Hoje eu levei a minha pequena Elisa para a natação. Levei hoje porque a super-babá-Adelaide precisou ir ao médico. Claro, é preciso um motivo para levar a filha, no meio da tarde, para a natação. Ainda que o processo todo não leve uma hora. Mas, afinal, minha posição de mulher-moderna não permite que eu esteja, no meio da tarde de uma segunda-feira, em um ginásio coberto para acompanhar os progressos aquáticos da minha segunda filha. Confesso que, durante a aula, chequei várias vezes os meus e-mails, atendi a umas cinco ligações, fiz várias listas do que havia por fazer, mas, ainda assim, eu pude observá-la, ganhando cada vez mais confiança naquela piscina enorme e, claro, se divertindo muito.
Ela já estava usando a bóia em apenas um braço, progresso que eu não vi acontecer. Ela já sabe pular, nadar de costas, encontrar objetos na água, nadar com a prancha, com o tapete, com o espaguete de borracha. Ela já sabe fazer tudo isso sozinha. Eu era quem não sabia das coisas ali. Eu era quem não sabia aonde ficava o banheiro feminino, eu era quem não sabia como ligar o chuveiro. E, claro, não precisei chegar nem perto enquanto ela lavava perfeitamente os cabelos com shampoo e condicionador após a aula. Só assisti. Assisti aquela pequeneza toda enfrentando a piscina sem qualquer medo, sem qualquer sentimento de impossibilidade, sem qualquer dificuldade.
Apenas assisti quando ela pedia ajuda à professora para subir na borda da piscina, com a intimidade de quem conhece a anos aquilo que está fazendo.
Segunda-feira, às três da tarde, e eu não estava em meio a prazos, petições e reuniões. Eu estava recebendo um tchauzinho a cada vez que ela chegava à borda da piscina. Eu estava observando todos os sorrisos e toda a vontade de aprender e conquistar que ela demonstrava. Eu estava aprendendo com aquela pequenina de biquini vermelho e touca prateada a me jogar mais na piscina, sem me preocupar com o medo. Eu estava aprendendo a não deixar de tentar.
Eu adorei a minha aula de natação, a seco. Adorei a minha aula de coragem. Adorei a minha aula de superação. Mas, o que mais adorei mesmo, foi enrolá-la junto a mim, na toalha após o banho. Se fiquei toda molhada? É claro que sim. Mas foi um banho de felicidade e uma aula de amor.
5 comentários:
oohh Rê linda, que bacana isso, a Elisa toda responsável assim e fazendo tanto já na piscina, acho isso tao importante, que as criancas saibam nadar.
A gente deveria ter mais tempo pros nossos filhos, nao é Re?
Olha, bichinha, espero que vc esteja legal viu? aquele teu comentário me preocupou um pouco. Tá tudo bem?
Ô, Nina, como eu queria mais tempo e menos culpa...rsrsrs...
Estou bem sim, mas vou te mandar um e-mail...rsrsrsr...
Beijo!
Vc pode me explicar PORQUÊ toda vez que leio seus textos, eu choro?????
Se eu escrevo com a garganta, vc escreve com a VEIA! Mas o curioso é que é com a veia DA GENTE! ;-)
Culpa. Tanta.... Já passei por isto e sei bem o que sentiu.... O melhor é o olhar de alegria, que ao mesmo tempo elas expressam orgulho puro de terem suas mamães ali, nos cobram a presença nestes momentos.... Choro também. Mix de emoção e culpa. Preciso me curar. Será que é possivel?????
Cheguei aqui por acaso, procurando algo para minha aula. Mas encontrei um belo texto que serviu para mim mesmo: três minutos de prazer.
Belo texto!
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