outubro 19, 2008

Da Série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br 4"

Mães, Filhas, Irmãs...O Universo Feminino em Família


Não tenho irmãs, biologicamente falando. Tenho algumas que escolhi depois que nasci, ou que me escolheram, não sei ao certo. Já invejei muito quem as tem. Me parece uma relação quase mágica, de dependência, de cumplicidade, de confusão, de amor, de ciúme, enfim...De irmãs. Já ouvi de uma tia a frase de que toda mãe merece uma filha, e toda filha merece uma irmã. Talvez seja uma pouco tendenciosa, feminista essa afirmação, mas hoje percebo como é profunda essa ligação entre duas mulheres nascidas em uma mesma família. Percebo porque, apesar de não ter irmãs, eu “fiz” irmãs.

Duas filhas nascidas de uma mesma mãe e de um mesmo pai, criadas no mesmo ambiente, com os mesmos recursos e as mesmas pessoas, mas tão diferentes...Cada uma com o seu jeitinho próprio e especial de olhar, de falar e de querer. Uma quer tudo o que a outra pega, uma é mais organizada que a outra, uma é mais quieta, a outra mais falante. Me lembro quando chegava a me perguntar se seria possível amar alguém com a mesma intensidade que eu amava a minha filha, hoje vejo que foi e é possível amar, do mesmo jeito, a sua irmã...Vejo que é possível aumentar um amor que já se acreditava ter chegado ao limite da intensidade, que o amor parece que aumenta, ainda que a atenção tenha que ser dividida.

Mais uma vez me realizo com elas, quando vejo uma relação tão próxima e tão bonita. Até mesmos os momentos de “briga” e discordância são recheados de carinho, de olhares de cumplicidade. Ainda crianças, a competição vira diversão e tudo acaba em festa. A disputa pela minha atenção se torna uma competição de carinhos na qual eu me sagro como a grande vencedora de todas...Um honrado primeiro lugar no qual as medalhistas de prata empatam com louvor!

Torço e rezo para que essa relação continue assim, através da segunda infância, da adolescência, da idade adulta, da terceira idade, enfim...Será que isso é possível??? Giorgias e Robertas, Pollyannas, Fabíolas e Larissas, Cinthias e Hellens, Kellys e Márcias, Danielas, Gerusas e Patrícias, Renatas e Karlas, Cristiannnes e Camilas, Brendas e Brunellas, Andressas, Valessas e Pâmelas, Graças, Ritas e Reginas, Sílvias e Scheilas, Saras, Sônias e Sirleys, me fazem acreditar que sim, e torcer para que as minhas Laura e Elisa possam ter, sempre, uma à outra, e eu, tê-las comigo, sempre mesmo, nessa eterna cumplicidade que nos faz dependentes e realizadas...

outubro 15, 2008

Temos o mundo inteiro no nosso quintal...

Quantas vezes ouvimos essa música nos últimos dois anos? Impossível calcular...Tantos programas de TV que nunca mais assistimos por causa desses bichinhos fofinhos que dizem ter o mundo inteiro em seu quintal...
Dizem que o controle remoto é sempre propriedade do homem, parece até uma questão patológica, ou explicada pela filosofia, não sei. Mas aqui em casa é diferente...Desde que vocês chegaram em nossas vidas, mesmo que muitas vezes nos esforcemos para dizer que não, são vocês que mandam. Pelo menos no controle remoto.
Os Backyardigans são cinco bichinhos muito coloridos e de diferentes espécies que cantam e dançam o tempo todo, vivendo as mais fantasiosas aventuras sem sair do seu quintal. E aí, embalados por toda essa "paixão" que os tais backyardigans despertaram em vocês, fomos ao show deles no último sábado.
Acho que mais uma vez nós precisamos nos render às preferências de vocês e confessar que foi muito, mas muito melhor do que qualquer show que possamos ter assistido nos últimos tempos. Acho que porque estávamos os quatro juntos, podendo falar a mesma língua e curtindo cada pedacinho do show que foi lindo, colorido, musical, emocionante. Coisa de mãe babona? Não sei...Mas sei que nos divertimos muito. Juntos. Assim mesmo, como tem que ser.
Acho que o mundo precisa de mais pais e mães juntos de seus filhos. Acho que há muito tempo os filhos caminham separados dos pais, muitas vezes em direções opostas. Temos visto muitas provas de que isso não tem sido bom.
O parquinho, a praça, o circo e o show dos backyardigans não são programas para crianças acompanhadas de babás. São uma oportunidade que as crianças dão aos pais de chegarem mais perto, de gargalharem sem compromisso, de esquecerem da vida, de sujarem os pés, de comerem pipoca, enfim, oportunidade de ser pai e mãe também nas horas leves, gostosas, felizes, e não somente na hora de cobrar o dever de casa ou de reclamar do quarto desarrumado.
Obrigada, filhas. Obrigada por nos mostrarem mais uma vez que podemos sim ter "um mundo inteiro no nosso quintal" e que podemos fazer esse mundo do nosso jeito, com a nossa cara.
Obrigada com amor imenso, que não cabe no peito.

outubro 06, 2008

O Circo.

Ontem levamos nossas pequenas ao circo. Um cheiro, uma sensação que parece ser a mesma depois de tanto tempo. Passei a maior parte do espetáculo vendo tudo através dos olhos delas, brilhando e refletindo uma alegria simples e diferente, inocente.

O tempo parecia ter parado...As atrações do espetáculo são as mesmas de anos atrás, as brincadeiras feitas pelos palhaços não mudaram, tampouco os números com trapézios, tecidos e malabares. Tudo exatamente igual. E tudo tão novo ao mesmo tempo. Tão especial. Aquilo que me fazia rir também as faz. Elas prendiam a respiração exatamente como eu fazia quando o trapezista tentava uma manobra mais elaborada ou quando andava pela corda bamba.

Isso me fez entrar no clima e esquecer do calor que fazia dentro da lona do circo ou das eleições municipais que eram apuradas naquele momento. E eu acabei vendo as mesmas coisas com os mesmos olhos despretensiosos de uma criança. Olhos que não querem saber como ou porquê, que não se preocupam com as consequências ou com as impressões e que, talvez por isso, vejam apenas a beleza e as cores, sem dar lugar à duvida...

Olha aí, Nina!!!

Viu, Nina??!!!!!

Pelo menos o selinho consegui colocar!!!

Um beijo!

outubro 03, 2008

O Quarto das Meninas

Toda menina já sonhou com um quarto rosa, de princesa, aonde ela pudesse dar asas a todas as suas fantasias de criança. Com vocês não é diferente. Mais com você, Laura, que já é maiorzinha e já dá valor a essas coisas. Hoje vocês têm o mesmo quarto, porque preferiram assim. Eu e seu pai gostamos da idéia, ainda que não saibamos se essa vontade vai permanecer...

Hoje chegaram os móveis do quarto de vocês. Não são móveis de princesa e a cama não tem dossel como você já me pediu, Laura. Até porque vivemos uma realidade diferente, mais prática, e, muitas vezes não conseguimos fantasiar tanto quanto gostaríamos. Mas vou encher a parede com adesivos de borboletas coloridas. Quero que elas dêem asas à vida de vocês. Quero que todas aquelas cores façam parte do dia-a-dia de vocês (e nosso, é claro!!!) tornando a vida mais leve, mais fácil, mais divertida. Acho impossível alguem passar por uma borboleta colorida e não reparar em sua beleza ou não achar que realmete fazemos parte de um grande milagre. Também não consigo olhar para vocês e não sentir a mesma coisa. Meus milagres. Nossos milagres. Nossas borboletas.

Quero muito, filhas, que o quarto de vocês e toda a nossa casa sejam um verdadeiro casulo protetor e aconchegante, que prepare vocês para voôs mais altos, ainda mais belos. Quero estar por perto (rezo todos os dias para isso) quando a hora de voar chegar, mas quero ter a confiança de que nós conseguimos preparar vocês para que saibam voar sozinhas, alegres e coloridas, comos as borboletas que estão em sua parede...