outubro 30, 2008

O Dia do Brinquedo

Toda sexta feira é o "Dia do Brinquedo" na escola das meninas. Isso significa que é dia de toda criança levar para o colégio um brinquedo de que goste para brincar com os colegas, já que levar brinquedos nos outros dias da semana não é permitido.
Assim, toda quinta à noite temos a deliciosa tarefa de escolher o brinquedo que será levado no outro dia. E essa parece uma grande questão para as meninas. Um problema que precisa ser resolvido, algo importantíssimo na ordem do dia.Os olhinhos dançam sobre todos os brinquedos do quarto, buscando aquele que vá fazer a diversão do dia seguinte.
Laura sempre se preocupa em levar um brinquedo que permita as amiguinhas brinquem junto, sempre preocupada com os outros, essa minha menina. Não quer ver ninguém contrariado, não quer ver ninguém infeliz...
Elisa toda semana leva o mesmo carrinho, com uma boneca diferente dentro. Percebo claramente que o que ou quem ela coloca no carrinho pouco importa, o que ela quer mesmo e sair empurrando o carrinho cor-de-rosa, cheia de razão.
O mesmo brinquedo que fica ao alcance de suas mãozinhas todos os dias ganha um colorido diferente, pois se torna o escolhido do dia. Decidi que vou também ter uma escolha todos os dias. Algo comum, ordinário, mas que seja escolhido para ser celebrado pelo simples fato de existir e estar ali, a minha disposição. O brinquedo do dia. O presente do dia. O que me faz feliz por estar perto, ao meu alcance.
Assim como o brinquedo na sexta feira, as coisas da vida precisam ganhar um colorido diferente, um olhar diferente, ainda que sejam as mesmas coisas de todos os dias. São estes olhares diferentes que formam o que chamamos de FELICIDADE.




Obrigada, Nina!

Muito obrigada, minha querida!

outubro 27, 2008

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!

Recebi este texto por e-mail hoje, de uma grande amiga, e acabei concluindo que não dou a única "culpada" neste mundo....


Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.Primeiro: a dizer NÃO.Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.Culpa por nada, aliás.Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.Você não é Nossa Senhora.Você é, humildemente, uma mulher.E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.É ter tempo.Tempo para fazer nada.Tempo para fazer tudo.Tempo para dançar sozinha na sala.Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias!Tempo para uma massagem...Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.Tempo para fazer um trabalho voluntário.Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.Tempo para conhecer outras pessoas.Voltar a estudar.Para engravidar.Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for meiga, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela..Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

outubro 24, 2008

Da Série " Especial para Giorgia Vasconcellos" 5

Com a permissão da Cris...


Hoje nós vamos com você.

Um lindo presente é o que a publicitária Cristiana Guerra preparou para o seu filho Francisco, o Cisco. Um presente que nasceu de uma história que podia ser a de qualquer um de nós, mas que foi contada e sentida com muita poesia e emoção. Uma história que escreveu, nas palavras dela própria, para curar as suas feridas. E acabou curando as feridas de muita gente. Acabou ajudando a curar as feridas de pessoas maltratadas por um mundo violento, preconceituoso, mesquinho. Sim, porque palavras também curam. Aliás, acho que palavras, quando bem colocadas, são mais eficientes do que o mais moderno dos procedimentos cirúrgicos.

As palavras escritas pela Cris, como é carinhosamente chamada pelas centenas de pessoas que acompanham diariamente os seus blogs (
http://www.parafrancisco.blogspot.com/ e http://www.hojevouassim.com.br/) são colocadas de uma forma tão carinhosa que acabamos nos sentindo parte da história dela, como se fossemos amigas de verdade. Amigas daquelas que ficam com o filho para a mãe ir a uma festa ou dormir até mais tarde, sabem? Quantas vezes já não tive a vontade de pôr o Cisco (e até a própria Cris) no colo depois de conhecer um pouquinho da sua vida... É assim que nos sentimos quando lemos os textos que a Cris escreve para o Cisco. Suas palavras enchem de ternura o cotidiano de quem as lê e faz com que cresça em nós o desejo de amarmos mais, com mais urgência, com mais intensidade, de sermos melhores mães, pais mais dedicados, amigos mais pacientes, filhos mais presentes. Faz nascer o desejo de dizer EU TE AMO, de ficar perto, de fazer carinho.

E agora, a Cris presenteia o Cisco com um livro que conta toda essa história, de uma mulher jovem que, meses antes de ter o seu primeiro filho, perdeu o grande amor de sua vida de forma súbita e inexplicável. E é assim, no meio de todas essas emoções que se encontram e se desencontram, que o presente também chega até cada uma das pessoas que torcem para que esta história continue tendo recomeços felizes a cada dia.

Obrigada, Cris, pois, mesmo sabendo que o livro é para o Cisco, eu também me sinto presenteada com toda essa beleza...!!! Hoje, nós é que vamos com você, mergulhando nessa sua dança de palavras que encanta e emociona, cura e ensina, e que nos torna pessoas melhores a cada leitura. Um beijo enorme em você e outro no Cisco.

outubro 23, 2008

Virei fã...

Que voz doce, que sensação de liberdade, de calmaria, de domingo de manhã...Adorei o disco todo...A começar pelo nome: "Onde brilham os olhos teus..."

Fernanda Takai cantando Nara Leão.

(Consegui, Nina, acho que venci o site pelo cansaço..rsss...)



 Fernanda Takai - Diz que fui por aí

outubro 19, 2008

Da Série "Especial para www.giorgiavasconcellos.com.br 4"

Mães, Filhas, Irmãs...O Universo Feminino em Família


Não tenho irmãs, biologicamente falando. Tenho algumas que escolhi depois que nasci, ou que me escolheram, não sei ao certo. Já invejei muito quem as tem. Me parece uma relação quase mágica, de dependência, de cumplicidade, de confusão, de amor, de ciúme, enfim...De irmãs. Já ouvi de uma tia a frase de que toda mãe merece uma filha, e toda filha merece uma irmã. Talvez seja uma pouco tendenciosa, feminista essa afirmação, mas hoje percebo como é profunda essa ligação entre duas mulheres nascidas em uma mesma família. Percebo porque, apesar de não ter irmãs, eu “fiz” irmãs.

Duas filhas nascidas de uma mesma mãe e de um mesmo pai, criadas no mesmo ambiente, com os mesmos recursos e as mesmas pessoas, mas tão diferentes...Cada uma com o seu jeitinho próprio e especial de olhar, de falar e de querer. Uma quer tudo o que a outra pega, uma é mais organizada que a outra, uma é mais quieta, a outra mais falante. Me lembro quando chegava a me perguntar se seria possível amar alguém com a mesma intensidade que eu amava a minha filha, hoje vejo que foi e é possível amar, do mesmo jeito, a sua irmã...Vejo que é possível aumentar um amor que já se acreditava ter chegado ao limite da intensidade, que o amor parece que aumenta, ainda que a atenção tenha que ser dividida.

Mais uma vez me realizo com elas, quando vejo uma relação tão próxima e tão bonita. Até mesmos os momentos de “briga” e discordância são recheados de carinho, de olhares de cumplicidade. Ainda crianças, a competição vira diversão e tudo acaba em festa. A disputa pela minha atenção se torna uma competição de carinhos na qual eu me sagro como a grande vencedora de todas...Um honrado primeiro lugar no qual as medalhistas de prata empatam com louvor!

Torço e rezo para que essa relação continue assim, através da segunda infância, da adolescência, da idade adulta, da terceira idade, enfim...Será que isso é possível??? Giorgias e Robertas, Pollyannas, Fabíolas e Larissas, Cinthias e Hellens, Kellys e Márcias, Danielas, Gerusas e Patrícias, Renatas e Karlas, Cristiannnes e Camilas, Brendas e Brunellas, Andressas, Valessas e Pâmelas, Graças, Ritas e Reginas, Sílvias e Scheilas, Saras, Sônias e Sirleys, me fazem acreditar que sim, e torcer para que as minhas Laura e Elisa possam ter, sempre, uma à outra, e eu, tê-las comigo, sempre mesmo, nessa eterna cumplicidade que nos faz dependentes e realizadas...

outubro 15, 2008

Temos o mundo inteiro no nosso quintal...

Quantas vezes ouvimos essa música nos últimos dois anos? Impossível calcular...Tantos programas de TV que nunca mais assistimos por causa desses bichinhos fofinhos que dizem ter o mundo inteiro em seu quintal...
Dizem que o controle remoto é sempre propriedade do homem, parece até uma questão patológica, ou explicada pela filosofia, não sei. Mas aqui em casa é diferente...Desde que vocês chegaram em nossas vidas, mesmo que muitas vezes nos esforcemos para dizer que não, são vocês que mandam. Pelo menos no controle remoto.
Os Backyardigans são cinco bichinhos muito coloridos e de diferentes espécies que cantam e dançam o tempo todo, vivendo as mais fantasiosas aventuras sem sair do seu quintal. E aí, embalados por toda essa "paixão" que os tais backyardigans despertaram em vocês, fomos ao show deles no último sábado.
Acho que mais uma vez nós precisamos nos render às preferências de vocês e confessar que foi muito, mas muito melhor do que qualquer show que possamos ter assistido nos últimos tempos. Acho que porque estávamos os quatro juntos, podendo falar a mesma língua e curtindo cada pedacinho do show que foi lindo, colorido, musical, emocionante. Coisa de mãe babona? Não sei...Mas sei que nos divertimos muito. Juntos. Assim mesmo, como tem que ser.
Acho que o mundo precisa de mais pais e mães juntos de seus filhos. Acho que há muito tempo os filhos caminham separados dos pais, muitas vezes em direções opostas. Temos visto muitas provas de que isso não tem sido bom.
O parquinho, a praça, o circo e o show dos backyardigans não são programas para crianças acompanhadas de babás. São uma oportunidade que as crianças dão aos pais de chegarem mais perto, de gargalharem sem compromisso, de esquecerem da vida, de sujarem os pés, de comerem pipoca, enfim, oportunidade de ser pai e mãe também nas horas leves, gostosas, felizes, e não somente na hora de cobrar o dever de casa ou de reclamar do quarto desarrumado.
Obrigada, filhas. Obrigada por nos mostrarem mais uma vez que podemos sim ter "um mundo inteiro no nosso quintal" e que podemos fazer esse mundo do nosso jeito, com a nossa cara.
Obrigada com amor imenso, que não cabe no peito.

outubro 06, 2008

O Circo.

Ontem levamos nossas pequenas ao circo. Um cheiro, uma sensação que parece ser a mesma depois de tanto tempo. Passei a maior parte do espetáculo vendo tudo através dos olhos delas, brilhando e refletindo uma alegria simples e diferente, inocente.

O tempo parecia ter parado...As atrações do espetáculo são as mesmas de anos atrás, as brincadeiras feitas pelos palhaços não mudaram, tampouco os números com trapézios, tecidos e malabares. Tudo exatamente igual. E tudo tão novo ao mesmo tempo. Tão especial. Aquilo que me fazia rir também as faz. Elas prendiam a respiração exatamente como eu fazia quando o trapezista tentava uma manobra mais elaborada ou quando andava pela corda bamba.

Isso me fez entrar no clima e esquecer do calor que fazia dentro da lona do circo ou das eleições municipais que eram apuradas naquele momento. E eu acabei vendo as mesmas coisas com os mesmos olhos despretensiosos de uma criança. Olhos que não querem saber como ou porquê, que não se preocupam com as consequências ou com as impressões e que, talvez por isso, vejam apenas a beleza e as cores, sem dar lugar à duvida...

Olha aí, Nina!!!

Viu, Nina??!!!!!

Pelo menos o selinho consegui colocar!!!

Um beijo!

outubro 03, 2008

O Quarto das Meninas

Toda menina já sonhou com um quarto rosa, de princesa, aonde ela pudesse dar asas a todas as suas fantasias de criança. Com vocês não é diferente. Mais com você, Laura, que já é maiorzinha e já dá valor a essas coisas. Hoje vocês têm o mesmo quarto, porque preferiram assim. Eu e seu pai gostamos da idéia, ainda que não saibamos se essa vontade vai permanecer...

Hoje chegaram os móveis do quarto de vocês. Não são móveis de princesa e a cama não tem dossel como você já me pediu, Laura. Até porque vivemos uma realidade diferente, mais prática, e, muitas vezes não conseguimos fantasiar tanto quanto gostaríamos. Mas vou encher a parede com adesivos de borboletas coloridas. Quero que elas dêem asas à vida de vocês. Quero que todas aquelas cores façam parte do dia-a-dia de vocês (e nosso, é claro!!!) tornando a vida mais leve, mais fácil, mais divertida. Acho impossível alguem passar por uma borboleta colorida e não reparar em sua beleza ou não achar que realmete fazemos parte de um grande milagre. Também não consigo olhar para vocês e não sentir a mesma coisa. Meus milagres. Nossos milagres. Nossas borboletas.

Quero muito, filhas, que o quarto de vocês e toda a nossa casa sejam um verdadeiro casulo protetor e aconchegante, que prepare vocês para voôs mais altos, ainda mais belos. Quero estar por perto (rezo todos os dias para isso) quando a hora de voar chegar, mas quero ter a confiança de que nós conseguimos preparar vocês para que saibam voar sozinhas, alegres e coloridas, comos as borboletas que estão em sua parede...