abril 08, 2009

Limites.

Houve uma época em que pais e mães eram pais e mães. Depois, passaram a ser pais, mães e amigos. Depois, passaram a ser amigos dos filhos, antes mesmo de serem pais e mães. Alguns, até se esqueceram do seu papel, e outros até inverteram os papéis e passaram a ser cuidados pelos seus filhos. Talvez seja por isso que a nossa sociedade atual também anda invertendo valores. O honesto passa a ser bobo, o esperto é quem passa por cima dos outros, ruim é o policial que atira no bandido, porque ele deveria ter esperado um pouco mais.

Toda aquela liberdade conquistada por uma geração nos anos 60 e 70 parece agora precisar de um equilíbrio. A liberdade é necessária, mas os limites também. O respeito precisa continuar a pautar as relações, todas elas, seja entre pais e filhos, marido e mulher, professor e aluno, amigos. O conceito de liberdade que parece ter assumido contornos mais extensos do que o necessário, acabou transformando a autoridade em sinônimo de opressão, o respeito em algo antiquado, os limites em monstros horríveis que representam a usurpação da liberdade alheia.

Eu não quero ser amiga das minhas filhas. Confesso que tomei essa afirmação emprestada do meu marido, mas a tomo como verdade. A afirmação pode parecer estranha, a princípio, para uma mãe em pleno ano 2009, com 33 anos. Não acho. Repito: Não quero ser amiga das minhas filhas. Quero ser mãe. Mãe na verdadeira acepção da palavra. Mãe que cuida, recebe, acalenta, cura, resolve, aconselha, apoia. Mãe que entende. Mãe que escuta, mas que também fala. Mãe que respeita, mas também é respeitada. Mãe que erra, sim, mas sempre tentando acertar.

Quero que elas tenham as suas amigas como eu tive - e tenho - as minhas, mas, quero que saibam sempre que eu estarei ali. Aqui. Em qualquer lugar. Quero que saibam dos seus limites, e que também reconheçam os meus. Não quero que me contem tudo, mas quero saber o que pensam e do que precisam com um simples escutar de passos. Quero fingir que não sei, para deixá-las assumir um risco, mas quero saibam que, independentemente do resultado, estarei ao lado delas. Quero ser permissiva, às vezes, exigente em outras. Não quero pular junto com elas em seus próprios pára-quedas, quero ser a rede de segurança.

16 comentários:

Claudia Pimenta disse...

oi renata! amei o texto! bjs, querida!

Lúcia disse...

Amigos e amigas, todos podemor ter, e vários, mas mãe é uma só. E se ela não fizer sua parte, quem vai fazer. Minha mãe, foi mãe mesmo. E antigamente (rsrsrsrs) invejava as mães-amigas das minhas amigas, mas hoje vejo a importância da posição dela na minha vida e principalmente a influência dela na minha formação como mãe. Mesmo ainda não o sendo, mas com certeza já sei como ser mãe, é só seguir o exemplo dela. Bjooo

Chris disse...

Que lindo Renata! Realmente muitos conceitos, muitos valores foram deturpados. A liberdade tem um sentido bonito se com ela o limite esta junto. Realmente e bem pensado isso da relacao mae e filho, nunca pensei dessa forma, pensava que ser mae e amiga era legal, mas acho que e realmente facil se perder nisso. Melhor cada um no seu quadrado e a mae ocupar o seu papel, como vc falou! Se preocupar no cuidado, na educacao, no zelo, no apoio e na correcao.
Seu texto me fez pensar mais, refletir!

bjuss

Escritores Unidos disse...

Bom dia Renata, obrigada por sua participação, estamos ansiosos pelo seu texto.

beijos
Aléxia

Renata Marques disse...

Adorei o texto! Faz-nos pensar bastante.

Unknown disse...

Muitos valores foram se perdendo com o tempo, mas acho importante mantê-los.
Bom fim-de-semana e uma ótima Páscoa!
Bjos,
Paulinha

Sabrina Jung - Quadros Retrô disse...

Feliz Páscoa Renata!!!

Sabrina Jung - Quadros Retrô disse...

Querida!!!
Achei que só eu tava na internet esta hora da noite de sábado! hehehe...
Bjos!!!

Sabrina Jung - Quadros Retrô disse...

E eu que estava estudando e, pesquisando para uma prova que vou ter amanhã na faculdade!!
Nem viajei no feriadão só porcausa desta prova!!
Ai Zezuis!!
Bjo querida!!!

Eneida Freire disse...

Concordo que muitas crianças e adolescentes hoje em dia não sabem o que seja limite e os pais tem medo de exigir deles.
Realmente não se deve ser apenas amigos dos filhos, pois eles precisam de pais, eles precisam da "rede de segurança".
Belo texto!
Beijo!

Stéphany disse...

renata, orbigada pela visita no blog! Adorei!
E ó, vc acertou, é mesmo uma MENINA! ;o)
Beijocas cor-de-rosa!

Nina disse...

concordo sem tirar nem por, re! quero ser mae, sabe??

amigos eles vao achando pelo caminho, e terao mts, mas mae, so euzinha. é claro que poder confiar na minha filha,no meu filho, é bom demais, conversar,enfim, me faz ser como amiga pra eles, mas quero estar sempre aqui pra eles, como mae. amigos podem nos virar as costas, mae nunca faz, eu pelo menos, nao deveria fazer.

belo texto minha querida!

Vanessa Anacleto disse...

Oi,

Em poucas horas começará a Blogagem Coletiva - Dia Nacional do Livro - Quem foi seu Monteito Lobato? Peço que , tão logo publique deixe um comentário com o link no post do dia do Fio de Ariadne. Abraço e até lá.

P.S. Excelente este texto teu.

Susana Falhas disse...

Olá! Passei por aqui para ler o post sobre lobato. Quando estiver, passa pelo meu cantinho e avisa-me, por favor, para vir cá!
bjs Susana

Cristiane Marino disse...

Renata!

Que lindo seu texto...tocante e reflexivo, adoro textos assim.

Qdo postar sobre Lobato, pode me avisar? passo aqui para prestigiar.

beijos

Mari Amorim disse...

Simplesmente,parabéns!!!
Gostei muito,tb estou participando dessa fantastica
iniciativa.
Beijos
Mari