outubro 26, 2009

O Sono de Um Anjo

"Quando ela dorme,como dorme a estrela
nos vapores da tímida alvorada,
e sua doce fronte extasiada,
mais perfeita que um lírio, e tão singela,

tão serena, tão lúcida, tão bela,
como dos anjos a cabeça amada,
repousa na cambraia perfumada,
eu velo absorto o casto sono dela

e rogo a Deus,enquanto a estrela brilha,
Deus que protege a planta e a flor obscura,
e nos indica do futuro a trilha,

Deus, por quem toda a criação se humilha,
que tenha pena dessa criatura,
desse botao de flor - que e a minha filha."


Luiz Guimarães Júnior


essa foi para você mãe
a poesia que você disse que ama porque te faz lembrar de mim
um grande beijo
Laura.

outubro 11, 2009

Prima.

Ela é linda. Tem um dos rostos mais bonitos que já vi, um sorriso lindo um bom gosto que não tem tamanho. Acho que é até maior que a sua teimosia. Briguenta, topetuda, encrenqueira, defende até a morte as coisas em que acredita e, principalmente, aqueles que ama. Acho que é capaz de dar a vida por qualquer um deles.

Não me lembro de ter tido alguma briga com ela durante todos o tempo que passamos juntos. Até hoje passamos. É claro que não concordo com alguns posicionamentos que o coração radical dela às vezes toma, mas ela também não deve concordar com alguns dos meus. Não concordo, mas respeito. E acho até graça das suas confusões. É uma das poucas pessoas no mundo que eu confio DE VERDADE. Seria uma das pessoas a quem eu confiaria as minhas filhas se eu não tivesse presente.

Ela tem as suas loucuras, mas quem não tem? Acho que a diferença dela é que ela fala mesmo. Tudo o que lhe vem à cabeça. Certo ou errado, tradicional ou totalmente exótico. Ela assume o que faz e até mesmo o que não faz. Ela assume tudo aquilo que passa pela sua cabeça, tudo aquilo que quase todo mundo pensa (ou faz) mas tem vergonha de dizer. Apesar das suas "maluquices" ( e que ela sabe exatamente o que eu considero "maluquice") eu a admiro muito.

Ciumenta como uma escopiniana, mãezona como uma canceriana, a frente do seu tempo como uma aquariana, senso estético apurado como uma leonina, mais criativa do que todos os signos do zodíaco juntos. Mas ela é capricorniana.

E é a madrinha da minha filha mais velha. Agora, ela vai ter o filho dela, e eu nunca seria capaz de fazer por ela tudo o que ela fez por mim na gravidez e depois dela. E continua fazendo. Gi, não se preocupe. Estamos todos com você e por você. Tenho certeza de que você será a melhor mãe do mundo. Aliás, você já é uma mãe maravilhosa, há quase oito anos.

outubro 04, 2009

Um Dia de Domingo.

Um Domingó é sempre um Domingo. Para alguns, sinônimo de preguiça e pijama, televisão, filmes e sofá. No máximo uma comidinha pedida pelo telefone ou uma esticadinha para um almoço rápido ou um cineminha. De óculos escuros, de preferência, porque Domingo não é dia de maquiagem, produções elaboradas e salto alto. Ou qualquer salto. Chinelo. Acho que poderia dizer que chinelo e domingo andam de mãos dadas, parecem indissociáveis.

Almoço em família, talvez, como é sempre (e felizmente) o meu caso. Mas a preguiça...Acho que essa é uma outra palavra que anda de mãos dadas com o Domingo. Se Domingo tivesse um som, seriam aquelas músicas da MPB que adoram colocar nas aberturas das novelas do Manoel Carlos. Se tivesse uma cor seria azul celeste, com algumas cintilâncias douradas provocadas por um sol gostoso, morno, acompanhado de uma brisa fresca e constante. Se tivesse um gosto, seria de pão quentinho, macarrão caseiro com queijo ralado ou coca-cola. Não dá pra dizer que coca-cola não é sinônimo de Domingo. Mas não a coca-cola de hoje, mas aquela que custava caro, e a gente buscava na padaria perto de casa na garrafa de vidro já gelada para o almoço de Domingo.

Para os religiosos, dia santo. Para os baladeiros, dia de ressaca. Para os otimistas, uma nova chance de começar uma semana produtiva. Para os pessimistas uma desagradável sensação de "vai começar tudo de novo", devidamente sonorizada pela vinheta quase depressiva do Fantástico. Para muitos, dia de promessas. Para tantos, dia de planejar a semana. Dia de encontros, dia de despedidas. Dia de passeios, dia de futebol. Dia de sim e dia de não. Dia de agradecer. Dia de pedir um pouquinho mais de força para começar de novo.

Dia de dormir mais cedo, ou dia de ser acometido por uma insônia sistemática que só acontece no Domingo, quando as noites parecem mais curtas para a quantidade de sono que se gostaria de preservar e o despertador parece teimar em avisar, silenciosamente, que sim, as horas estão passando.

Dia de nada e dia de qualquer coisa. Um dia como todos os outros, mas diferente ao mesmo tempo.

Para mim, é tudo isso ao mesmo tempo. Dia de tomar um banho demorado, com direito a hidratação no cabelo e esfoliação da pele. Dia de cortar as unhas das crianças, de arrumar as mochilas da escola e conferir as atividades da semana. Mas, é preciso confessar: O astral não é o mesmo da sexta-feira à noite ou do sábado de manhã. Mas a esperança sim. Acho que a esperança se engrandece dentro de mim a cada Domingo. Dia de pensar na vida ou nem pensar em nada, mas acreditar que muitos Domingos ainda virão. Azuis, dourados, frescos, ensolarados e com gostinho de coca-cola...