dezembro 22, 2009

Para-Quedas.


Eu tenho um Para-Quedas. Há muito que ele exerce essa função em minha vida. Nunca precisei e nunca, na verdade, tive vontade de usar um para-quedas fora do chão, mas, sem me levantar um centímetro da terra, o meu para-quedas me socorre sempre. E me surpreende todo dia. Já desconfiei, é verdade, que no momento que eu mais precisasse o pára-quedas não se abriria. Aliás, acho que todo para-quedista deve ter esse medo, em cada vôo, ainda que isso nunca tenha lhe acontecido.

Já desconfie que, mesmo se abrindo, talvez não fosse forte o bastante para aguentar o peso, ou que alguma coisa pudesse impedi-lo de exercer sua função. Mas o meu para-quedas não deixou de se abrir em nenhum momento, e sempre proporcionando um pouso tranquilo, vitorioso, mesmo nos momentos em que eu não tomei todas as medidas de segurança que deveria, ou nos momentos em que o abri na hora errada.

Cometi vários erros, não é fácil ser para-quedista, mesmo na terra. É preciso treino, coragem, disciplina,ousadia, segurança e confiança. Mas meu para-quedas se manteve firme. Também tive momentos em que precisei cuidar dele, lavar, reformar, dobrar, preparar corretamente. O para-quedista também precisa zelar por seu equipamento. Acho até que zelei demais, por vezes. Eu deveria ter compreendido que o meu para-quedas não é qualquer um, e não precisa ser poupado para funcionar corretamente.

De qualquer forma, eu tenho um para-quedas. Ele tem nome e sobrenome. E não poderia ser melhor.