dezembro 22, 2009

Para-Quedas.


Eu tenho um Para-Quedas. Há muito que ele exerce essa função em minha vida. Nunca precisei e nunca, na verdade, tive vontade de usar um para-quedas fora do chão, mas, sem me levantar um centímetro da terra, o meu para-quedas me socorre sempre. E me surpreende todo dia. Já desconfiei, é verdade, que no momento que eu mais precisasse o pára-quedas não se abriria. Aliás, acho que todo para-quedista deve ter esse medo, em cada vôo, ainda que isso nunca tenha lhe acontecido.

Já desconfie que, mesmo se abrindo, talvez não fosse forte o bastante para aguentar o peso, ou que alguma coisa pudesse impedi-lo de exercer sua função. Mas o meu para-quedas não deixou de se abrir em nenhum momento, e sempre proporcionando um pouso tranquilo, vitorioso, mesmo nos momentos em que eu não tomei todas as medidas de segurança que deveria, ou nos momentos em que o abri na hora errada.

Cometi vários erros, não é fácil ser para-quedista, mesmo na terra. É preciso treino, coragem, disciplina,ousadia, segurança e confiança. Mas meu para-quedas se manteve firme. Também tive momentos em que precisei cuidar dele, lavar, reformar, dobrar, preparar corretamente. O para-quedista também precisa zelar por seu equipamento. Acho até que zelei demais, por vezes. Eu deveria ter compreendido que o meu para-quedas não é qualquer um, e não precisa ser poupado para funcionar corretamente.

De qualquer forma, eu tenho um para-quedas. Ele tem nome e sobrenome. E não poderia ser melhor.

novembro 22, 2009

Passeio.

Um bilhete na agenda:

"(...) Faremos um passeio em Santa Tereza no dia 02/12/2009 para visitarmos o Museu Mello Leitão, na intenção de fixarmos e conhecermos de perto aquilo que estudamos durante este bimestre. (...)

Saída em frente à escola às 7:30
Chegada às 15:30 também em frente à escola
Valor: R$ 30,00, incluindo o almoço no Fazenda Clube de Santa Tereza.(...)

( ) Sim, meu filho poderá acompanhar a excurssão da escola.
( ) Não, meu filho não poderá acompanhar a excurssão da escola.

Assinatura do responsável:____________________________"


Mas como assim? Ela não precisava do meu colo para andar até um dia desses?

novembro 04, 2009

Campanha.




Campanha fofíssima da Nina!Quer dizer, acho que transformamos o desejo dela em campanha...

Se é pra ler, conte comigo!!!!!!

novembro 02, 2009

Sunny Road

Não sei se a falta de sol depois de uma semana literalmente debaixo d'agua, mas me apaixonei pelo clipe. Papel, tinta, lareira, neve, o meu azul preferido na blusa da moça que está sem espaço e só. Medo e coragem juntos, como em qualquer momento da vida. Uma borboleta linda quando o sol parece começar a querer aparecer. E, depois de tudo, um sorriso discreto nos lábios que parece ser de esperança. Uma carta de amor que vira música ou uma música que inspira a carta? Essa moça merece um final feliz...

outubro 26, 2009

O Sono de Um Anjo

"Quando ela dorme,como dorme a estrela
nos vapores da tímida alvorada,
e sua doce fronte extasiada,
mais perfeita que um lírio, e tão singela,

tão serena, tão lúcida, tão bela,
como dos anjos a cabeça amada,
repousa na cambraia perfumada,
eu velo absorto o casto sono dela

e rogo a Deus,enquanto a estrela brilha,
Deus que protege a planta e a flor obscura,
e nos indica do futuro a trilha,

Deus, por quem toda a criação se humilha,
que tenha pena dessa criatura,
desse botao de flor - que e a minha filha."


Luiz Guimarães Júnior


essa foi para você mãe
a poesia que você disse que ama porque te faz lembrar de mim
um grande beijo
Laura.

outubro 11, 2009

Prima.

Ela é linda. Tem um dos rostos mais bonitos que já vi, um sorriso lindo um bom gosto que não tem tamanho. Acho que é até maior que a sua teimosia. Briguenta, topetuda, encrenqueira, defende até a morte as coisas em que acredita e, principalmente, aqueles que ama. Acho que é capaz de dar a vida por qualquer um deles.

Não me lembro de ter tido alguma briga com ela durante todos o tempo que passamos juntos. Até hoje passamos. É claro que não concordo com alguns posicionamentos que o coração radical dela às vezes toma, mas ela também não deve concordar com alguns dos meus. Não concordo, mas respeito. E acho até graça das suas confusões. É uma das poucas pessoas no mundo que eu confio DE VERDADE. Seria uma das pessoas a quem eu confiaria as minhas filhas se eu não tivesse presente.

Ela tem as suas loucuras, mas quem não tem? Acho que a diferença dela é que ela fala mesmo. Tudo o que lhe vem à cabeça. Certo ou errado, tradicional ou totalmente exótico. Ela assume o que faz e até mesmo o que não faz. Ela assume tudo aquilo que passa pela sua cabeça, tudo aquilo que quase todo mundo pensa (ou faz) mas tem vergonha de dizer. Apesar das suas "maluquices" ( e que ela sabe exatamente o que eu considero "maluquice") eu a admiro muito.

Ciumenta como uma escopiniana, mãezona como uma canceriana, a frente do seu tempo como uma aquariana, senso estético apurado como uma leonina, mais criativa do que todos os signos do zodíaco juntos. Mas ela é capricorniana.

E é a madrinha da minha filha mais velha. Agora, ela vai ter o filho dela, e eu nunca seria capaz de fazer por ela tudo o que ela fez por mim na gravidez e depois dela. E continua fazendo. Gi, não se preocupe. Estamos todos com você e por você. Tenho certeza de que você será a melhor mãe do mundo. Aliás, você já é uma mãe maravilhosa, há quase oito anos.

outubro 04, 2009

Um Dia de Domingo.

Um Domingó é sempre um Domingo. Para alguns, sinônimo de preguiça e pijama, televisão, filmes e sofá. No máximo uma comidinha pedida pelo telefone ou uma esticadinha para um almoço rápido ou um cineminha. De óculos escuros, de preferência, porque Domingo não é dia de maquiagem, produções elaboradas e salto alto. Ou qualquer salto. Chinelo. Acho que poderia dizer que chinelo e domingo andam de mãos dadas, parecem indissociáveis.

Almoço em família, talvez, como é sempre (e felizmente) o meu caso. Mas a preguiça...Acho que essa é uma outra palavra que anda de mãos dadas com o Domingo. Se Domingo tivesse um som, seriam aquelas músicas da MPB que adoram colocar nas aberturas das novelas do Manoel Carlos. Se tivesse uma cor seria azul celeste, com algumas cintilâncias douradas provocadas por um sol gostoso, morno, acompanhado de uma brisa fresca e constante. Se tivesse um gosto, seria de pão quentinho, macarrão caseiro com queijo ralado ou coca-cola. Não dá pra dizer que coca-cola não é sinônimo de Domingo. Mas não a coca-cola de hoje, mas aquela que custava caro, e a gente buscava na padaria perto de casa na garrafa de vidro já gelada para o almoço de Domingo.

Para os religiosos, dia santo. Para os baladeiros, dia de ressaca. Para os otimistas, uma nova chance de começar uma semana produtiva. Para os pessimistas uma desagradável sensação de "vai começar tudo de novo", devidamente sonorizada pela vinheta quase depressiva do Fantástico. Para muitos, dia de promessas. Para tantos, dia de planejar a semana. Dia de encontros, dia de despedidas. Dia de passeios, dia de futebol. Dia de sim e dia de não. Dia de agradecer. Dia de pedir um pouquinho mais de força para começar de novo.

Dia de dormir mais cedo, ou dia de ser acometido por uma insônia sistemática que só acontece no Domingo, quando as noites parecem mais curtas para a quantidade de sono que se gostaria de preservar e o despertador parece teimar em avisar, silenciosamente, que sim, as horas estão passando.

Dia de nada e dia de qualquer coisa. Um dia como todos os outros, mas diferente ao mesmo tempo.

Para mim, é tudo isso ao mesmo tempo. Dia de tomar um banho demorado, com direito a hidratação no cabelo e esfoliação da pele. Dia de cortar as unhas das crianças, de arrumar as mochilas da escola e conferir as atividades da semana. Mas, é preciso confessar: O astral não é o mesmo da sexta-feira à noite ou do sábado de manhã. Mas a esperança sim. Acho que a esperança se engrandece dentro de mim a cada Domingo. Dia de pensar na vida ou nem pensar em nada, mas acreditar que muitos Domingos ainda virão. Azuis, dourados, frescos, ensolarados e com gostinho de coca-cola...

setembro 20, 2009

Uma Carta para Mim.

Renata,

Quantas vezes quis ter essa oportunidade de te dizer algumas coisas e, pelos acasos do destino, se a tive antes não a aproveitei. Mas, a vida nos reserva algumas coincidências interessantes, como esta de, após ter ficado um bom tempo sem conseguir entrar no meu próprio blog, ter me deparado com esta proposta maravilhosa. Dizer que eu tenho tanto para te falar soa bastante clichê, mas é verdade. Como você tem a mania de se perseguir com críticas desde muito nova, vou aproveitar a oportunidade para tentar te mostrar que muitos elogios também são merecidos. Sabe que, em um balanço desses trinta e quatro anos eu posso dizer que sou muito orgulhosa de você?

Pois é, sou mesmo. Orgulhosa da vida que você construiu, orgulhosa das filhas lindas que você tem, da sua carreira, do seu casamento...Tudo aconteceu tão rápido que quase não tivemos tempo de conversar direito sobre essas decisões, mas o seu instinto trabalhou e ainda trabalha muito ao seu favor. Começou a namorar tão cedo, com 16 anos, entrou na faculdade com 18, se formou e se casou com 22. Teve a primeira filha aos 26, a segunda aos 30. Mudou-se para a casa que escolheram juntos aos 32. Aprendeu a gostar de cachorro por causa de suas filhas. Deixou de dormir até o meio dia nos fins de semana também por causa delas. Tem uma rede na varanda do seu quarto para ler, como sempre quis. Continua teimosa, porém otimista inveterada. Continua fazendo de tudo para se manter no mundo de paz que sonhou para você. Continua sem coragem de dizer não. Tenta aprender, às vezes acho que até tem feito algum progresso. Continua comendo porcaria e apaixonada por chocolate. Continua tomando litros de coca-cola zero e adorando comprar bolsas novas. Está com pressão alta aos 34 anos, mas perdeu quatro quilos no último mês e não faltou a nenhuma sessão de pilates. Ainda vou continuar insistindo para você começar a caminhar, mas não posso negar que estou feliz com o seu progresso.

Também assumo a minha parte da culpa por alguns desses pecadinhos que você comete, muitas vezes fecho os olhos para eles e passo a mão na sua cabeça como uma mãe faz a um filho desobediente e não digo o que deveria, apesar de ter certeza de que você já sabe tudo o que eu vou dizer e agiria com aquele ar blasè de quem pensa: "De novo essa história?", mesmo sabendo que eu estou coberta de razão.

Mas a poesia da vida é justamente essa. Criar as regras e transgredí-las algumas vezes, mantendo esse equilibrio que costumamos chamar de harmonia.

Harmonia. Adoro esta palavra, assim como sei que você também. Tal como casa, nuvem, amigo, amor, estrela, brilho, vento, azul, travesseiro, sorriso, sentido, música, paixão, letra, universo, carta, revista, poesia, abraço, olhar, filhas, vovó, festa, livro, mãe, aniversário, saudade, almoço de domingo, perfume, criação, cheiro, calor, margarida, marido. Palavras que formam uma vida, uma pessoa. Palavras que te formam. Palavras que me formam. E assim vamos. Com as nossas palavras preferidas e com as nossas regras e transgressões, com as nossas culpas e as nossas conquistas.

Você tem ido bem. Repito que estou orgulhosa. É claro que temos muitas coisas a construir, consertar e desmanchar. Mas esses serão assuntos para uma outra carta, afinal, eu prometi que esta primeira falaria sobre os meus elogios para você.

Fique com Deus, Renata.

Com amor, sempre,

Renata.

setembro 19, 2009

A Bruxinha Que Era Boa.

Há mais ou menos 22 anos eu participei da montagem na escola da peça "A Bruxinha que Era Boa", de Maria Clara Machado. Eu fui a Bruxinha Caolha, a mais malvada de todas e a primeira aluna na "Escola dos Bruxos". Minha risada de bruxa fazia sucesso na escola toda.

Este ano, a turma da Laura na escola encenou a mesma peça na Mostra de Teatro Infantil, no mesmo Colégio aonde eu estudava. O papel dela? A Bruxinha Caolha. A mais malvada de todas e a primeira aluna na "Escola dos Bruxos". Não foi ironia do destino. Quando ela me disse que eles fariam a peça, eu disse que papel tinha interpretado, e ela pediu à professora que fizesse o mesmo. A professora estranhou, pois todas as meninas da classe queriam ser a Bruxinha Ângela, com cabelo lisinho e brilho nos lábios, e a Laura insistia na bruxa má, com olheiras, peruca, unhas e batom preto. Ela não abriu mão. Disse que queria ser o que eu tinha sido.

Não sei se alguma mãe já recebeu homenagem mais linda do que essa, nem sei ao certo se ela tem consciência do amor que demonstrou para mim. Mas o fato é que eu fiquei maravilhada. Com a escolha dela, com a facilidade em decorar as falas (no que eu fiz questão de participar e até lembrava de muita coisa!), com a atuação dela, com a desenvoltura com que continuou sua fala mesmo quando sua peruca caia ao chão, com o trabalho das professoras, coordenadoras, do mesmo Irmão Marcos que estava presente quando a Caolha era eu.

Nesse conto de fadas, a bruxinha Caolha de 1987/88 se casou com o Pedrinho, o mocinho da estória que prende a bruxa na "Torre de Piche". No conto de fadas atual, torço e rezo todos os dias para que a versão 2009 da bruxinha Caolha seja muito, muito feliz. Com escolhas iguais as minhas ou completamente diferentes, mas feliz. Quem sabe outra bruxinha Caolha não dê o ar da graça por volta de 2040...??? Maria Clara Machado certamente continuará encantando seja qual for o tempo.

agosto 18, 2009

Um nebulizador.

Toda casa que tem criança tem um aparelho nebulizador. Se não tem, vai ter. Inverno chegando ou indo embora, temperatura variando mais do que muitos corações inquietos, não tem jeito. Ele entra em cena. O nebulizador. Com a frequência do uso, esse ano foi necessário substituí-lo. O nebulizador que acalmava (ou pelo menos tentava) acalmar a Laura há sete anos e a Elisa há três nos previsíveis ataques de alergia do inverno vinha fazendo um barulho enlouquecedor e a TV, que se mostra uma aliada e tanto nos minutos de quase-paralização, sequer podia ser ouvida em volume alto.

Trocamos. O nebulizador agora é mais moderno, segundo o fabricante, é "ultra-sônico" e permite até mesmo que se faça a bendita nebulização com a criança deitada. Quase nenhum barulho, muito mais conforto.

Mas, ainda assim, entra em cena a Laura e sua sensibilidade. Um acontecimento simples do cotidiano se transforma em uma lição de amor e emoção quando nos permitimos chegar mais perto das pessoas e das coisas. "Sabe, mãe, criança às vezes tem uma imaginação que não se segura. Você acredita que eu estou olhando para o nebulizador velho ali em cima do armário e estou com pena dele? Ele parece estar triste...Parece que foi rejeitado. O que eu faço, mãe?"

"Filha, ele é apenas um objeto que precisou ser substituído. Cada coisa tem seu tempo...Precisamos ter sim esse sentimento, mas principalmente com relação às pessoas, que muitas vezes são substituídas ou rejeitadas como esse nebulizador, mas a diferença é que, assim como você, elas têm sentimentos..."

Pois é, filha, eu torço para que não sejam só as crianças que não consigam segurar a sua imaginação. Torço para que possamos enxergar tudo, sempre, com essa sensibilidade e essa preocupação. Talvez as coisas fiquem mais simples e, quem sabe até, seja possível dar vida às coisas mais simples...

agosto 09, 2009

Pai.

Ele era lindo. E cheiroso. E usava pullovers de linha azul marinho com gola V. Calmo, paciente. Flamenguista roxo. Gostava de carro novo. Em sua mesa, na empresa aonde trabalhava, tinha dois porta-retratos, iguais e cheios de quadradinhos. Um era dourado, com a minha foto. O outro, prateado com a foto do meu irmão. Ele construiu uma capelinha de São Francisco de Assis no pátio da empresa, com um laguinho artificial pequenino em volta e peixinhos. Jogava vídeo-game como ninguém. Durante o tempo em que ficou em casa, já doente, batia todos os recordes do River-Raid, Atari.

Nunca o vi brigando. Nunca o vi chorando. Nunca o vi com raiva. Talvez porque ele era mesmo perfeito, talvez porque não tenha dado tempo para conhecer os seus defeitos. O maior pecado que já o vi cometer era o de fumar alguns cigarros Charm por dia. Mas...Era o início dos anos 80, era quase impossível que fosse diferente.

Jogava baralho. E ganhava todas. Também gostava de "Bocha" ou "Bola de Pau". E cantava sempre para mim: "ô, coisinha tão bonitinha do pai..." . A ùltima vez que o vi, já no hospital, ele nos deu, a mim e ao meu irmão, um bombom Serenata.

E eu sinto falta. Muita. Não sei se passo um dia da minha vida sem lembrar que ele esteve comigo por oito anos. Mas deixou muita coisa boa para lembrar. A tristeza de não poder falar "Pai" é engolida pela alegria de ter tido um pai tão maravilhoso. Ele não viu a minha formatura, o meu casamento, o nascimento das minhas filhas. Ou, talvez, tenha participado de tudo isso mais do que qualquer outra pessoa.

Não sei, mas tenho a impressão de que, por tudo isso, hoje, meu choro pareça mais de alegria do que de tristeza...




Essa ilustração linda foi a Nina que fez, lá no blog dela que é uma delícia de ler e de ver. Tomei emprestada, Nina, você deixa?

agosto 06, 2009

Olha só como as coisas mudam...

Antes de ter filhos, eu adorava o frio. Eu não me preocupava com a hora de dormir, pois no outro dia poderia compensar as horas perdidas. Eu não me preocupava com o que fazer no fim de semana, pois as coisas sempre apareciam e tudo era possível. Eu não me preocupava com a geladeira vazia, só com água e refrigerante, porque poderíamos comer fora, se fosse o caso. Eu não planejava as minhas férias, elas aconteciam como tinham que acontecer. Eu não tinha frutas frescas em casa a qualquer dia. Eu tinha nojo de tudo e nunca consegui ver sangue. Eu não cogitava morar em uma casa, apartamentos sempre me pareceram mais práticos e seguros. Eu sempre tive aversão a qualquer tipo de bicho, principalmente cachorro. Eu nunca me preocupei com o desmatamento, a extinção das espécies e a preservação da natureza.

Hoje eu prefiro o calor. Mais liberdade, menos gripes e resfriados, mais banho de mangueira. Me preocupo com a hora de dormir, porque sei que precisarei estar inteira no outro dia. Me preocupo com o fim de semana, tentando fazer coisas diferentes. Preciso ir ao supermercado com mais freqüência, afinal, o lanche da escola precisa ser balanceado e estar sempre à mão. Uma das maiores preocupações na hora de planejar as férias é se o destino tem atrações ou atividades para crianças. Eu posso pegar qualquer coisa na mão, limpar qualquer coisa, se for por elas. Moro em uma casa com jardim, espaço e uma casinha de bonecas cor-de rosa. Alíás, moro em uma casa com jardim, espaço, uma casinha de bonecas cor-de-rosa e uma cachorrinha que não pode me ver sentada que pula no meu colo. Pérola é o nome dela.

Olha só como as coisas mudam...

julho 23, 2009

O Senhor do Supermercado.

Um elogio pode mudar o dia de alguém. Quem quer que seja. Às vezes muda até uma vida, pelo menos por hora. Não só para quem recebe o elogio, mas também para quem faz. O elogio provoca o sorriso, a retribuição, a troca, o bem.

Um dos sorrisos mais bonitos que nas últimas semanas foi de um senhor que, ao encontrar meu marido no supermercado, agradeceu com um carinho enorme o elogio que havia sido feito a ele para o dono do estabelecimento em que trabalha. Acho tão bonito saber receber um elogio! Poucas pessoas sabem. A maioria de nós acaba recebendo um elogio com um comentário depreciativo imediato em troca. “Meu cabelo, bonito? Nossa, está tão sujo!”, “Ah, mas essa blusa é tão velha!” .

O senhor do supermercado soube receber um elogio. Soube reconhecer, sem soberba, que é realmente dedicado, que realmente procura sempre estar com um sorriso nos lábios, enfim, sabe que o elogio foi verdadeiro. Mas sabe também que é muito bom ouvir isso de alguém. E acabou fazendo mais feliz não só o dia dele, mas também o nosso. O do meu marido, que recebeu o agradecimento e o meu, pelos simples fato de ter presenciado aquele sorriso. Deu vontade de sair elogiando. Deu vontade de sair sorrindo. Sorrimos, todos. E saímos. Mas o sorriso ficou. A mais pura verdade, como andam dizendo há muito: Gentileza gera gentileza.

julho 19, 2009

julho 16, 2009

Tempo, escrita e vida.

Um tempo sem escrever. Um acúmulo de palavras e sentimentos. Um tempo sem tempo para mim quando o tempo parecia ter aumentado. Quando mais parecia ter tempo, ele não se mostrou. Tanto para dizer, tão pouco dito. As palavras, aos poucos, vão tomando forma. Os sentimentos que já se formaram vão, também aos poucos, se mostrando. Velados e revelados por palavras, que, um dia, foram letras que, um dia, foram sentimentos e impressões que, sempre, estarão comigo. E eu com eles. Tenho gosto pelo tempo. Tenho gosto pela escrita e pela vida. Tempo, escrita e vida. Os três juntos. Melhor assim.

junho 08, 2009

Guarda-chuva

Ele descobre e me mostra. Nos mostra, porque as pequenas já fazem parte desse circuito. E a gente vai se apaixonando. Se apaixona, se apaixona, e aí, chega um dia que não consegue mais tirar da cabeça. Fica tocando direto no ouvido, na hora do banho, trabalhando e até naquele momento do quase-dormir.

Quem manda ter marido com bom gosto musical?

No meu guarda-chuva eu te levo, amor, SEMPRE.

 Paula Lima - Meu guarda chuva

maio 26, 2009

Unanimidade.

Costumam dizer por aí que toda unanimidade é burra. Ouço também falar que o gosto musical, artístico e político da maioria é duvidoso. Uma cronista de quem gosto muito chamou minha atenção ao dizer que foge de estréias lotadas nos cinemas e que é sempre atraída para aquelas seções quase vazias, as quais considera mais interessantes.

Música boa é aquela feita por uma banda de rock descoberta ao norte da Austrália. Livro bom é daquele escritor húngaro do qual nunca ninguém ouviu falar. Televisão? Não. É lixo. Todo mundo vê.

Acredito sim, que existe muita coisa boa, boa mesmo, escondida dos olhos da maioria. Mas não acho que isso possa trair a opinião do povo. Por que a música fica ruim quando passa a tocar nas rádios? Por que o livro se torna desinteressante quando alcança a lista dos mais vendidos? Unanimidade burra? Sei não...Acho que o elitismo pode ser mais. Acho que burrice é não ouvir, não ler, não assistir. Quer coisa mais bonita do que ver uma sala de cinema cheia? Um livro alcançando a marca dos 500.000 exemplares vendidos? Ainda que seja para assistir X-MEN Origins –Wolverine ou Anjos e Demônios (as últimas estréias que, felizmente, assisti) ou ainda que sejam livros de auto-ajuda ou trilogias de romance que parecem ter sempre o mesmo enredo...

Quem lê Nora Roberts, Jonh Grisham, Marian Keyes, Paulo Coelho, Dan Brown não devia ser o alvo de críticas dos grandes seres evoluídos da cultura mundial. As críticas - no bom sentido, é claro – deveriam ser endereçadas a quem não lê, não ouve, não assiste. Isso sim é problema. Opiniões pessoais diferentes existirão, Graças a Deus. Eu, por exemplo, não gosto de Nora Roberts e de Augusto Cury, mas adoro as tiradas engraçadas e os personagens tão reais da Marian Keyes. Adoro Drummond e Rubem Alves, mas também me encantei com o romance de Edward Cullen e Bella Swan em Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse (e estou louca para ler o Amanhecer).

Sinceramente? Me perdoem, mas achei pesada e entediante a versão televisiva de Machado de Assis, Capitu. Sou encantada com a obra de Machado de Assis, mas não consegui terminar de assistir à série. Por um outro lado, dou boas risadas com comédias românticas daquelas bem Hollywoodianas. Não consigo escutar por mais de cinco minutos determinadas peças raras da música erudita mundial, mas canto junto, empolgadíssima, com os maiores sucessos da rádio. Será que sou um ser “acultural”? Faço parte dessa unanimidade burra? Talvez. Mas tenho certeza de que de não faço parte da maioria mais absoluta e verdadeira deste país: aquela que não lê. É essa maioria que me preocupa.

maio 20, 2009

Outra MeNINA Feliz

A Nina fez um carinho em todas as mães no Dia das Mães e eu acabei recebendo esse presente maravilhoso...

Escrevi o texto com muito carinho, mas a ilustração superou todo esse carinho ao quadrado! A Nina não só ilustra, ela sente o texto. Que lindo isso, Nina! Muito obrigada!

Um beijo grande.

maio 08, 2009

A Matemática do Segundo Filho.

Nunca gostei de matemática, nem de números. Números são muito exatos, com valores previamente definidos, imutáveis. Não combinam com a natureza humana. São necesssários, eu sei. Mas não são queridos. Não por mim. São diferentes das palavras. Amo palavras. As palavras não são exatas, parecem ter sentimento. Mas, não sem a ajuda das palavras, é a matemática que me explica o segundo filho.

Em algum momento, percebemos que 1 + 1 não são mais suficientes. Ou não querem mais ser suficientes. Chegando +1, não temos 3 somente. Temos 3 pessoas, mas somamos mais carinho, menos sono, menos filmes, menos livros, mais preocupação, mais realização, menos tempo, mais qualidade. E somamos amor. Muito. Tanto que nem dá para colocar em número.

E, de repente, chega +1. Agora são 4. Menos tempo aida. Menos sono ainda. Ainda menos livros e filmes. Menos namoro. E uma surpresa: Aquele amor que acreditávamos já ser o maior do mundo aumenta. Mais, muito mais. Aprendemos a domar o tempo, a domar o sono. Aprendemos a redirecionar a vida. Aquela pergunta que eu sempre me fazia: "Será possível amar alguém assim, com a mesma intensidade?" recebe uma resposta concreta. É possível. É possível amar mais ainda, e melhor. É possível amar so mesmo jeito, com a mesma intensidade. É possível olhar com os mesmos olhos. É possível passar tudo de novo com um sorriso ainda maior nos lábios. Sorriso de quem já passou por isso e sabe que vai dar certo. Sorriso de quem está passando por um caminho que já conhece e no qual se sente mais à vontade.

O segundo filho também muda a nossa vida. Subtrai algumas coisas, divide muitas. Mas também soma. E multiplica aquilo que não se acreditava poder ser maior. E fica ainda mais difícil tirar aquele sorriso do rosto. Sorriso de mãe. Realizada.


*Texto escrito no dia do aniversário da minha Elisa, que completou 3 aninhos na última quarta feira, não publicado na data por ter sido o teclado de casa desconfigurado pela própria. (Eu não disse que seria fácil...)
*Vai com muito carinho também para a Victoria (que acabou de chegar) e para a Helena (que está chegando). Pensei muito em vocês quando estava escrevendo, viu???

abril 30, 2009

Se eu fosse...

Ah...Eu vi o da Chris e não resisti...

se eu fosse um mês: eu seria setembro.
se eu fosse um dia da semana: eu seria a sexta-feira.
se eu fosse uma hora do dia: eu seria às 10:00 da noite.
se eu fosse uma estação do ano: eu seria a primavera.
se eu fosse um planeta: eu seria a Terra.
se eu fosse uma direção: eu seria o norte.
se eu fosse um móvel: eu seria uma cama, cheia de travesseiros.
se eu fosse um pecado: eu seria o orgulho.
se eu fosse um sentido: eu seria o olfato.
se eu fosse uma pedra: eu seria uma ametista.
se eu fosse uma planta: eu seria um ipê amarelo.
se eu fosse uma flor: eu seria uma margarida.
se eu fosse um clima: eu seria fresco.
se eu fosse um prato: eu seria um queijo.
se eu fosse um instrumento musical: eu seria um piano
se eu fosse um elemento: eu seria a terra.
se eu fosse uma cor: eu seria azul.
se eu fosse um animal: eu seria um passarinho.
se eu fosse um som: eu seria uma gargalhada.
se eu fosse uma música: eu seria "All Star".
se eu fosse um sentimento: eu seria o amor.
se eu fosse um lugar: eu seria a DisneyWorld.
se eu fosse um sabor: eu seria chocolate.
se eu fosse uma palavra: eu seria fé.
se eu fosse um verbo: eu seria realizar.
se eu fosse um objeto: eu seria uma caneta.
se eu fosse uma parte do corpo: eu seria os olhos.
se eu fosse um número: eu seria o 2.
se eu fosse um símbolo: eu seria uma estrela.


 smash mouth - all star

abril 27, 2009

Encontros e Desencontros.









Já cheguei a acreditar que a vida é feita de encontros. Acreditei que os encontros que temos durante a nossa vida que nos tornam as pessoas que somos. Pais, irmãos, a melhor amiga de infância que pode mudar a qualquer momento, aquele professor de matemática ou de física que era o mais temido do ensino médio, aquele anúncio de jornal que leva a um pensamento inesperado ou a uma ligação surpreendente, aquele filme que faz querer mudar a vida, o primeiro chefe, o primeiro namorado. Acreditei que cada um desses encontros nos ensinasse alguma coisa e preparasse o encontro mais especial de todos, aquele que temos com o nosso próprio EU.

Hoje não mais acredito nesses encontros. Ou pelo menos não somente neles. Acredito que os desencontros que enfrentamos durante a vida é que se tornam os verdadeiros mestres de uma personalidade.

Encontrar é fácil. Passamos a vida inteira tentando encontrar. Respostas, caminhos, parceiros, soluções, felicidade. Quando o encontro acontece, nos sentimos realizados. Desencontrar, não. Desencontrar é difícil, é doloroso. Quando desencontramos, sofremos. Muito. Encontrar é um resultado esperado, querido. Desencontrar deixa um vazio, representa uma perda. E é aí que eu vejo toda essa beleza. Às vezes, não precisamos encontrar mais nada, mas precisamos desencontrar preconceitos, idéias, vontades, pessoas, trabalhos. Desencontros ensinam. Desencontros mudam. Fazem crescer. Desencontros também nos levam ao encontro do nosso próprio EU, e, muitas vezes, de forma ainda mais íntima.

abril 18, 2009

Meu Monteiro Lobato








Não me lembro de vê-la lendo tanto. Algumas vezes, talvez. A lembrança mais concreta foi de quando a vi lendo e sublinhando com caneta azul os trechos mais tocantes de “Minutos de Sabedoria”. Eu devia ter uns 11 anos ou mais. Mas muito antes disso, talvez até mesmo sem querer (ou não) ela já era o meu Monteiro Lobato. Ela adorava dizer que eu adorava ler. Ela adorava me comprar livros. O Menino do Dedo Verde, Meu Pé de Laranja Lima, A Casa do Anjo da Guarda, O Menino Maluquinho, As Reinações de Narizinho, foram alguns dos títulos que eu já havia lido muito antes de ouvir falar deles na escola. Ela nunca me negou um livro. Nem quando a dificuldade financeira batia muito forte à porta e eu nem desconfiava.

Eu podia quase tocar o orgulho que ela demonstrava quando dizia: “Ela adora ler!”, “Quando está lendo, parece que esquece do mundo, essa menina”. Hoje eu sinto o mesmo orgulho com as minhas filhas. O orgulho é tão grande que chega a ser concreto. Como quando fui buscar a Laura na escola e a professora nos disse que ela estava nos esperando na biblioteca, e, chegando até lá, encontramos uma Laura encantada com uma carteirinha de estudante nas mãos achando uma grande conquista o fato de poder pegar qualquer um dentre aquelas centenas de livros e devolver alguns dias depois. Monteiro Lobato precisava ver isso. Monteiro Lobato precisava ver o sorriso de todas as crianças que lêem. Mais. Precisava ver o que essas palavras lidas na infância fazem por um adulto. Precisava ver a transformação que a leitura faz no ser humano. No mundo. Nas relações humanas. Ele não viu, mas devia saber disso muito bem.

Ela? Continuo não sabendo se ela fez tudo isso de forma consciente. Não sei se ela sabia o quanto aqueles livros me faziam felizes. Não sei se ela sabe o quanto sou grata por isso. Não sei se ela sabe o quanto quero fazer o mesmo pelas minhas filhas. Não sei se ela sabe que foi o meu Monteiro Lobato. Nem sei se ela sabe o que significa ser o Monteiro Lobato de alguém. Mas ela foi. Acho que continua sendo, porque eu continuo sentindo forte aquele mesmo orgulho de quando era criança. Se encha de orgulho mesmo, Mãe. Ser Monteiro Lobato não é para qualquer um.

abril 08, 2009

Limites.

Houve uma época em que pais e mães eram pais e mães. Depois, passaram a ser pais, mães e amigos. Depois, passaram a ser amigos dos filhos, antes mesmo de serem pais e mães. Alguns, até se esqueceram do seu papel, e outros até inverteram os papéis e passaram a ser cuidados pelos seus filhos. Talvez seja por isso que a nossa sociedade atual também anda invertendo valores. O honesto passa a ser bobo, o esperto é quem passa por cima dos outros, ruim é o policial que atira no bandido, porque ele deveria ter esperado um pouco mais.

Toda aquela liberdade conquistada por uma geração nos anos 60 e 70 parece agora precisar de um equilíbrio. A liberdade é necessária, mas os limites também. O respeito precisa continuar a pautar as relações, todas elas, seja entre pais e filhos, marido e mulher, professor e aluno, amigos. O conceito de liberdade que parece ter assumido contornos mais extensos do que o necessário, acabou transformando a autoridade em sinônimo de opressão, o respeito em algo antiquado, os limites em monstros horríveis que representam a usurpação da liberdade alheia.

Eu não quero ser amiga das minhas filhas. Confesso que tomei essa afirmação emprestada do meu marido, mas a tomo como verdade. A afirmação pode parecer estranha, a princípio, para uma mãe em pleno ano 2009, com 33 anos. Não acho. Repito: Não quero ser amiga das minhas filhas. Quero ser mãe. Mãe na verdadeira acepção da palavra. Mãe que cuida, recebe, acalenta, cura, resolve, aconselha, apoia. Mãe que entende. Mãe que escuta, mas que também fala. Mãe que respeita, mas também é respeitada. Mãe que erra, sim, mas sempre tentando acertar.

Quero que elas tenham as suas amigas como eu tive - e tenho - as minhas, mas, quero que saibam sempre que eu estarei ali. Aqui. Em qualquer lugar. Quero que saibam dos seus limites, e que também reconheçam os meus. Não quero que me contem tudo, mas quero saber o que pensam e do que precisam com um simples escutar de passos. Quero fingir que não sei, para deixá-las assumir um risco, mas quero saibam que, independentemente do resultado, estarei ao lado delas. Quero ser permissiva, às vezes, exigente em outras. Não quero pular junto com elas em seus próprios pára-quedas, quero ser a rede de segurança.

abril 04, 2009

Outono.

Todo final de verão é tempo de chuvas. Por aqui, elas atrasaram um pouquinho e começaram mesmo no outono. Até que achei pertinente. Outono é a estação da renovação, e a chuva pode começar lavando toda a sujeira que um verão seco e quente deixou por aí. Sabedoria da natureza mesmo. Ainda que tenhamos que conviver com gripes e resfriados constantes durante essa mudança de temperatura e com os jardins podados ou desfolhados à nossa volta, precisamos reconhecer que em algum momento, aquela folha precisa cair.

Em algum momento aquela flor tão linda precisa murchar, aquele azul fabuloso do céu precisa ceder. Ninguém consegue viver sob o calor a vida toda, por mais reconfortante que isso possa parecer.

Tempos frios são necessários. Levam ao recolhimento, à reaproximação. A chuva que teima em cair tira as pessoas dos parques e das avenidas e as leva para dentro de casa, talvez à volta de uma mesma mesa, talvez para aquela conversa que só aconteceu no outono do ano passado. Talvez para um recolhimento que já nem mais se lembrava como era ou como pode ser.

O calor ainda não foi embora por inteiro ( e por aqui dificilmente vai), mas uma brisa de ar fresco já começa a entrar pela janela. O jardim já foi podado, as minhas flores amarelas preferidas já foram embora, mas, pela justificativa do jardineiro, era necessário para que nascessem novamente, e mais bonitas e mais amarelas do que já eram.

Que venha o outono e o inverno, então.

Que sejamos podados também, para continuarmos a crescer mais bonitos e mais coloridos. Afinal de contas, usar uma pashimina também tem seu charme...

março 26, 2009

Quando eu era televisão.

Tenho mania de inventar histórias. Na verdade, para mim, continuarão a ser estórias, mas os nossos gramáticos parecem não gostar da diferença. Histórias ou Estórias, tenho mania de criar enredos e personagens para as minhas pequenas. A Princesa Prateada, O Sapatinho que queria tocar piano, o Gatinho que gostava de beber leite e, atualmente, as minhas favoritas: As aventuras das Princesas Lalá e Lili.

Em meio àquela quase-escuridão, olhinhos brilhantes esperam ansiosos o fim de cada aventura. Sempre um final feliz. É uma hora para sonharmos acordadas mesmo, com direito a fadas, arco-íris, florestas encantadas e objetos que falam.

Confesso que muitas vezes elas pedem que eu repita a história e eu já nem sei mais o que faz parte dela. Não importa. Invento outra. Outras. Assim como Sherazade, que ficou 1001 noites contando histórias para evitar a sua morte, mas, no meu caso, para celebrar a vida.

O engraçado disso tudo foi que ontem, após mais uma das aventuras das Princesas Lalá e Lili, Elisa, que acompanhava tudo sem sequer piscar, me perguntou:

"- Mamãe, aonde você ouviu essa história?"

Eu respondi que eu mesma a tinha inventado, ao que ela retrucou, imediatamente:

"- Ah, sei, quando você era televisão, né?"

Pois é. Quando eu era televisão. Tão simples e tão fácil. Gostei da ideia de ter sido uma televisão um dia. Melhor do que ser um liquidificador, uma batedeira ou um aspirador de pó, não?

março 12, 2009

O Nome da Rosa

Acho lindo este título. Para ser sincera, não me lembro do filme, que assisti quando ainda cursava o ensino fundamental ou médio, não sei, e não cheguei a ler o livro. Mas eu soube que a expressão era utilizada na Idade Média para denotar o INFINITO PODER DAS PALAVRAS. Acabei gostando ainda mais do título. Me faz pensar no poder das palavras e no próprio poder do nome.

Sempre tive orgulho do meu nome, porque minha mãe diz que foi escolhido pelo meu pai. Acho que o nome pode sim, dizer algo da personalidade das pessoas. Quando escolhemos o nome de nossas pequenas, pensamos muito nisso. Aliás, o meu padrinho, Geraldo, me disse uma vez que o Espírito Santo de Deus é quem sopra o nome no ouvido dos pais. E sempre acreditamos que o nome é, talvez, a primeira benção que os pais dão a seus filhos, depois da vida.

Laura e Elisa. Apesar das dúvidas que rondam a cabeça de qualquer pai e mãe, são nomes que me encantaram desde o início e que me emocionam e me alegram até hoje. Até sempre, espero. Pela sonoridade, pela simplicidade de pelo significado. Laura, uma coroa de louros. Elisa, uma mulher de Deus.

Hoje, pela manhã, ao perguntar para uma amiga grávida sobre a menininha que ela espera para maio, usei o nome escolhido por ela. Elis. “E a Elis, como está?”. Não sei porquê, mas notei uma certa reticência em sua resposta. Não pelo bebê, é claro, mas pelo nome. Na hora, me lembrei da preocupação que temos na hora de escolher. Ela vai gostar quando crescer? Vai ser fácil de escrever e pronunciar? O que as pessoas acham? Vai parecer com ela? Isso tudo passou pela minha cabeça também, por duas vezes...

Mas hoje, tenho certeza de que nossas escolhas foram acertadas. Na verdade, o nome já está escolhido, antes mesmo de termos essa certeza. O amor já é tão grande, que a escolha do “rótulo” acaba sendo apenas mais um aspecto, não o mais importante. E aí, quando nos deparamos com aquele rostinho, temos a certeza de que era aquele mesmo. Era aquele e não podia ser outro. Como pudemos ter dúvidas? Como pudemos pensar em outro? Não, não. É a cara dela. Não podia ser outro o nome da rosa. O nome da rosa que perfumará o nosso jardim para a vida toda. Laura e Elisa são as minhas rosas. Elis também será a da mãe dela, assim como Clara já o é. Lindas, perfumadas, encantadoras. Como toda rosa tem que ser.

março 08, 2009

Caligrafia

Em tempos de linguagem virtual, reformas gramaticais, internetês, e outras coisas mais, a antiga caligrafia continua existindo nas escolas do Brasil. Os temidos cadernos de caligrafia continuam lá, famintos, esperando pelo grandioso número e repetitivo conteúdo que os completará até oi final do ano.

Não digo que acho arcaico, tampouco desnecessário. Precisamos reaprender a escrever e a tomar gosto por isso, não tenho dúvida. Apesar da distância que cresce a cada dia entre pessoas e canetas, ainda acho que essa habilidade precisa ser estimulada. Ainda que depois a linda letra redonda e desenhada seja substituída por frenéticos toques no teclado do computador ou do blackberry. Todos iguais.

Mas a caligrafia da primeira série (hoje segundo ano do ensino fundamental, porque as coisas precisam mudar...)me fez pensar um pouco nisso. Enquanto Laura desenhava o J, o G, o Z, tentando observar todos os limites impostos pelo caderno de caligrafia, eu pensava em quão desnecessário isso tudo pode ser. Tempo perdido? Esforço desnecessário? Afinal, daqui a alguns anos, ela precisará de papel? De caneta? De letra bonita? Alguém, em algum lugar do mundo, usa todo aquele espaço para uma letra G? E para um P?

O caderno veio para casa para que ela corrigisse as letras que não observaram meticulosamente o limite da linha. Nada a mais. Nada a menos. E eu insisti para que ela refizesse tudo, com o maior cuidado. Não porque queira a sua letra redonda ou perfeita como o modelo no início da linha. Mas porque pensei, na hora, que todo esse esforço pudesse ser uma forma de mostrá-la um limite, dizê-la, pelo menos por hora: "Filha, e só até aqui que você pode ir, se ultrapassar essa margem, não fica certo...". Talvez a vontade fosse que a vida dela fosse como aquele caderno. Cheio de linhas objetivamente colocadas, que mostrassem o que é certo e o que é errado. E eu podendo acompanhar cada traço. E usar a borracha. E acompanhá-la refazendo.

A vida delas não é um caderno, eu não posso colocar as linhas divisórias e acompanhar cada erro. Mas, então, penso que, quando a criança deixa de usar o caderno de caligrafia, ela continua escrevendo, por si. Ela continua lembrando que algo precisa ir mais para cima ou mais para baixo. Ela percebe quando fica ilegível e quando tem que refazer para se fazer entender. Assim como na vida. Agora, ensinamos. Mais tarde, acompanhamos erros e acertos, sempre torcendo. Caligrafia e Pais. Ninguém escreve ou vive naquele limite para sempre. Ainda bem que existe, no caderno ou na vida, uma margem de segurança.

fevereiro 24, 2009

Arlequim continua chorando pelo amor da Colombina?

Eu me lembro de quando éramos crianças e brincávamos o carnaval em Jacaraípe, litoral capixaba. Todos os primos juntos em uma casa enorme, fantasias diferentes e uma matinê em um clube lindo chamado Riviera. A preparação já era uma festa. Bailarinas, Batman, Robin, Super Man, gatinhas e tudo mais o que a imaginação deixasse e as mães conseguissem realizar.

No clube, brincadeiras, marchinhas de carnaval, muito confete e serpentina. E à noite, esgotados, dormíamos sob os cuidados da sempre super vovó Wanda enquanto chegava a vez dos nossos pais irem ao baile do mesmo clube. Sempre achei que fosse chegar a minha vez de deixar meus filhos dormindo aos cuidados dos avós para ir ao tão sonhado baile da carnaval do Riviera. Logo depois, trocamos Jacaraípe por Guarapari, e os nossos verões e carnavais eram passados lá. Chegamos a ir algumas vezes na matinê do clube Siribeira, e até mesmo aos bailes à noite, quando já tínhamos uns quatorze, quinze anos. Mas logo depois, os bailes deixaram de existir. Não sei se porque o clube deixou de fazê-los ou se porque as pessoas perderam o interesse. Cidade maravilhosa, Mamãe eu quero, A cabeleira do Zezé, Pierrot e Colombina só eram mesmo lembrados por grupinhos de saudosos senhores e senhoras que tocavam seus instrumentos isolados em algum canto. Arlequim não chorava mais pelo amor da Colombina, mas sim acompanhava um trio elétrico afogando todas as mágoas do ano ao som de axé. Passou até a competir com outros pierrot solitários em um jogo cujo vencedor era aquele que beijasse mais colombinas diferentes em uma só noite. Dificilmente Arlequim estava em condições de lembrar o tal número para se sagrar vencedor, mas, o que importa? Que não me levem a mal, hoje é carnaval! Colombinas passaram a agir da mesma forma, afinal, elas tem direitos iguais. No carnaval e em qualquer época do ano.

Alecrins e Colombinas deixaram as fantasias de lado e passaram a vestir-se todos iguais, pois, fantasia, agora, se chama Abadá, e é o passaporte para seguir o trio elétrico escolhido de forma, digamos, protegida. Melhor? Pior? Não sei. Nunca vivi o carnaval do Abadá. Não ainda. E não sei se viverei. Agora, com minhas filhas, voltei à Guarapari aonde passei muitos de meus carnavais e me surpreendi com o que vi. A rua cheia de crianças fantasiadas, pierrots, colombinas, palhacinhos, fadinhas, borboletas, super-heróis, todos com muito confete e serpentina e devidamente acompanhados de seus pais. Crianças de todas as idades. As antigas marchinhas de carnaval dominavam as caixas de som, alternando-se com algumas músicas de axé e sambas-enredo. Alguns blocos com os necessários passaportes chamados Abadás, mas muita, muita fantasia, na verdadeira acepção da palavra.

E um carro de som passou anunciando que, às quatro horas da tarde, haveria matinê no Siribeira Clube, para minha surpresa. Eu, claro, vesti as minhas pequenas com suas fantasias. Laura, uma havainana linda e colorida. Elisa, uma abelhinha deliciosa e igualmente linda. Serpentinas e confetes a postos, adentramos no salão, devidamente decorado com máscaras e serpentinhas coloridas. Quantos risos, quanta alegria...E elas ali, em meio a princesas, caveiras, joaninhas, piratas, pedritas e personagens do Walt Disney.

Não sei se daqui a alguns anos elas serão colombinas no salão ou seguidoras desenfreadas de trios elétricos, nem sei se gostarão de carnaval ou não. Sei que viveram neste carnaval uma fantasia de verdade, uma mentira fantasiada, uma celebração da alegria, uma oportunidade de ser o personagem de seus sonhos, pelo menos por alguns momentos, da mesma forma como eu já vivi. Assim, a vida mostra o seu outro lado, dando a oportunidade de levarmos essa alegria para todos os outros dias comuns, afinal, não precisa ser carnaval para realizarmos sonhos e sermos felizes, seja chorando por uma colombina, seja atrás do trio elétrico. Não importa. Importa sim, sabermos fazer da fantasia uma realidade, em qualquer dia do ano.

fevereiro 12, 2009

Meme - Selo da Fiona

Bom, depois de alguns dias sem conseguir, segue o Meme Selo que ganhei da Cris-querida-Fiona, que é uma verdadeira graça que eu adoro visitar.

A tarefa consiste em contar seis coisas aleatórias sobre mim e convidar seis blogamigos para fazerem o mesmo.As regrinhas:

- Colocar o link de quem te indicou para o meme-selo;
- escrever essas 5 regras antes de seu meme para deixar a brincadeira mais clara;
- contar seis fatos aleatórios sobre você (essa é a proposta da brincadeira);
- indicar seis blogueiros para continuar a brincadeira;
- avisar esses blogueiros que eles foram indicados.

Vamos aos fatos aleatórios:

- Depois de 16 anos, consegui ficar em casa à noite, todos os dias da semana. Explico: Fiz faculdade á noite, pois trabalhava durante o dia, e, logo depois de concluir, fui convidada para dar aulas, à noite também. Ou seja, cinco anos de faculdade mais onze anos de aulas...Eu estou achando isso o máximo - junto com o meu marido, que também dava aulas, nos mesmos dias - e as minhas filhas estão AMANDO!

- Eu sou chocólatra assumida e uma 'quase-viciada' em coca-cola zero. Estranho, não?

- As coisas na minha vida aconteceram talvez cedo demais, considerando o ritmo de hoje em dia. Comecei a namorar meu marido com 16 anos, me casei com 22, tive a Laura com 26 e a Elisa com 30. Me formei com 21, terminei o mestrado com 25. Mas, hoje, com 33, me sinto muito feliz assim.

- Adoro ler e escrever, e tenho o sonho de, um dia, escrever um livro.

- Tenho paladar de criança, e não gosto de verduras e legumes. Nem de leite.

- Adoro séries de TV e reality shows (?).


Apesar de achar que todos já receberam, todos os blogs da minha listinha ao lado sintam-se convidados a fazer o Meme, eu adoraria conhecer mais um pouquinho de todos...

fevereiro 06, 2009

Volta às aulas

Cadernos novos, estojo de canetinha completo, cheirinho de papel novo, ansiedade, preocupação...Há quando tempo não sentia a empolgação da compra do material escolar! Laura e Elisa cursavam a educação infantil até o ano passado, e a lista de materiais nunca passava de revistas velhas para recortar, livrinhos de leitura, objetos diferentes. O resto sempre foi providenciado pelo próprio colégio. Esse ano, Laura passou ao Ensino Fundamental, o que me fez deparar com uma lista enorme de cadernos, canetas, lápis e livros e me fez retornar facilmente à infância.

A ansiedade dela era enorme. E eu me via de novo, em seus olhinhos brilhantes, cheios de promessas de capricho e responsabilidade. Eu poderia ter impresso as primeiras folhas no computador, com desenhos modernos que apresentassem as matérias: Língua Portuguesa, Matemática, Educação Religiosa, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Mas não. Eu preferi fazer cada capa à mão, mesmo não sendo tão habilidosa, com ela ao meu lado. Me lembrei exatamente de quando a minha mãe enfeitava as primeiras folhas dos meus cadernos e, depois, pedia ao meu pai que escrevesse o nome da discipina. A letra dele era linda! E eu acompanhava cada traço, ao ponto dele me pedir: "-Filha, afasta um pouquinho senão o papai vai errar!".

Engraçado isso...Eu tive que pedir à Laura que se afastasse por diversas vezes, porque ela queria acompanhar cada pontinho que eu fizesse. E achou tudo lindo, como se eu fosse a artista mais habilidosa do mundo...

E no domingo, véspera da volta às aulas, foi difícil o sono chegar para ela. A ansiedade não deixava. Eram muitas perguntas, muitas dúvidas, muita vontade que amanhecesse logo o dia e ela pudesse logo atravessar os portões da escola. Aquele mesmo sentimento que eu senti tantas vezes, do mesmo jeitinho...Às vezes fico pensando que Deus nos dá a oportunidade de vivermos de novo a nossa vida, passarmos a limpo mesmo, através de nossos filhos...

E o primeiro dia de aula, finalmente chegou. Uma segunda-feira colorida, quente, agitada, feliz. Sorrisos ansiosos, as mãozinhas transpirando de nervoso. Rostinhos novos, reencontros alegres. Para Laura, a primeira vez que usou uma mochila de rodinhas, que na educação infantil era proibida. Um orgulho sem tamanho. Para elas, para nós. Uma segunda-feira que elas não vão esquecer. Nem eu.

janeiro 29, 2009

te amo mamae

mamae voce e muito linda
voce me ensina muito
voce e muito legal
beijos laura

O Topo da Alegria

Essa foi a forma como a minha filha Laura descreveu o seu sentimento quando retornamos de um de nossos passeios durante as férias. “Mamãe, hoje eu cheguei no topo da alegria!”. E aí eu me peguei pensando, mais uma vez, norteada por suas descobertas e sua forma linda de dizer o que está sentindo. Seria possível conhecer o Topo da Alegria? Ou será que esse é mais um daqueles sentimentos que somente as crianças conseguem atingir?

Naquele dia, o Topo da Alegria dela foi um dia em um resort, com uma espécie de parque aquático que as manteve ocupadas por todo o dia. Simples assim. Sem a necessidade de uma conta bancária transbordante, um parceiro perfeito, uma casa de sonhos, uma roupa de grife, um reconhecimento social, profissional ou qualquer outro tipo de preocupação que poderia rondar as mentes ocupadas de qualquer adulto normal. O Topo da Alegria dependeu apenas de um dia de sol, uma boa quantidade de filtro solar, biquíni, boné e um cenário bonito, diferente, lúdico. Nada mais. E foi mesmo, de verdade, o Topo da Alegria.

A vida seria bem mais simples se conseguíssemos definir, em todas as idades da vida, o nosso Topo da Alegria. E, ainda, se essa definição fosse algo próximo, perfeitamente possível de ser atingido, e não uma mansão de revista, um iate de filme, um casamento em um castelo, uma vida em cor-de-rosa...

Filha, você me falou do seu Topo da Alegria e, assim, me fez chegar ao meu também. E não foi uma figura de linguagem, eu também cheguei ao Topo da Alegria naquele dia. Com vocês. E espero voltar lá muitas vezes, por diferentes caminhos, em diferentes momentos de nossas vidas, mas lá...No Topo da Alegria.

janeiro 12, 2009

Tudo bem.

Criança às vezes tem pesadelo. Comigo não foi diferente, e não está sendo com as minhas filhas. Quantas vezes eu me lembro de ter me levantado no meio da madrugada, correndo para o quarto dos meus pais, desesperada por um pouco de proteção. E essa proteção me era sempre dada. E eu me sentia a menina mais feliz, a mais protegida, a mais corajosa, ali, no meio dos dois, bem pertinho de cada um.

Hoje, as coisas se repetem, mas eu não estou mais no meio da cama. Sou eu quem estende os braços para puxá-las para ele. Mesmo não sendo a mulher mais corajosa desse mundo, eu as protejo de todos os pesadelos. Não tem monstro, bicho ou barulho que seja páreo para mim, naquele momento. E eu, que morro de medo de qualquer lagartixa, cresço e me transformo em pura proteção. Protejo porque amo, não tem como ser diferente. E isso é bom. Talvez melhor do que ser protegida.

Minha Laura anda tendo pesadelos...Os seus dentinhos de leite estão caindo, e ela acorda assustada achando que os dentes permanentes também estão moles. Aí, ela me abraça forte e pergunta: "-Mãe, está tudo certinho com meus dentes?" E eu digo que sim, que ela pode voltar a dormir tranquila. E que, mesmo se houvesse algo errado, meu amor a protegeria. E ela adormece novamente, com um sorriso nos lábios. Após essa noite , acordei com uma música nada nova do Lulu Santos na cabeça, que tem uma frase linda, sem que eu a tivesse dado a devida atenção até então: MAS O TEU AMOR ME CURA...

Talvez seja esse o papel do amor verdadeiro. Curar. Tranquilizar. Dizer que está tudo bem, que estaremos por perto, que o sono já pode voltar a ser tranquilo.

janeiro 09, 2009

Meme da Lucia!!!!

A querida da Lucia, do Lucia in the Sky - que eu adoro - me presenteou com o selinho lindo aí ao lado. Seguem as regras:


-listar suas cinco obsessões/ apego/ manias
-postar as regras
-indicar mais 5 pessoas

Acho que não chamaria de obsessões, mas manias...Ah, essas eu tenho!!!

1. Não posso ver bolsas, bolsinhas, bolsões, caixas e tudo o que é organizador. Mesmo que não use, não posso ver que quero.
2. Perfume. Creme. Óleo. Tudo que é cheiro.
3. Checar e-mails toda hora.
4. Livros. Não posso ver uma nova indicação que enlouqueço.
5. Esquecer chave e celular em casa ou não ouvir o celular quando toca.

Acho que as minhas indicações já receberam os selinhos, mas vou dizer assim mesmo, porque foi quem me veio à cabeça e ao coração:


1. Nina - Entre Mãe e Filha.
2. Soninha - 1000 passos para algum lugar
3. Sabrina - Sabrina Jung
4. Angie - Joaninha Bacana
5. Eneida - Tenga Volantes.
6. Cláudia - Pepper in Fashion

Ai, acho que indiquei mais do que devia!!!!!
Acho que também poderia dizer que é uma mania muito boa e querida visitá-las todos os dias...

janeiro 05, 2009

Minha Cidade

Como sugerido pela Sabrina e já cumprido pela Nina, seguem abaixo algumas fotos da minha cidade: Colatina - Estado do Espírito Santo - Brasil.

Colatina é a cidade aonde eu nasci, aonde quase toda a minha família mora, aonde eu me sinto em casa, conheço quase todo mundo e a cidade que me dá aquela sensação boa de aconchego, de estar em casa, de voltar. Morei alguns anos em Vítória, a capital do Espirito Santo (mais ou menos 8 anos). Também foram anos felizes, mas...Minha casa ainda é aqui...

A cidade é pequena, interiorana, possui 98.000 habitantes, e é conhecida pelo calor que aqui faz.




Essa é a praça municipal, praça da Cãmara dos Vereadores.



Essa é a Praça da Catedral, atrás daquelas árvores fica o meu escritório...




Dizem que Colatina tem o 2º Pôr-do-Sol mais bonito do mundo...Não sei quem começou a dizer isso, nem quem passou de cidade em cidade para fazer essa confirmação, mas...Que é bonitinho é, não?




A vista da ponte Florentino Avidos, sobre o Rio Doce, que liga os principais bairros da cidade.



Aqui também temos um Cristo Redentor, abençoando os moradores da cidade.




Para mim, o maior símbolo de Colatina: A Catedral. A Igreja aonde meus avós de casaram, aonde meus pais se casaram, aonde eu fui batizada (assim como quase todos os meus primos), aonde eu me casei e aonde minhas duas filhas também foram batizadas...Muita história, não é?




A Catedral por dentro.



Esse prédio maior é o prédio aonde eu morava, antes de mudar para a minha casa, que fica em um bairro mais alto (mais fresco e mais lindo!!!). A parte triste da história eu conto em outro momento.


Bom, esse é um pouquinho da minha cidade, que esconde muitas coisas boas, mas também muito para se fazer, se conscientizar e se acertar...

janeiro 02, 2009

2009.

Manhã. Sol. Livro. Estrelas. Flor. Perfume. Travesseiro. Massagem. Gargalhada. Casa. Olhos. Chocolate. Coca-cola Zero. Espuma. Blog. Camarão. Sono. Palavras. Noites livres. Férias. Carnaval. Páscoa. Casamento. Trabalho. Muito. Beijo. Carinho. Aniversário. Dia da Independência. Encontro. Dia das Crianças. Proclamação da República. Árvore de Natal.

Marido.

Filhas.

Afilhado novo.

Família.

Amigos.

Passa rápido. Melhor aproveitar.

 Mart'nalia - Don't worry be happy