite da intensidade, que o amor parece que aumenta, ainda que a atenção tenha que ser dividida.

Mais uma vez me realizo com elas, quando vejo uma relação tão próxima e tão bonita. Até mesmos os momentos de “briga” e discordância são recheados de carinho, de olhares de cumplicidade. Ainda crianças, a competição vira diversão e tudo acaba em festa. A disputa pela minha atenção se torna uma competição de carinhos na qual eu me sagro como a grande vencedora de todas...Um honrado primeiro lugar no qual as medalhistas de prata empatam com louvor!

Torço e rezo para que essa relação continue assim, através da segunda infância, da adolescência, da idade adulta, da terceira idade, enfim...Será que isso é possível??? Giorgias e Robertas, Pollyannas, Fabíolas e Larissas, Cinthias e Hellens, Kellys e Márcias, Danielas, Gerusas e Patrícias, Renatas e Karlas, Cristiannnes e Camilas, Brendas e Brunellas, Andressas, Valessas e Pâmelas, Graças, Ritas e Reginas, Sílvias e Scheilas, Saras, Sônias e Sirleys, me fazem acreditar que sim, e torcer para que as minhas Laura e Elisa possam ter, sempre, uma à outra, e eu, tê-las comigo, sempre mesmo, nessa eterna cumplicidade que nos faz dependentes e realizadas...

outubro 15, 2008

Temos o mundo inteiro no nosso quintal...

Quantas vezes ouvimos essa música nos últimos dois anos? Impossível calcular...Tantos programas de TV que nunca mais assistimos por causa desses bichinhos fofinhos que dizem ter o mundo inteiro em seu quintal...
Dizem que o controle remoto é sempre propriedade do homem, parece até uma questão patológica, ou explicada pela filosofia, não sei. Mas aqui em casa é diferente...Desde que vocês chegaram em nossas vidas, mesmo que muitas vezes nos esforcemos para dizer que não, são vocês que mandam. Pelo menos no controle remoto.
Os Backyardigans são cinco bichinhos muito coloridos e de diferentes espécies que cantam e dançam o tempo todo, vivendo as mais fantasiosas aventuras sem sair do seu quintal. E aí, embalados por toda essa "paixão" que os tais backyardigans despertaram em vocês, fomos ao show deles no último sábado.
Acho que mais uma vez nós precisamos nos render às preferências de vocês e confessar que foi muito, mas muito melhor do que qualquer show que possamos ter assistido nos últimos tempos. Acho que porque estávamos os quatro juntos, podendo falar a mesma língua e curtindo cada pedacinho do show que foi lindo, colorido, musical, emocionante. Coisa de mãe babona? Não sei...Mas sei que nos divertimos muito. Juntos. Assim mesmo, como tem que ser.
Acho que o mundo precisa de mais pais e mães juntos de seus filhos. Acho que há muito tempo os filhos caminham separados dos pais, muitas vezes em direções opostas. Temos visto muitas provas de que isso não tem sido bom.
O parquinho, a praça, o circo e o show dos backyardigans não são programas para crianças acompanhadas de babás. São uma oportunidade que as crianças dão aos pais de chegarem mais perto, de gargalharem sem compromisso, de esquecerem da vida, de sujarem os pés, de comerem pipoca, enfim, oportunidade de ser pai e mãe também nas horas leves, gostosas, felizes, e não somente na hora de cobrar o dever de casa ou de reclamar do quarto desarrumado.
Obrigada, filhas. Obrigada por nos mostrarem mais uma vez que podemos sim ter "um mundo inteiro no nosso quintal" e que podemos fazer esse mundo do nosso jeito, com a nossa cara.
Obrigada com amor imenso, que não cabe no peito.

outubro 06, 2008

O Circo.

Ontem levamos nossas pequenas ao circo. Um cheiro, uma sensação que parece ser a mesma depois de tanto tempo. Passei a maior parte do espetáculo vendo tudo através dos olhos delas, brilhando e refletindo uma alegria simples e diferente, inocente.

O tempo parecia ter parado...As atrações do espetáculo são as mesmas de anos atrás, as brincadeiras feitas pelos palhaços não mudaram, tampouco os números com trapézios, tecidos e malabares. Tudo exatamente igual. E tudo tão novo ao mesmo tempo. Tão especial. Aquilo que me fazia rir também as faz. Elas prendiam a respiração exatamente como eu fazia quando o trapezista tentava uma manobra mais elaborada ou quando andava pela corda bamba.

Isso me fez entrar no clima e esquecer do calor que fazia dentro da lona do circo ou das eleições municipais que eram apuradas naquele momento. E eu acabei vendo as mesmas coisas com os mesmos olhos despretensiosos de uma criança. Olhos que não querem saber como ou porquê, que não se preocupam com as consequências ou com as impressões e que, talvez por isso, vejam apenas a beleza e as cores, sem dar lugar à duvida...

Olha aí, Nina!!!

Viu, Nina??!!!!!

Pelo menos o selinho consegui colocar!!!

Um beijo!

outubro 03, 2008

O Quarto das Meninas

Toda menina já sonhou com um quarto rosa, de princesa, aonde ela pudesse dar asas a todas as suas fantasias de criança. Com vocês não é diferente. Mais com você, Laura, que já é maiorzinha e já dá valor a essas coisas. Hoje vocês têm o mesmo quarto, porque preferiram assim. Eu e seu pai gostamos da idéia, ainda que não saibamos se essa vontade vai permanecer...

Hoje chegaram os móveis do quarto de vocês. Não são móveis de princesa e a cama não tem dossel como você já me pediu, Laura. Até porque vivemos uma realidade diferente, mais prática, e, muitas vezes não conseguimos fantasiar tanto quanto gostaríamos. Mas vou encher a parede com adesivos de borboletas coloridas. Quero que elas dêem asas à vida de vocês. Quero que todas aquelas cores façam parte do dia-a-dia de vocês (e nosso, é claro!!!) tornando a vida mais leve, mais fácil, mais divertida. Acho impossível alguem passar por uma borboleta colorida e não reparar em sua beleza ou não achar que realmete fazemos parte de um grande milagre. Também não consigo olhar para vocês e não sentir a mesma coisa. Meus milagres. Nossos milagres. Nossas borboletas.

Quero muito, filhas, que o quarto de vocês e toda a nossa casa sejam um verdadeiro casulo protetor e aconchegante, que prepare vocês para voôs mais altos, ainda mais belos. Quero estar por perto (rezo todos os dias para isso) quando a hora de voar chegar, mas quero ter a confiança de que nós conseguimos preparar vocês para que saibam voar sozinhas, alegres e coloridas, comos as borboletas que estão em sua parede...







setembro 30, 2008

Em casa...

Hoje estou em casa...Estou em casa para cuidar das minhas pequenas que não estão passando muito bem. Agora à tarde ia para o escritório quando a Laura pediu que eu ficasse. Ela disse: Mãe, só você sabe cuidar de mim e me dar carinho quando eu estou assim...Aí, quem resiste?? Quem consegue???

Então, enquanto posso, fico a cuidar e a dar carinho para as razões da minha vida...E estamos aqui...Passando mal, mas passando bem por estarmos juntas. Só nós...

setembro 24, 2008

Letra Cursiva

Que coisa linda, filha! Você, agora, escreve corretamente utilizando, como você mesma diz, letra cursiva...Está muitíssimo empolgada com essa sua nova habilidade e eu vivo te dizendo que quanto mais você ler, melhor vai escrever...E eu, como mãe empolgadíssima que sou, comprei um "montão" de livrinhos para vocês...

Laura, os seus já contam estórias, já trazem lições de vida, já mostram valores.
Elisa, os seus são cheios de cores, figuras e dobraduras (hoje chamadas pop ups), mas igualmente educativos e maravilhosos.

Filhas, cada página que viro desses livrinhos com vocês me ensina alguma coisa. Cada palavra me faz pensar em um jeito de mostrar para vocês o melhor do mundo, da vida, das pessoas. Cada expressão de surpresa de vocês faz meu coração bater tão forte que me dá medo...Vocês aprendem, filhas, mas eu aprendo mais. Aprendo a amar, a respeitar o ritmo de cada uma de vocês, a identificar suas diferenças, a calar, a ouvir, a contar, pela décima vez, uma estória como se fosse nova, e a me divertir com isso tudo...

Que bom, filhas, poder ter esses momentos tão felizes com vocês!!!!!!

setembro 22, 2008

Queria tanto...!!!!

Hoje, agora, você me ligou, Laura. Eu fechei um arquivo importante que estava terminando no computador para te atender. E você me perguntou se podia vir para a sua aula de Inglês com uma roupa diferente daquele que eu havia deixado sobre a cama, correndo, na hora do almoço. É claro que pode, minha filha, é claro que você pode escolher a roupa que vai vestir...Mas como eu queria poder receber esses telefonemas, assim, no meio da tarde, por todos os dias da minha e da sua vida...


O que eu quero não é escolher o que você vai vestir, eu quero sim, e vou querer sempre, participar das suas escolhas, dar palpite ( no bom sentido, é claro...), te mostrar aquilo que já vivi e que pode te ajudar a viver melhor. Eu queria tanto poder escolher todos os dias a roupa que vai te fazer feliz, te aquecer, te refrescar, te esconder, te mostrar, te fazer confiante, te proteger, te deixar confortável...Talvez vestir em você coisas que nunca vesti, ou repetir em você o que deu certo em mim...


Entende, filha, o que eu queria era te vestir todos os dias para a vida...Egoísmo meu???Super proteção???? Não sei... Sei que você vai precisar se vestir sozinha, vai querer se vestir sozinha, sei que, muitas vezes, e talvez na maioria delas, vamos ter um "gosto" diferente, mas eu vou estar aqui, sempre, para te dizer o que vestir quando a dúvida bater forte, ou, pelo menos, quando esfriar no fim de tarde e você estiver desprevenida...


setembro 16, 2008

Da Série "Especial para Giorgia Vasconcellos" 3


LOBO MAU E CHAPEUZINHO VERMELHO


Um dia desses, lendo o livro “Ostra Feliz não faz pérola”, de Rubem Alves, me deparei com uma análise muito interessante da economia brasileira comparando-a à estória da Chapeuzinho Vermelho. Me chamou atenção quando este autor diz que todo mundo tem o Lobo Mau como o grande vilão da estorinha, mas a verdadeira vilã é a mãe. Achei graça no início, imaginando que aquela seria mais uma das grandes sacadas de humor do autor. Algum tempo depois, ainda estava pensando na mãe como a vilã da estória e acho que acabei concordando com a interessante versão de Rubem Alves...

A situação é tão absurda, a princípio, que nem no filme “Deu a louca na Chapeuzinho” se cogitou a cândida e prendada mãe como uma possível vilã da saga da menininha boazinha que leva doces para a vovó. É muito mais fácil enxergar o lobo mau, com seus grandes olhos e dentes ainda maiores como aquele a quem se pretende apedrejar.

Mas, veja, a mãe da chapeuzinho, mesmo conhecendo as possibilidades de uma floresta com caminhos perigosos, mesmo sabendo da existência do lobo (lembrem-se de que a chapeuzinho fora devidamente advertida no início da estória), ou, pelo menos, da grande possibilidade de uma garotinha se perder ou se machucar no percurso até a casa da vovó, manda que a pobre e indefesa chapeuzinho cruze toda a floresta para levar deliciosos doces para a vovozinha acamada.

Se a mãe não tivesse mandado a chapeuzinho ir pela estrada afora, bem sozinha, levar os doces para a vovozinha, o lobo mau teria alguma chance? Ou, ainda, se a mãe tivesse acompanhado a garotinha de vermelho pela floresta, o lobo poderia enganá-las tão facilmente? Chego a imaginar que o lobo faria os seus estragos de um jeito ou de outro, mas acho que a chapeuzinho poderia ter tido outra sorte, se a mãe tivesse observado essas cautelas básicas...

A simples análise de uma simples estorinha infantil por um outro ângulo me fez pensar que a nossa responsabilidade como mães vai muito além de fazer doces deliciosos, vestir o casaquinho na criança e adverti-la dos perigos existentes pela estrada afora. Na verdade, somos responsáveis por acompanhar os passos dos pequenos e guiá-los por estradas nas quais não existam lobos, ou que eles, pelo menos, não consigam chegar perto dos nossos filhos...





setembro 15, 2008

Vida que passa...

Ouço cada dia mais que o tempo está passando mais depressa, que não está dando tempo de "ver a vida passar", que as crianças cresceram rápido demais, que esse ano passou mais rápido que qualquer outro...Às vezes me pergunto se as pessoas se sentem bem falando assim, se falam porque ouviram alguém falando ou se este "fenômeno da aceleração" está realmente acontecendo.



Talvez estejamos trabalhando mais, acumulando mais funções, tendo mais opções do que tínhamos há alguns anos, ficando bem menos tempo em casa...Mas, definitivamente, o tempo parece estar passando mais rápido...Isso me angustia. Me angustia saber que tenho pouco tempo para fazer tudo o que gostaria, para dizer tudo o que tenho vontade, para escrever tudo aquilo que transborda em mim...Me angustia saber que as pessoas passarão pela minha vida e poderão não mais voltar...Pode não dar tempo!
Me angustia saber que deixer de falar, de brincar com minhas filhas, de colocá-las para dormir, de contar estórias, de ouvir uma palavra nova, de prestar atenção em um novo movimento aprendido na aula de dança, de ficar perto, simplesmente para estar perto... E essa angústia toda quando elas têm ainda apenas 6 e 2 anos...!!!! E estão aqui, ao meu alcane agora, neste momento. Não, não posso me deixar angustiar. Não ainda. Tenho tempo para tudo isso, tenho tempo para dizer que as amo, cada dia mais, tenho tempo para brincar, para ensinar, para aprender...Ainda que não tanto tempo como gostaria, mas tenho.
Deixo a angústia para depois...Ela me toma tempo.

setembro 12, 2008

Da Série "Especial para Giorgia Vasconcellos" 2

Pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo.

Há alguns anos atrás ouvi de uma pessoa muito querida que as crianças aprendem aquilo que queremos ensinar por apenas três formas: pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo. Na época, ainda sem filhos, acho que não consegui entender a verdade que essa frase traduzia.
Hoje, com duas filhas, me surpreendo com o efeito que cada uma das minhas ações possui em qualquer uma delas. Cada frase que falo ou deixo de falar, cada roupa que uso, cada movimento meu é avaliado pelas pequenas com a atenção de uma psicanalista. Quantas vezes me vejo, ou vejo o meu marido, refletido e fielmente reproduzido em suas ações...São verdadeiros espelhos!
Talvez seja essa a nossa maior responsabilidade enquanto mães...Precisamos educar as nossas filhas para serem profissionais competentes e éticas (a ética, na essência, não se ensina na faculdade!), mães dedicadas e atentas, donas-de-casa perfeitas, amigas atenciosas e, por fim, mas não menos importante, mulheres bem cuidadas, bem vestidas, bem penteadas, perfumadas e bem humoradas...
Não sei se é possível ser exemplo disso tudo sempre e, o que é pior, ao mesmo tempo (acho muito difícil, !quase impossível), mas sei que essa “conquista feminina” no mercado de trabalho exige cada vez mais de nós, mães, que, além de tudo isso, ainda precisamos ensinar, pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo...

setembro 11, 2008

Da série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br "

Muitas vezes chegamos a nos questionar, como mães, de que forma poderíamos melhor educar as nossas filhas para um mundo tão instável e, por que não dizer, efêmero. Todo o tipo de dúvida nos vem à cabeça. Algumas autoridades em educação nos levam a pensar que a liberdade para que as próprias crianças façam suas escolhas é sempre a melhor opção. Outras já cultuam a imposição de limites como a melhor forma de se criar um adulto emocionalmente saudável e feliz.
Na verdade, continuo acreditando no bom senso e no equilíbrio entre a liberdade e a imposição transparente e justificada de limites. Mas como é difícil justificar estes limites!!! Como é difícil justificar que a sua filha de seis anos não pode usar sapato alto! Maquiagem, acessórios, bolsas, perfumes, tudo fascina as pequenas princesas que demonstram, desde cedo, a mesma relação de fascínio que uma sapato novo exerce sobre nós, mulheres.
Não raros são os momentos em que tenho a impressão de que as minhas filhas nasceram vaidosas...E com toda essa vaidade, que a cada dia é incentivada pelos meios de comunicação, nos aparece um novo dilema: Seria adequado incentivar ou repreender as “iniciativas fashion” de nossas pequenas? Eu, particularmente, acabo incentivando, é claro, dentro do que considero saudável e razoável. Mas, quem resiste a todas essas vide bulas jrs., vibizinhas, anjos d’áqua, lilicas ripilicas, gira babies e booms ? Quem resiste aos encantos das roupinhas super transadas e confortáveis da turma da malha, hering kids e infantilândia? Filhas ou mães? Bom, considerando todas as teorias educacionais e pedagógicas, e principalmente, o bom senso e a individualidade das relações mãe e filha, acho que preciso confessar que, boa parte das vezes, elas (as filhas) gostam muito disso tudo, mas nós (mães) acabamos por nos realizarmos nessas figurinhas maravilhosas e surpreendentes...

setembro 10, 2008

De mãos dadas a festejar...

Era para ser apenas uma apresentação de ballet, mais uma dessas apresentações de fim de ano, nas quais os pais se enlouquecem para arrumar os "atores", chegar na hora, conseguir um bom lugar e, enfim, assistir aos seus pequenos em alguns segundos de evidência...Laura faria o papel da Jardineira, que regaria as "flores" do jardim e dançaria com elas.

A música que ela cantava e dançava me fez ter vontade de criar um mundo novo, só para ela e para a sua irmã, aonde nada nem ninguém pudesse machucá-las, entristecê-las ou apagá-las...Não sei porquê, mas a vendo "cuidar" daquele jardim, me senti também como uma jardineira, inteiramente responsável pelo brotar, crescer e florir do meu jardim de duas flores...

"Sementinhas de rosa,
margarida também...
Espalhei no jardim,
e cuidei muito bem.

Nessa festa tão linda,
vamos todos cantar,
passarinhos, borboletas,
de mãos dadas a festejar..."