junho 08, 2011

Escrever um livro, ter um filho, plantar uma árvore.

1.     Já li e ouvi muitas vezes que o ser humano se encontra completo, pronto, acabado quando escreve um livro, tem um filho e planta uma árvore. Não sei quem enumerou estas prioridades, tampouco se elas tem realmente o poder de completar alguém. O fato é que vale a pena avaliá-las. Por que? Talvez pelo mesmo motivo pelo qual se deve acreditar nelas. Nenhum, em especial. Mas às vezes a vida ensina que não é nas coisas especiais que encontramos o maior de nossos desejos, a felicidade plena.

Plantar uma árvore. Talvez o mais simples, talvez o mais significativo. Antes de mais nada precisamos decidir que tipo de árvore plantar, saber se aquela planta sobreviverá às condições climáticas, geográficas e humanas do local escolhido. Saber se aquela árvore poderá oferecer sombra, frutos ou pelo menos uma beleza  a mais naquela paisagem. É preciso também avaliar a melhor época do ano para plantá-la, pois as sementes também tem o seu tempo. Precisamos também avaliar quem serão o seus vizinhos de solo, se aquele meio é propício para o crescimento daquela planta.

Depois de plantada, para que a árvore venha a florescer, é preciso acompanhar. Regar, adubar, proteger. É preciso podar também, mesmo que isso doa no coração de quem plantou. É para o bem da árvore, afinal.

E, mesmo tomando todos estes cuidados, a árvore pode ou não florescer. Talvez porque a semente não era perfeita ou porque negligenciamos algum cuidado importante, ou, ainda, porque uma outra pessoa decidiu que ela não deveria estar ali. Quem sabe a árvore não precisou ser cortada para a passagem de uma estrada? Ou pegou fogo quando atingida por um carro? Por um outro lado, árvores enormes e lindas crescem sem qualquer cuidado, sequer se tem notícia de quem as plantou ou se alguma vez já foram adubadas. É a natureza fazendo a sua parte.

Plantando uma árvore, deixamos, ainda que involuntariamente, uma marca na natureza. Mudamos a paisagem do mundo. Fazemos sombra, mostramos beleza e até alimentamos alguém. Talvez por isso plantar uma árvore seja uma destas três atitudes humanas que não podem ser esquecidas. É a forma da natureza mostrar para o homem os seus caprichos, a sua bondade, a forma de ensinar a ser paciente, a respeitar um ritmo que não seja o nosso, a cuidar e não apenas ser cuidado. E, talvez, apenas talvez, seja a forma da natureza dizer que apesar de todo e qualquer esforço, outras vontades precisam ser respeitadas.

Se eu já plantei uma árvore? Não que eu me lembre. Mas se for para aprender tudo isso, devo conseguir a semente amanhã mesmo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei Rê! Nossa vida realmente é uma constante "plantação de árvores"...;-) Lindo! Bjo Bjo!

Anônimo disse...

Obs: O comentário anterior é meu...Hellen...O Fred estava logado...kkk...Bjo Bjo!