abril 30, 2009

Se eu fosse...

Ah...Eu vi o da Chris e não resisti...

se eu fosse um mês: eu seria setembro.
se eu fosse um dia da semana: eu seria a sexta-feira.
se eu fosse uma hora do dia: eu seria às 10:00 da noite.
se eu fosse uma estação do ano: eu seria a primavera.
se eu fosse um planeta: eu seria a Terra.
se eu fosse uma direção: eu seria o norte.
se eu fosse um móvel: eu seria uma cama, cheia de travesseiros.
se eu fosse um pecado: eu seria o orgulho.
se eu fosse um sentido: eu seria o olfato.
se eu fosse uma pedra: eu seria uma ametista.
se eu fosse uma planta: eu seria um ipê amarelo.
se eu fosse uma flor: eu seria uma margarida.
se eu fosse um clima: eu seria fresco.
se eu fosse um prato: eu seria um queijo.
se eu fosse um instrumento musical: eu seria um piano
se eu fosse um elemento: eu seria a terra.
se eu fosse uma cor: eu seria azul.
se eu fosse um animal: eu seria um passarinho.
se eu fosse um som: eu seria uma gargalhada.
se eu fosse uma música: eu seria "All Star".
se eu fosse um sentimento: eu seria o amor.
se eu fosse um lugar: eu seria a DisneyWorld.
se eu fosse um sabor: eu seria chocolate.
se eu fosse uma palavra: eu seria fé.
se eu fosse um verbo: eu seria realizar.
se eu fosse um objeto: eu seria uma caneta.
se eu fosse uma parte do corpo: eu seria os olhos.
se eu fosse um número: eu seria o 2.
se eu fosse um símbolo: eu seria uma estrela.


 smash mouth - all star

abril 27, 2009

Encontros e Desencontros.









Já cheguei a acreditar que a vida é feita de encontros. Acreditei que os encontros que temos durante a nossa vida que nos tornam as pessoas que somos. Pais, irmãos, a melhor amiga de infância que pode mudar a qualquer momento, aquele professor de matemática ou de física que era o mais temido do ensino médio, aquele anúncio de jornal que leva a um pensamento inesperado ou a uma ligação surpreendente, aquele filme que faz querer mudar a vida, o primeiro chefe, o primeiro namorado. Acreditei que cada um desses encontros nos ensinasse alguma coisa e preparasse o encontro mais especial de todos, aquele que temos com o nosso próprio EU.

Hoje não mais acredito nesses encontros. Ou pelo menos não somente neles. Acredito que os desencontros que enfrentamos durante a vida é que se tornam os verdadeiros mestres de uma personalidade.

Encontrar é fácil. Passamos a vida inteira tentando encontrar. Respostas, caminhos, parceiros, soluções, felicidade. Quando o encontro acontece, nos sentimos realizados. Desencontrar, não. Desencontrar é difícil, é doloroso. Quando desencontramos, sofremos. Muito. Encontrar é um resultado esperado, querido. Desencontrar deixa um vazio, representa uma perda. E é aí que eu vejo toda essa beleza. Às vezes, não precisamos encontrar mais nada, mas precisamos desencontrar preconceitos, idéias, vontades, pessoas, trabalhos. Desencontros ensinam. Desencontros mudam. Fazem crescer. Desencontros também nos levam ao encontro do nosso próprio EU, e, muitas vezes, de forma ainda mais íntima.

abril 18, 2009

Meu Monteiro Lobato








Não me lembro de vê-la lendo tanto. Algumas vezes, talvez. A lembrança mais concreta foi de quando a vi lendo e sublinhando com caneta azul os trechos mais tocantes de “Minutos de Sabedoria”. Eu devia ter uns 11 anos ou mais. Mas muito antes disso, talvez até mesmo sem querer (ou não) ela já era o meu Monteiro Lobato. Ela adorava dizer que eu adorava ler. Ela adorava me comprar livros. O Menino do Dedo Verde, Meu Pé de Laranja Lima, A Casa do Anjo da Guarda, O Menino Maluquinho, As Reinações de Narizinho, foram alguns dos títulos que eu já havia lido muito antes de ouvir falar deles na escola. Ela nunca me negou um livro. Nem quando a dificuldade financeira batia muito forte à porta e eu nem desconfiava.

Eu podia quase tocar o orgulho que ela demonstrava quando dizia: “Ela adora ler!”, “Quando está lendo, parece que esquece do mundo, essa menina”. Hoje eu sinto o mesmo orgulho com as minhas filhas. O orgulho é tão grande que chega a ser concreto. Como quando fui buscar a Laura na escola e a professora nos disse que ela estava nos esperando na biblioteca, e, chegando até lá, encontramos uma Laura encantada com uma carteirinha de estudante nas mãos achando uma grande conquista o fato de poder pegar qualquer um dentre aquelas centenas de livros e devolver alguns dias depois. Monteiro Lobato precisava ver isso. Monteiro Lobato precisava ver o sorriso de todas as crianças que lêem. Mais. Precisava ver o que essas palavras lidas na infância fazem por um adulto. Precisava ver a transformação que a leitura faz no ser humano. No mundo. Nas relações humanas. Ele não viu, mas devia saber disso muito bem.

Ela? Continuo não sabendo se ela fez tudo isso de forma consciente. Não sei se ela sabia o quanto aqueles livros me faziam felizes. Não sei se ela sabe o quanto sou grata por isso. Não sei se ela sabe o quanto quero fazer o mesmo pelas minhas filhas. Não sei se ela sabe que foi o meu Monteiro Lobato. Nem sei se ela sabe o que significa ser o Monteiro Lobato de alguém. Mas ela foi. Acho que continua sendo, porque eu continuo sentindo forte aquele mesmo orgulho de quando era criança. Se encha de orgulho mesmo, Mãe. Ser Monteiro Lobato não é para qualquer um.

abril 08, 2009

Limites.

Houve uma época em que pais e mães eram pais e mães. Depois, passaram a ser pais, mães e amigos. Depois, passaram a ser amigos dos filhos, antes mesmo de serem pais e mães. Alguns, até se esqueceram do seu papel, e outros até inverteram os papéis e passaram a ser cuidados pelos seus filhos. Talvez seja por isso que a nossa sociedade atual também anda invertendo valores. O honesto passa a ser bobo, o esperto é quem passa por cima dos outros, ruim é o policial que atira no bandido, porque ele deveria ter esperado um pouco mais.

Toda aquela liberdade conquistada por uma geração nos anos 60 e 70 parece agora precisar de um equilíbrio. A liberdade é necessária, mas os limites também. O respeito precisa continuar a pautar as relações, todas elas, seja entre pais e filhos, marido e mulher, professor e aluno, amigos. O conceito de liberdade que parece ter assumido contornos mais extensos do que o necessário, acabou transformando a autoridade em sinônimo de opressão, o respeito em algo antiquado, os limites em monstros horríveis que representam a usurpação da liberdade alheia.

Eu não quero ser amiga das minhas filhas. Confesso que tomei essa afirmação emprestada do meu marido, mas a tomo como verdade. A afirmação pode parecer estranha, a princípio, para uma mãe em pleno ano 2009, com 33 anos. Não acho. Repito: Não quero ser amiga das minhas filhas. Quero ser mãe. Mãe na verdadeira acepção da palavra. Mãe que cuida, recebe, acalenta, cura, resolve, aconselha, apoia. Mãe que entende. Mãe que escuta, mas que também fala. Mãe que respeita, mas também é respeitada. Mãe que erra, sim, mas sempre tentando acertar.

Quero que elas tenham as suas amigas como eu tive - e tenho - as minhas, mas, quero que saibam sempre que eu estarei ali. Aqui. Em qualquer lugar. Quero que saibam dos seus limites, e que também reconheçam os meus. Não quero que me contem tudo, mas quero saber o que pensam e do que precisam com um simples escutar de passos. Quero fingir que não sei, para deixá-las assumir um risco, mas quero saibam que, independentemente do resultado, estarei ao lado delas. Quero ser permissiva, às vezes, exigente em outras. Não quero pular junto com elas em seus próprios pára-quedas, quero ser a rede de segurança.

abril 04, 2009

Outono.

Todo final de verão é tempo de chuvas. Por aqui, elas atrasaram um pouquinho e começaram mesmo no outono. Até que achei pertinente. Outono é a estação da renovação, e a chuva pode começar lavando toda a sujeira que um verão seco e quente deixou por aí. Sabedoria da natureza mesmo. Ainda que tenhamos que conviver com gripes e resfriados constantes durante essa mudança de temperatura e com os jardins podados ou desfolhados à nossa volta, precisamos reconhecer que em algum momento, aquela folha precisa cair.

Em algum momento aquela flor tão linda precisa murchar, aquele azul fabuloso do céu precisa ceder. Ninguém consegue viver sob o calor a vida toda, por mais reconfortante que isso possa parecer.

Tempos frios são necessários. Levam ao recolhimento, à reaproximação. A chuva que teima em cair tira as pessoas dos parques e das avenidas e as leva para dentro de casa, talvez à volta de uma mesma mesa, talvez para aquela conversa que só aconteceu no outono do ano passado. Talvez para um recolhimento que já nem mais se lembrava como era ou como pode ser.

O calor ainda não foi embora por inteiro ( e por aqui dificilmente vai), mas uma brisa de ar fresco já começa a entrar pela janela. O jardim já foi podado, as minhas flores amarelas preferidas já foram embora, mas, pela justificativa do jardineiro, era necessário para que nascessem novamente, e mais bonitas e mais amarelas do que já eram.

Que venha o outono e o inverno, então.

Que sejamos podados também, para continuarmos a crescer mais bonitos e mais coloridos. Afinal de contas, usar uma pashimina também tem seu charme...