setembro 20, 2016

A Ganache do Le Manjue.

Em tempos de "Desculpe o transtorno, preciso falar de Clarisse", peço licença aos descolados (ainda se pode utilizar essa palavra?) e orgânicos paulistanos para falar da Ganache do Le Manjue. Não, eu não fui ao restaurante, queridinho da geração gluten-lac-free. Mas ganhei a famosa Ganache de presente. Confesso que sou totalmente influenciável pela mídia, blogs,vlogs e toda sorte de afins, e muitas vezes até por rótulo de sabonete. Alvo fácil para os publicitários. Daquele tipo que sente sono quando a descrição do sabonete diz "sensação relaxante", que abre um sorriso diante das palavras "sinta o frescor da manhã" e que se sente instantaneamente mais magra e completamente desintoxicada depois de espremer um limão na água pela manhã.

Sim, eu já tornei a tapioca meu jantar de muitos dias por causa da Gabriela Pugliesi. Já fiz Jejum por causa da Laura Nesteruk, já fiz pão de oleaginosas por causa da Lilian Sá. Já fiz bala de chá de hibisco por influência dos meninos do Frango com Batata Doce, já desejei um óculos por causa da Cris Guerra e uma calça horrorosa que vi com a Thassia Naves. Já comprei um tênis por indicação da Paula Narvaez e uma paleta de contorno por causa de um tutorial da Camila Coelho. E, como dez entre dez modelos de vida saudável que nunca desejam um bom bife à milanesa, desejei a bendita Ganache do Le Manjue. 

Antes mesmo de colocá-la na boca,pensei em fazer uma foto para o Instagram ou até um vídeo para o Snapchat. Eu colocaria um filtro, um emoji, um textinho. Já tinha ensaiado algumas legendas e hashtags. Algo como: "Já pode querer para sempre?", "#vidasaudavel", "#essapode", #nopainnogain (essa é terrível!). Resolvi, na contramão, experimentar primeiro. Não que seja ruim, longe disso. Só não consegui entender o estardalhaço. Minha bananinha no microondas com canela e pasta de amendoim dá de dez a zero. O bolinho de caneca de cacau da Adelaide também. E dá  para fazer com biomassa de banana verde, inclusive. 

Bom, mas o que seria da nossa vida sem os "digital influencers", sem as hashtags da moda, sem a melhor dica de todos os tempos dos próximos cinco minutos? Sigo me perguntando, enquanto desejo, agora, um brownie funcional do Club Life To Go, um salada de quinoa do Frutaria São Paulo, um corte de cabelo com a BruFabricio, uma aula de dança com o Justin Neto, uma consulta com o Dr, Barakat e um fim de semana no Kenoa Resort, de onde eu certamente postaria uma foto #kenoalovers.

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