maio 04, 2011

Desejo bom.

Foi só ler no facebook da Silmara - uma fofa que eu adoro ler e que parece que conhece a alma da gente - que eu me apaixonei. Não paro de pensar um minuto sequer no que eu faria se tivesse com um desses na mão. Penso e começo a viajar. Viajo no tempo e no espaço, entre lembranças, dores e amores, idas e vindas, perguntas e respostas, sorrisos e mais sorrisos.

O Jardim Branco - design de cadernos e livros imaginários. Os títulos me fizeram desejar um de cada. E eu fiquei mesmo, pensando o que escreveria em cada um deles. Na minha cabeça, quase todas as páginas já foram escritas. Certamente teria que correr para o volume II da grande maioria deles.

O livro das cartas não escritas. Eu sempre gostei de escrever cartas e sempre o fiz com muita frequência. Mas, claro, muitas delas não foram enviadas e algumas, sequer escritas. Certamente escreveria uma carta para cada uma das minhas filhas, escrevendo tudo o que desejaria que elas soubessem mesmo que eu não tenha a chance de falar. Escreveria também para minha avó, o que gostaria que ela tivesse lido há alguns anos atrás. Escreveria para alguns familiares também, para alguns amigos, para minha mãe e para o meu amor. Em cada uma delas, um pedaço de mim estaria junto com as palavras. Talvez ainda haja tempo para escrever todas elas.

O livro da saudade. Memórias deliciosas, verões em Guarapari, o cheiro do meu pai, os almoços de domingo na casa da minha avó, anos de colégio Marista, lembranças boas da Escola Crescer, amigos que nunca mais vi. Saudades que nunca me deixarão.

O livro das coisas leves. Coisa mais deliciosa escrever sobre coisas leves que me dão prazer e que me fazem mais leve também. Beijo de filha, séries de TV, cheiro de lençol limpo, sorriso de um desconhecido e mais tantas outras coisas que, de tão leves, viram poesia através de palavras. O livro do esquecimento. Neste eu colocaria tudo o que quero esquecer e deixaria que a cada derrame de palavras, os sentimentos derramassem também, não permitindo que nada fizesse com que eu parasse de sonhar, de querer, de fazer e de amar.

O livro de estar longe. Sabe aquela vontade de falar algo com alguém ou sobre algo quando estamos longe? É essa vontade mesmo que eu expressaria nele. Para que a proximidade nunca permitisse que as palavras se fizessem desnecessárias.

O livro da passagem dos dias. O livro das viagens. O livro dos momentos tristes. O livro de espera. O que eu espero? Pelo que quero esperar? Quais as minhas esperas que já chegaram e quais aquelas que não chegaram e eu agradeço a Deus por isso. O livro de guardar o que acaba. Sim, porque mesmo que acabe, poderia eternizar o que pretendesse neste livro. Tantos outros livros. Todos em branco. Em branco como o próximo dia, como o "daqui a pouco". Em branco, mas cheio de inspirações, cheios de expectativas, de vontade.

Coisa mais linda esse Jardim de livros brancos que faz florescer tanta coisa na minha cabeça e no meu coração.

6 comentários:

Nina disse...

Mas que coisa bonita isso Rê! Vc viu isso na Silmara? Será que é a mesma Si?

Achei tudo isso mt lindo e tudo o que vc escreveu aqui, faz um sentido danado de grande! e surgiu uma ideia aqui na cachola de tbm escever uma carta pra minha avó contando pra ela o que ela nao viveu... ahh posso fazer isso? Vou roubar tua ideia, posso?

Mt lindo, me inspirou a pensar nisso Rê, imagino como nao sai da sua cabeca o tema, é lindo pensar nisso mesmo.

Um bj querida!!!!

Silmara Franco disse...

Renata, que coisas mais bonitas que você postou. Olha só, suas cartas já foram começadas. Agora é só terminá-las...
Sabia que a dona d'O Jardim Branco já viu o que você escreveu sobre ele? Sim, eu já tratei de mandar seu link pra ela. Sou intrometida, né? (rs)
Beijos,

Carolina disse...

Pois sim, já li e fiquei encantada. Foi muito comovente saber onde o jardim chegou, assim tão dentro e tão fundo.

Obrigada por fazer o dia mais gostoso.

Um beijo,
Carolina

Any Brasil disse...

que lindo, adorei demais.
já tô seghuindo o blog, depois aparecem no meu, trendluxo.blogspot.com

Larissa Pretti disse...

Gata, eu tô TÃO na fila pra comprar seus livros. Sim. Já. Ansiosa!
Escreva mesmo... não os deixe em branco. Rascunhe, rabisque, apague e escreva, reescreva. Nós merecemos ler vc! ;-)

Eneida Freire disse...

Escrever é mesmo muito bom!
Que bom que encontramos páginas em branco para darmos vasão à criatividade!
Beijo!
http://tengavolantes.blogspot.com