No som do carro, uma música diz que dá vontade de jogar tudo para o alto e ir embora com o "você" escolhido pelo compositor. Sempre me encantei por esta expressão: Jogar tudo para o alto. Existe alguma coisa que expresse mais liberdade do que isso? Sim, sim, eu sei que toda liberdade tem o seu preço e que muitas e muitas vezes não estamos dispostos a pagar. Mas deve ser muito bom jogar tudo para o alto. Nada de romantismo, de fugir com a pessoa amada, de viver um amor debaixo da ponte, de morar em uma barraca na beira da praia sem a menor necessidade de qualquer conforto. Se é que eu já tive essa fase "romântica", já passei dela há muito tempo.
Não queria fugir, tampouco jogar a minha vida e as minhas conquistas para o alto. Mas algumas coisas certamente mereceriam ser jogadas para o maior de todos os altos, de forma que nunca mais voltassem. Talvez algumas coisas até desejadas fossem junto, mas o que seriam essas coisas perto da sensação de liberdade que eu sentiria? Talvez essa sensação de liberdade seja a tal felicidade com a qual todo ser humano sonha, todo dia. Talvez não. E se for exatamente o contrário? E se essa liberdade toda for justamente a maior de todas as prisões?
Filosofia demais para a hora do almoço de uma quarta-feira qualquer. Falar de liberdade é falar do que não conheço. Do que ninguém conhece. Apesar de todos se acharem livres. Liberdade para a minha filha de dez anos é não ter tarefa de casa. Para a de seis, é poder dormir e acordar a hora que bem entender. Para o meu sobrinho-afilhado, é não precisar comer nada além de pipoca. Tantos conceitos. Tantas ideias. Cada liberdade com o seu preço. Alguns até baratos, outros nem tanto. Se uma resolve jogar tudo para o alto e não fazer a tarefa de casa, amanhã ficará até mais tarde no colégio. Se a outra dormir a hora que quiser, não acorda para a escola e, consequentemente não conseguirá atingir o seu maior objetivo hoje: escrever com letra cursiva. Isso sem falar das consequências que eu e o pai - carrascos implacáveis dessas liberdades - teríamos que aplicar. E a dieta do pequeno a base de pipoca? Internação e soro, na certa.
Não dá para jogar tudo para o alto. Algumas coisas, com certeza. Já vou começar a minha lista para os próximos arremessos. Mas TUDO, TUDO, não. Ainda que, muitas vezes, eu seja obrigada a reconhecer, como na música do rádio: "Mas que dá vontade, dá..."
maio 30, 2012
abril 26, 2012
A Pequenez dos Problemas.
Abro o guarda-roupas pela manhã e não tenho
nada para vestir, mesmo diante da quantidade de roupas que se apresenta a minha
frente. Fico nervosa, reclamo da vida, do corpo, dos quilos que sobram ou dos
centímetros que faltam. Ainda esbravejando, recebo o telefonema que avisa que a
faxineira não vem. Está com o filho doente. Pronto. Qualquer roupa já está
ótima, considerando que não posso me atrasar nem um minuto, pois vou ter que
dar conta de mais coisa do que pensava.
Com o grande problema da falta da faxineira,
digo para a minha filha se apressar, ao que ela me responde que a garganta está
doendo. Chegando mais perto, verifico que ela está com febre. Nem quero mais
saber como a casa está ou como vai ficar. Amanhã a faxineira vem e está tudo
resolvido. Ligo para a pediatra e agendo a consulta para as quatro. Por
enquanto, apenas um antitérmico e a febre já vai passando. E quase me esqueço daquela reunião
importantíssima do meio-dia. A internet está extremamente instável e não
consigo finalizar o envio dos relatórios. Esbravejo mais uma vez por não ter
enviado os relatórios antes. Reclamo do computador, do servidor e do Steve
Jobs.
Mesmo sem os relatórios, mas com a minha
presença, a reunião começa. Os relatórios não poderão ser avaliados porque os
dados de comparação não foram apresentados por quem deveria. Pra que mesmo eu
perdi tanto tempo com eles? Me desculpe, Steve Jobs, problema não é você. Problema é ter que lidar com gente
descompromissada. Mais um ataque interno. Esbravejo agora contra as pessoas, o
sistema educacional, a juventude atual.
E me lembro da consulta da pequena. As pessoas
são até boas, problema é o trânsito. Como vou conseguir chegar ao pediatra as
quatro? Ainda esbravejando contra o trânsito, a quantidade de carros que as
pessoas possuem, a falta de educação no trânsito, chego ao consultório com
algum tempo de atraso. A médica também está atrasada. Muito atrasada. Pra que
mesmo que eu corri tanto?
Quase uma hora depois de ter chegado ao
consultório somos atendidas. Desculpando-se pelo atraso, a pediatra informa que
a criança que acabou de deixar o consultório foi diagnosticada com um síndrome
rara. Cura? Só Deus.
Agora eu esbravejo contra mim mesma.
Problemas? Só parecem grandes até que um outro apareça.
abril 10, 2012
A Nossa Música.
Sempre achei lindo aqueles casais que tem uma música que consideram deles. Aquela que quando toca, eles se olham com carinho e se lembram de todos os momentos bons que já passaram juntos. Principalmente quando se trata de uma música linda, tipo trilha sonora marcante de filme. Aquelas inesquecíveis mesmo, como "The way you look tonight" e tantas outras.
Há vinte anos eu procuro a nossa música. Queria encontrar uma que pudesse nos fazer lembrar de tudo, de cada momento, de cada conquista, de cada olhar. Nunca consegui encontrar.
Já cheguei a pensar que seria "Wish you were here", pois você sempre diz, todo orgulhoso, que foi tocando essa música no violão que me conquistou, lá no Colégio Marista. Que nada! Você já tinha me conquistado há muito tempo.
Pensando bem, a nossa música poderia até ser "Chorando se foi", para relembrar a lambateria em Porto Seguro quando nos olhamos diferente pela primeira vez. Diferente sim, porque já nos olhávamos há bastante tempo. Antes mesmo de você, com dezessete anos, cantar "The Wall" na abertura dos Jogos Internos Marista para uma multidão de pessoas, com outros amigos nossos na formação da banda. E eu, com quinze, fazia a coreografia da dança vencedora daquele ano com as outras meninas.
Já nos olhávamos diferente quando, na volta daquela excurssão para Porto Seguro, ouvíamos "Por Enquanto" no ônibus, mas começamos a nossa história mesmo ao som da banda Akauã, naquela festa do Clube Itajuby.
Poderíamos escolher também "My Girl", música pela qual ficamos apaixonados quando assistimos ao filme Meu Primeiro Amor, e você, já no outro dia, comprou para mim a fita cassete da trilha sonora. Sim, a fita cassete. Porque a nossa história é do tempo da fita cassete.
Ou, ainda, Vento Ventania, que cantávamos juntos e muito alto naquele escort marrom do seu pai quando voltávamos da faculdade. E Elton John, que foi colocado para finalizar a filmagem do nosso casamento? Ah, tem também o Eros Ramazotti, que ouvíamos sem parar na nossa lua-de-mel. Ou o Santana, que me fez enlouquecer em um shopping de Campinas à procura do DVD.
Tivemos a época de termos apenas o Txutxucão como trilha sonora, já que não éramos mais só dois, mas três. E depois, quatro, como somos hoje.
Aliás, hoje, a nossa trilha sonora passa por Kate Perry, Demi Lovato, Lady Gaga, Rihanna, Selena Gomez, Adele e tantos outros ídolos das nossas pequenas, já que a música no carro não somos mais nós quem escolhe. E tantas e tantas vezes estamos lado a lado ouvindo músicas diferentes. Muitas vezes eu critico o seu Bee Gees enquanto você não tem paciência para a minha Rita Lee. Mas, no final das contas, todas elas entram no IPod.
De tanto procurar a NOSSA MÚSICA, eu acabei acreditanto que não podemos ter uma. Porque você não é um só pra mim. E eu não sou uma só para você. Somos muitos para nós mesmos. ´Muitas músicas, muitos anos. Não cabe tudo isso em uma música só. E, de verdade, acho que nem queremos mais que caiba...
Há vinte anos eu procuro a nossa música. Queria encontrar uma que pudesse nos fazer lembrar de tudo, de cada momento, de cada conquista, de cada olhar. Nunca consegui encontrar.
Já cheguei a pensar que seria "Wish you were here", pois você sempre diz, todo orgulhoso, que foi tocando essa música no violão que me conquistou, lá no Colégio Marista. Que nada! Você já tinha me conquistado há muito tempo.
Pensando bem, a nossa música poderia até ser "Chorando se foi", para relembrar a lambateria em Porto Seguro quando nos olhamos diferente pela primeira vez. Diferente sim, porque já nos olhávamos há bastante tempo. Antes mesmo de você, com dezessete anos, cantar "The Wall" na abertura dos Jogos Internos Marista para uma multidão de pessoas, com outros amigos nossos na formação da banda. E eu, com quinze, fazia a coreografia da dança vencedora daquele ano com as outras meninas.
Já nos olhávamos diferente quando, na volta daquela excurssão para Porto Seguro, ouvíamos "Por Enquanto" no ônibus, mas começamos a nossa história mesmo ao som da banda Akauã, naquela festa do Clube Itajuby.
Poderíamos escolher também "My Girl", música pela qual ficamos apaixonados quando assistimos ao filme Meu Primeiro Amor, e você, já no outro dia, comprou para mim a fita cassete da trilha sonora. Sim, a fita cassete. Porque a nossa história é do tempo da fita cassete.
Ou, ainda, Vento Ventania, que cantávamos juntos e muito alto naquele escort marrom do seu pai quando voltávamos da faculdade. E Elton John, que foi colocado para finalizar a filmagem do nosso casamento? Ah, tem também o Eros Ramazotti, que ouvíamos sem parar na nossa lua-de-mel. Ou o Santana, que me fez enlouquecer em um shopping de Campinas à procura do DVD.
Tivemos a época de termos apenas o Txutxucão como trilha sonora, já que não éramos mais só dois, mas três. E depois, quatro, como somos hoje.
Aliás, hoje, a nossa trilha sonora passa por Kate Perry, Demi Lovato, Lady Gaga, Rihanna, Selena Gomez, Adele e tantos outros ídolos das nossas pequenas, já que a música no carro não somos mais nós quem escolhe. E tantas e tantas vezes estamos lado a lado ouvindo músicas diferentes. Muitas vezes eu critico o seu Bee Gees enquanto você não tem paciência para a minha Rita Lee. Mas, no final das contas, todas elas entram no IPod.
De tanto procurar a NOSSA MÚSICA, eu acabei acreditanto que não podemos ter uma. Porque você não é um só pra mim. E eu não sou uma só para você. Somos muitos para nós mesmos. ´Muitas músicas, muitos anos. Não cabe tudo isso em uma música só. E, de verdade, acho que nem queremos mais que caiba...
abril 08, 2012
Pouco Caso.
Sou de poucas palavras, mas não gosto de pouco caso.
O pouco me incomoda. Não gosto de pouco tempo. Não gosto de pouco espaço.
Dormir pouco me maltrata. Não gosto de poucos travesseiros na cama.
Não gosto de pouca calda de chocolate no sorvete. Não gosto de pouco gelo na coca-cola.
Não gosto de pouco requeijão na torrada.
Não gosto de pouco sorriso. Não gosto de poucas folhas em branco.
Não gosto de pouco perfume, nem de pouca espuma na hora do banho. Não uso pouco hidratante.
Não gosto de poucos sapatos. Apesar da pouca altura, não gosto de pouco salto.
Não gosto de pouca música, nem de poucos livros.
Não gosto de pouca inteligência, nem de pouco humor.
Não gosto de ter poucas opções, mesmo que escolha sempre as mesmas.
Não gosto de poucas cores. Muito menos de poucos amores.
O pouco me incomoda. Não gosto de pouco tempo. Não gosto de pouco espaço.
Dormir pouco me maltrata. Não gosto de poucos travesseiros na cama.
Não gosto de pouca calda de chocolate no sorvete. Não gosto de pouco gelo na coca-cola.
Não gosto de pouco requeijão na torrada.
Não gosto de pouco sorriso. Não gosto de poucas folhas em branco.
Não gosto de pouco perfume, nem de pouca espuma na hora do banho. Não uso pouco hidratante.
Não gosto de poucos sapatos. Apesar da pouca altura, não gosto de pouco salto.
Não gosto de pouca música, nem de poucos livros.
Não gosto de pouca inteligência, nem de pouco humor.
Não gosto de ter poucas opções, mesmo que escolha sempre as mesmas.
Não gosto de poucas cores. Muito menos de poucos amores.
março 16, 2012
Como a vida.
Então, o acaso planejado. Uma avalanche vagarosa de palavras que aparecem escondidas de vez em quando. Uma vontade de dizer um silêncio alto que incomodaria qualquer surdez. Sem sentido nenhum, mas de uma lógica irracional enormemente pequena. Uma multidão solitária que procura de forma sabiamente ignorante o que já possui, enxergando a constelação de uma estrela solitária com brilho fosco que mostra um lugar inexistente.
Um vazio cheio de loucuras sensatas que permitem interpretações igualmente diversas e levam a conclusões concretamente abstratas. Advérbios que se sujeitam a um adjetivo de orações descrentes. Uma matemática subjetiva conjugada com uma filosofia exata. Sentimento pleno de que falta alguma coisa que não se sabe o que é, mas cuja certeza é absolutamente relativa.
Uma música muda que se dança individualmente em pares. Um cheiro azul de gosto vermelho, palidamente colorido. Um sentimento curto, um vento salgado que sopra de frente, em uma linha reta que circula o coração. Uma confusão organizada de sentimentos encaixotados em sacolas hermeticamente abertas que retornam para aonde nunca estiveram.
Não é para fazer sentido. É para sentir. Não é para entender, sequer para explicar. É para gostar, ou não. Complexamente simples. Emocionalmente racional. Como a vida.
Um vazio cheio de loucuras sensatas que permitem interpretações igualmente diversas e levam a conclusões concretamente abstratas. Advérbios que se sujeitam a um adjetivo de orações descrentes. Uma matemática subjetiva conjugada com uma filosofia exata. Sentimento pleno de que falta alguma coisa que não se sabe o que é, mas cuja certeza é absolutamente relativa.
Uma música muda que se dança individualmente em pares. Um cheiro azul de gosto vermelho, palidamente colorido. Um sentimento curto, um vento salgado que sopra de frente, em uma linha reta que circula o coração. Uma confusão organizada de sentimentos encaixotados em sacolas hermeticamente abertas que retornam para aonde nunca estiveram.
Não é para fazer sentido. É para sentir. Não é para entender, sequer para explicar. É para gostar, ou não. Complexamente simples. Emocionalmente racional. Como a vida.
fevereiro 03, 2012
Minha Amiga Mulher Maravilha.
Quando eu era criança eu achava o máximo a Mulher Maravilha. Ela era forte, guerreira, inteligente, mantinha os cabelos escovados, os olhos delineados, a pele perfeita e ainda tinha um avião invisível!! Mais tarde, fui desiludida pela verdade: Aquela Mulher Maravilha não existia. Por mais que eu tentasse, eu nunca poderia ser igual a ela, tampouco ter um avião invisível.
Felizmente, o tempo nos dá a chance de mudarmos de ideia. Hoje, já acredito novamente na Mulher Maravilha. Ela não precisa ter os cabelos negros e perfeitamente escovados o tempo todo. Não precisa de olhos azuis, de laço mágico ou avião invisível. Ela consegue ser MARAVILHA sem qualquer uma dessas coisas. Aliás, ela consegue ser mais MARAVILHA ainda, porque é real.
Não nasceu na Ilha do Paraíso - apesar de ter a carteira de identidade mais estranha que já conheci -, nem é filha da rainha das amazonas. Não tem braceletes indestrutíveis para desviar balas e raios, nem uma tiara que pode ser utilizada como bumerangue. Mas consegue muito mais com uma embalagem de lenços umedecidos e algumas canetinhas coloridas. Seus super-poderes são os melhores do mundo. Nenhuma amazona de história em quadrinhos poderia ter tanta criatividade, paciência, habilidade e fazer tudo com tanto amor e tanto carinho. Nenhuma heroína daria conta dessa minha Mulher Maravilha.
Sim, eu digo que ela é minha mesmo. Não SÓ minha, mas também. É minha também porque temos coisas em comum que ninguém mais tem. Temos um coração em comum, traduzido na amizade linda de nossas princesas mais velhas. Amizade que eu peço a Deus que nunca acabe. Temos outro coração em comum, traduzido na semelhança "quase-irmã" de nossos maridos que passaram a ser assim chamados quase no mesmo dia. Coração em comum que bate enlouquecido em uma papelaria, livraria, perfumaria e várias outras "ias"da vida que só a gente entende. Que gosta até mesmo dos mesmos cheiros e dos mesmos sabores.
Minha Mulher Maravilha é isso tudo e mais um pouco. Dá jeito em tudo e ainda consegue perdoar e relevar a minha "falta de jeito"para quase todas as coisas. Ela é daquelas amigas que a gente tem a nítida impressão de que nunca vai conseguir fazer por ela o que ela faz por nós. Daquelas amigas que conseguem fazer a gente se sentir em casa mesmo quando estamos longe. Daquelas que a gente tem a certeza de que agirão exatamente como agiríamos. Daquelas que a gente deixa os filhos como se estivessem com a gente. Daquelas que a gente não encontra em qualquer esquina, nem em qualquer vida. Daquelas MARAVILHOSAS. Daquelas que, mesmo sem o shortinho azul de estrelinhas brancas e o tomara-que-caia vermelho com dourado, podem e devem ser chamadas de Mulher Maravilha. Amiga Maravilha. MINHA AMIGA MULHER MARAVILHA.
Felizmente, o tempo nos dá a chance de mudarmos de ideia. Hoje, já acredito novamente na Mulher Maravilha. Ela não precisa ter os cabelos negros e perfeitamente escovados o tempo todo. Não precisa de olhos azuis, de laço mágico ou avião invisível. Ela consegue ser MARAVILHA sem qualquer uma dessas coisas. Aliás, ela consegue ser mais MARAVILHA ainda, porque é real.
Não nasceu na Ilha do Paraíso - apesar de ter a carteira de identidade mais estranha que já conheci -, nem é filha da rainha das amazonas. Não tem braceletes indestrutíveis para desviar balas e raios, nem uma tiara que pode ser utilizada como bumerangue. Mas consegue muito mais com uma embalagem de lenços umedecidos e algumas canetinhas coloridas. Seus super-poderes são os melhores do mundo. Nenhuma amazona de história em quadrinhos poderia ter tanta criatividade, paciência, habilidade e fazer tudo com tanto amor e tanto carinho. Nenhuma heroína daria conta dessa minha Mulher Maravilha.
Sim, eu digo que ela é minha mesmo. Não SÓ minha, mas também. É minha também porque temos coisas em comum que ninguém mais tem. Temos um coração em comum, traduzido na amizade linda de nossas princesas mais velhas. Amizade que eu peço a Deus que nunca acabe. Temos outro coração em comum, traduzido na semelhança "quase-irmã" de nossos maridos que passaram a ser assim chamados quase no mesmo dia. Coração em comum que bate enlouquecido em uma papelaria, livraria, perfumaria e várias outras "ias"da vida que só a gente entende. Que gosta até mesmo dos mesmos cheiros e dos mesmos sabores.
Minha Mulher Maravilha é isso tudo e mais um pouco. Dá jeito em tudo e ainda consegue perdoar e relevar a minha "falta de jeito"para quase todas as coisas. Ela é daquelas amigas que a gente tem a nítida impressão de que nunca vai conseguir fazer por ela o que ela faz por nós. Daquelas amigas que conseguem fazer a gente se sentir em casa mesmo quando estamos longe. Daquelas que a gente tem a certeza de que agirão exatamente como agiríamos. Daquelas que a gente deixa os filhos como se estivessem com a gente. Daquelas que a gente não encontra em qualquer esquina, nem em qualquer vida. Daquelas MARAVILHOSAS. Daquelas que, mesmo sem o shortinho azul de estrelinhas brancas e o tomara-que-caia vermelho com dourado, podem e devem ser chamadas de Mulher Maravilha. Amiga Maravilha. MINHA AMIGA MULHER MARAVILHA.
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