novembro 27, 2008

É dia de Ação de Graças

Passamos pela porta da Igreja quando voltávamos com as meninas da escola hoje e vimos uma movimentação diferente. Missa a essa hora? Eu havia me esquecido do Dia de Ação de Graças. Como esquecer de agradecer?
Diante de tanta coisa acontecendo, com os jornais de qualquer hora do dia aumentando o número de vítimas fatais e feridos em razão das chuvas, para não falar de todas as outras coisas que amedontram qualquer cidadão de bem, fui capaz de esquecer o Dia de Ação de Graças.
Assistindo ao noticiário na TV hoje, minha filha me perguntou porque não poderíamos levar toda a água que está caindo em um lugar (no caso, no sul e sudeste) para aqueles aonde ela falta? No mesmo bloco do jornal na TV, vimos mortos e desabrigados por causa da chuva e assistimos à agonia de uma família do estado do Alagoas que não tinha água para beber por causa do longo período de estiagem. Problemas ambientais à parte, não soube responder a sua pergunta. Me calei diante de todo aquele sofrimento.
Não poderia ser assim. Mas, somos um povo otimista, solidário. E aprendi, desde cedo : "Em tudo dai Graças!" e "Deus sabe o que faz". Então, mesmo diante de tudo isso, tenho muito o que agradecer. Mais do que poderia merecer. Mas talvez tenha me esquecido do dia que foi separado para que déssemos graças a tudo o que somos e temos, mas não posso dizer que me esqueci de agradecer...Não posso porque o faço todos os dias, como o faço agora. Agradecendo o que sou e o que conquistei me abasteço de esperança, como se o Obrigado fosse também uma senha para continuar.
Por isso, querendo continuar, agradeço a Deus hoje por todas as vezes em que o Obrigado foi a palavra mais pertinente, mais precisa. Ainda que muita coisa há para se pedir, para se mudar, não poderia deixar terminar o dia de hoje sem repetir: OBRIGADA.

novembro 22, 2008

Colorido de Natal

Adoro Natal. Adoro as cores que o Natal traz e, principalmente as luzes que chegam junto com ele. Apesar de todo o significado cristão, humano e até filosófico que esta data possui, não é a isso que me refiro. Não agora.

Agora, falo daquela disposição que se encontra para montar uma árvore, fazer um arranjo, acender algumas lâmpadas. Toda vez que arrumamos nossa casa no Natal, acho que o sentimento que transborda em nosso coração é a ESPERANÇA. Enfeitamos a casa para esperar. Acendemos as luzes para esperar. Esperar um amanhã diferente. Preparamos a casa e as ruas para o Natal como uma forma de mostrar que o nosso coração também se prepara e espera, e que, apesar de tudo o que possa ter acontecido durante todo o ano, acreditamos que o próximo será melhor. Acreditamos também que nós seremos pessoas melhores, nos esforçaremos mais, nos dedicaremos mais e, claro, seremos muito, muito mais felizes.

Imagino se esse sentimento tão bonito fosse demonstrado não somente na hora de arrumar a árvore e preparar a casa, mas sempre que fossemos fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Se todo o cuidado com os enfeites, com a escolha das fitas, com a posição das lâmpadas se transferisse para as nossas ações do dia-a-dia, talvez, aí sim, pudessemos esperar com mais certeza...Não sei...

Mas sei que adoro este sentimento, adoro a árvore montada, a casa diferente. Gosto cada ano mais. E quero continuar gostando. Assim, terei a certeza de que o meu coração continua querendo esperar, continua buscando ser melhor.

Ao lado disso tudo, vejo os olhos lindos das minhas pequenas acompanhando a mim e às duas avós (que privilégio, não?) quando colocamos cada enfeite ou mudamos qualquer coisa de posição. Olhando tudo isso, como não ter esperança? Como não acreditar em um mundo melhor? Como não exibir um sorriso orgulhoso?

O Natal para mim é assim, feito de sorrisos, luzes, enfeites e brilho nos olhos. Um brilho nos olhos que só pode existir em quem espera...

novembro 17, 2008

Outra Laurinha

Há alguns anos conheci uma médica baiana que veio parar aqui na minha cidade, no interior do Estado do Espírito Santo.
Na minha primeira gravidez ela fez todas os meus exames de ultra-sonografia. Em uma delas, me perguntou como seria o nome da criança, ao que eu e Rodrigo prontamente respondemos que seria Laura, se fosse menina, ou João Pedro, caso fosse menino. Ela, então, me disse que seria a Laura. E me disse ainda que, desde sempre, pensou que, caso tivesse uma filha, a chamaria de Laura também.
Dois meses depois da descoberta de que a minha Laura estava a caminho, ela me ligou e disse que também estava grávida, e me lembrou de que, sendo uma menininha, teria o mesmo nome que a minha. Alguns meses depois, confirmamos que teríamos 2 Lauras! Lindas e saudáveis. E assim foi. A minha Laura nasceu, em dezembro, e a dela, em Julho.
Lindas e saudáveis, como imaginávamos. Papai do Céu, no entanto, queria a Laura dela diferente, e a fez enxergando de outra forma, com as mãos e com o coração. Enxergando assim ela encanta pela sua inteligência, humor e sagacidade...
E a mãe dessa Laura também encanta pela dedicação e pelo amor com que conduz e acompanha a filha. Na minha outra gravidez, quando ia fazer os exames (e descobrir a minha Elisa), cheguei a vê-la recortando as letras em braile para colar no teclado de seu computador.
Hoje, fui levar a Elisa para fazer um exame e me deu vontade de falar sobre isso. Sobre essa relação linda que as duas têm e sobre a coisa mais especial que é ver a Laura dela crescendo, cada dia mais esperta e mais linda, diferente mas igual, caminhando com as próprias pernas e vendo o mundo de uma forma que é só dela e que, tantas vezes, nos ensina tanto.

novembro 13, 2008

Formatura...

Por que será que tantas vezes nos pegamos querendo que nossos filhos aprendam logo a sentar, a engatinhar, a andar, a falar, a escrever, a ler? A ansiedade de vê-los crescendo é grande, e não raro ouvimos alguém declarar, com muito orgulho: Ela tem só dez meses e já anda! Ele tem 5 anos e já escreve tudinho!
Ah, hoje eu queria que o tempo parasse...Parasse para mim e para minhas filhas...
Recebo um bilhete do colégio me convocando para uma reunião de pais hoje, às 18:30, para decidirmos os detalhes da formatura da Laura. Como assim formatura? Ela tem 06 anos!!!!!!!!!!! Mas ela me respondeu, com todo o orgulho de mundo, que, a partir do próximo ano deixará o "Coleginho" e passará a estudar no "Colejão".
-Mas minha filha, no "Coleginho"- local aonde funciona a educação infantil - tem portas coloridas, piscina em forma de baleia, pomar, viveiro, uma sala dos sonhos que é um encantamento só, e você quer ir para o "Colejão"?
-Mamãe, eu já acabei o que eu tinha que fazer aqui!
É, verdade. Acabou mesmo. Ano que vem ela será uma responsável aluna da 1º série do Ensino Fundamental...Mas não foi ontem que eu a matriculei no maternal? Mas o "Colejão" não é muito grande para uma criança tão pequena? Será que as professoras prestam atenção neles na hora do recreio? Será que ela vai se sentir perdida?
Não sei...Só sei que hoje eu estarei lá, decidindo os detalhes da primeira conquista escolar da minha Laura. Com um apertozinho no coração, confesso. Mas cheia de orgulho também. Pois ela realmente fez tudo o que podia e devia no "Coleginho", até cantou no teatro, sozinha, para mais de 500 pessoas uma versão de "Sozinho", acompanhada do pai ao violão. Coisa mais linda.
Agora, outros desafios nos esperam...Minha garotinha está crescendo, e eu cresço junto com ela também. Sempre.
Mas a vontade mesmo, é de dizer: - Fica assim, filha! Não cresce mais não!!!!!!!!! Tá tão linda desse jeito...Elisa, você também! Pode parar por aí. Tá tão bom pra mim!!!!!!!! Suas gracinhas me matam de rir e você está tão encantadora!!!!!
Ah, que mãe egoísta que eu sou! Esse meu egoísmo só não é maior do que o meu amor por vocês, que me faz desejar conquistas cada vez maiores e uma vida cada dia mais feliz...Por isso, contradiçoes à parte, cresçam. Cresçam mesmo, muito. Como pessoas, mulheres, alunas, profissionais e cidadãs. Conquistem os seus sonhos. Eles serão os meus também.

novembro 04, 2008

Deus te abençoe.

Acabei de receber uma ligação da minha avó, Wanda. Quase todas as noites, quando estamos em casa, recebo a sua ligação, perguntando pelas meninas, por nós e nos desejando uma boa noite. A ligação sempre acaba com um "Deus te abençoe, durma com Deus."
Às vezes, na pressa, atendemos meio entre os dentes, falamos rapidinho e respondemos quase que mecanicamente. Nem imagino quanta falta isso vai fazer...As ligações à noite, as lembranças por todos os aniversários, aniversários de casamento, namoro, batizado e etc..., os almoços de domingo. A sopinha de taiadela, a maionese de batata, o biscotinho apimentado que antecede o almoço. E sempre, no final disso tudo, um "Deus te abençoe."
Sábia como só ela sabe ser, não tem dúvidas de que todos nós, 14 netos, e suas duas bisnetas (até agora) precisamos mesmo de sua intercessão. Intercessão como só ela sabe fazer, pois sente as dificuldades de todos nós, vive cada problema como se fosse seu e cada alegria com uma intensidade ainda maior que a nossa.
Ai, vó, você fica aí , quietinha, e tantas vezes nos esquecemos de sua importância. Raiz, esteio, âncora, ponto de equilíbrio, motivo de orgulho, ponto de partida e de chegada de todos nós...Avó que é avó mesmo, de saber a comida favorita, de não gostar se sumimos por uma semana, de ter uma receitinha infalível para uma tosse persistente ou uma mancha na roupa. Avó de fazer o casaquinho de tricot mais bonito que já vi, de comprar um milhão de presentes em junho para o Natal de dezembro, de ser a primeira a lembrar de cada data importante e de sempre ter solução para tudo...Avó de proteger cada um de nós, ainda que não estivéssemos tão certos assim, de dar palpite, de rezar durante todo o tempo em que cada um de nós estivermos viajando e de dizer um sentido "Graças a Deus" quando ligamos dizendo já termos chegado.
Tenho medo de não ter você aqui. Tenho medo de não conseguir ser o que você foi, de não conseguir ensinar o que você ensinou. Mas, ao mesmo tempo, sei que tudo o que vivemos é eterno, e agradeço muito por você estar aqui, hoje, e por minhas filhas poderem viver tudo isso de perto. Um tempo que não se esquece, nunca. Deus nos abençoe, assim como você deseja.